O melhor pedaço da Maçã.
Foto de Howard Bouchevereau no Unsplash
iPhone 13 Pro

Um iPhone revolucionário para uso profissional e sustentável

Na próxima quarta-feira, 7 de setembro, conheceremos o novo iPhone — ao que tudo indica, o “14”. Diversos rumores têm sido divulgados desde o ano passado com as possíveis novas características do smartphone mais desejado do mundo. Desde o seu lançamento, o iPhone passou por diversas alterações, com destaque para o design, o tamanho, o desempenho e as câmeras.

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Apesar de ser um aparelho incrível, um olhar mais crítico sobre o seu desenvolvimento pode causar um pouco de frustração quanto ao nível de inovações revolucionárias. Não entenda que estou menosprezando os avanços alcançados: não há dúvidas quanto ao desempenho superior de cada versão, as câmeras que hoje oferecem recursos antes limitados a máquinas profissionais e outros recursos que agradam profundamente seus usuários. Mas em essência, o que faria do iPhone um aparelho novamente disruptivo? 

Pensando no dia a dia de trabalho e nas profundas mudanças em termos de preocupação com a sustentabilidade e o consumo consciente, listei aqui algumas características que fariam uma grande diferença no iPhone, tornando-o uma opção para substituir computadores. Vamos lá!

Sistema operacional

O iPadOS trouxe grandes mudanças para os apps do iPad, facilitando sua utilização como computador. Por que não ter também um sistema operacional semelhante no iPhone?

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Os apps profissionais ainda possuem grandes limitações em sua versão mobile, que impedem um uso mais aprofundado do aparelho. Uma versão do iOS mais próxima do iPadOS, ou quem sabe até uma unificação dos três sistemas (iOS, iPadOS e macOS) seria uma grande mudança em termos operacionais e práticos, abrindo um mundo de novas oportunidades.

Extensão de monitor

A Samsung já trouxe ao mercado uma versão ainda rudimentar de smartphone que pode ser conectado a um monitor. É assustador pensar que apenas agora, na 16ª versão do sistema, o iPad poderá finalmente estender a tela para um monitor externo.

iPadOS 16 num iPad com Apple Studio Display, teclado e mouse usando o Stage Manager

Mas já que se quebrou esse encanto, por que não levar esse recurso também ao iPhone? Poder chegar ao trabalho e, em vez de carregar um notebook, simplesmente conectar seu iPhone ao monitor — com teclado e trackpad/mouse externos — seria uma experiência muito interessante e prática.

Teclado infravermelho e tela projetada

Digitar coisas pequenas no iPhone é muito fácil, mas textos maiores tornam essa experiência muito desconfortável. Imagine que o aparelho possuísse um teclado infravermelho com trackpad que pudesse ser projetado numa mesa com um trackpad e uma tela que se projetasse para a parede.

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Com tela e teclados maiores, o iPhone seria um perfeito computador portátil. Particularmente eu não acredito em um aparelho dobrável que realmente funcione bem. Os que existem atualmente são muito limitados e ainda dão uma impressão de vinco ou marca na tela. A projeção de tela e teclado poderiam ser uma solução para essa ampliação do uso. 

Portabilidade e resistência

Apesar de ser muito mais leve se comparado a um iPad ou a um MacBook, o iPhone ainda é um aparelho pesado, especialmente se você usa o modelo Max. Além disso, mesmo com as melhorias recentes em resistência (como o Ceramic Shield), o device é relativamente frágil tendo em vista seu valor e risco envolvido.

ProMotion no iPhone 13 Pro

Se você parar para pensar, um iPhone hoje custa o mesmo que um MacBook Air. Para emplacar seu uso como único device, acredito que a Apple poderia inovar nos componentes do iPhone para deixá-lo mais leve e fino, sem contudo perder desempenho e bateria — eu sei que isso não é fácil, mas é um exercício de imaginação do mundo ideal, não é mesmo? O gadget precisa também ser mais resistente para que seu uso constante não traga medo de quebra. 

Segurança

Como você viu em vídeo recente aqui no MacMagazine, a segurança do iPhone tem ainda muitos pontos que deixam a desejar. Prova disso é o fenômeno recente de pessoas que carregam um celular mais simples para os apps bancários e outro com os demais recursos para evitar um prejuízo maior em caso de roubo.

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Para se tornar um aparelho realmente profissional, a Apple precisa incrementar a segurança do iPhone, de maneira a diminuir os riscos de perda ou mau uso de dados em casos de roubo e tornar-se de fato uma opção para computadores de empresas. 

Recarga sem fio de verdade

Me desculpem, mas MagSafe para mim não é carregamento sem fio, apenas um outro jeito de deixar o iPhone preso para carregar. Para ser inovador, o carregamento precisa ser sem fio de verdade. Um sistema que use a própria rede Wi-Fi para carregar, ou raios infravermelhos, uma estação ligada a energia… não sei qual será o melhor caminho, mas esse sim seria um acréscimo muito útil para usar o aparelho e recarregar ao mesmo tempo.

Ciclos mais longos de produto

A obsolescência programada das empresas de tecnologia criou uma pressão enorme e competitiva entre elas, forçando ciclos cada vez mais curtos de produtos. Parece impensável a ideia de não ter novos lançamentos anualmente ou até em prazos mais curtos.

No entanto, esse modelo começa a dar sinais de exaustão. Prova disso é a impressão de mudanças cada vez menos significativas de um ano para outro e o número de pessoas que optam por trocar seus aparelhos a cada dois ou três anos. Ciclos mais longos reduzem o descarte tecnológico e diminuem a pressão consumistas nas pessoas. Com ciclos de dois anos, por exemplo, os aparelhos poderiam vir com melhorias mais radicais e provocariam maior busca por atualização nesses prazos estabelecidos.  

O futuro está no minimalismo e no consumo consciente

Considerando o discurso dos executivos da Apple sobre a disputa entre MacBook e iPad, afirmando que não são concorrentes mas complementares, parece um sonho muito distante a criação de um iPhone que se torne uma opção de computador, ainda mais com foco profissional.

Apesar disso, acredito que o futuro está no minimalismo. As pessoas estão buscando cada vez mais produtos que sejam versáteis e multiuso, diminuindo assim seus investimentos em ativos e também o descarte de lixo tecnológico do planeta. Especialistas como John Elkington, um dos papas da sustentabilidade, afirmam que no futuro não existirá mais a área de sustentabilidade nas empresas. Esse fator será totalmente incorporado: ou a empresa será sustentável e socialmente responsável ou não existirá (livro “Green Swan”).

As gerações mais jovens têm se mostrado mais preocupadas com o consumo consciente, meio ambiente e custo de vida melhor, proporcionando mais liberdade. Além disso, diversos movimentos têm se difundido no mundo para incentivar a busca por menos, por usos mais racionais dos produtos e pelo minimalismo conceitual e patrimonial, investimento mais nas experiências de vida que na aquisição de coisas.

Não basta para a Apple tirar o carregador dos iPhones e divulgar isso como uma grande medida de proteção ambiental por redução de carbono, especialmente porque todos notaram o impacto positivo dessa medida nos lucros da empresa. Um compromisso maior com o meio ambiente envolve perdas e sacrifícios que podem ser vistos de maneira respeitosa e admirada pelo mercado e seus consumidores.

Visualizando a intensificação desse cenário, a ideia de um único aparelho que atenda todas as demandas tecnológicas profissionais não parece ser um sonho distante, mas uma questão de tempo. Confesso que, mesmo sendo um fã da Apple e seus produtos, existem momentos em que reflito no montante de valor investido (soma dos valores de todos os devices que tenho) e me incomodo um pouco com a cifra representativa. Se são tão potentes, por que preciso de tantos? 

A busca pelo minimalismo e o capitalismo consciente irá influenciar a maior empresa de tecnologia do mundo? Veremos novos dispositivos totalmente suficientes para diferentes funções? O tempo responderá essas perguntas, mas o caminho de transformação parece ser sem volta.


E você? O que pensa dessas mudanças sociais? Quais outras características gostaria de ver em um iPhone social e profissionalmente revolucionário? Conta aí pra gente nos comentários!

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