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Apple levaria 8 anos para tirar só 10% da produção da China

USA Today
Fábrica da Foxconn

O movimento da Apple de reduzir a dependência das linhas de produção chinesas ficou mais do que claro com a decisão de começar a fabricar iPhones na Índia em maior escala. A questão é que poderá não ser tão fácil quanto esperado fazer isso, dada a alta participação da indústria da China na fabricação dos produtos da Maçã.

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Vários motivos desestimulam a dependência da China. Os lockdowns e medidas sanitárias um pouco extremas acabam por atrapalhar o cronograma da empresa, além de instabilidades advindas de outras motivações. Desde a guerra comercial iniciada no governo do então presidente americano Donald Trump, até as recentes tensões envolvendo Taiwan, são questões que apenas repelem as empresas do país.

Nesse sentido, a Apple está buscando maneiras de diminuir a alta dependência em relação aos chineses. Para isso, por exemplo, começou a produzir uma parte dos iPhones 14 na Índia e fechou um acordo de expansão da Foxconn no Vietnã, no valor de US$300 milhões. O cenário atual, em contrapartida, é muito mais complicado.

Para se ter uma ideia, de acordo com a Bloomberg, a China produz 98%(!) dos iPhones. A Índia fica com 1% e o Brasil com o outro 1% restante. Assim, a estimativa é de que seriam necessários 8 anos para mover apenas 10% da produção da China para outros países.

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As razões são variadas, mas concentram-se na “inércia” e no histórico das últimas décadas. Mesmo com os problemas, a produção chinesa é muito mais consolidada que a de outros países, encontrando-se mais integrada à cadeia de suprimento. Além disso, empresas como a própria Apple passaram os últimos anos fazendo investimentos em fábricas chinesas, de modo que é complicado “abandoná-las” agora.

Os Estados Unidos tampouco se encontram parados. A lei de incentivo à fabricação nacional de chips foi sancionada no mês passado, configurando-se como um claro estímulo para as empresas levarem a produção de semicondutores para os EUA. Há provisões explícitas que proíbem companhias que receberam os subsídios previstos de produzirem chips avançados na China.

Outras estratégias, como a chamada “China Plus One”, propõem algo mais realista, no sentido de não abandonar totalmente os chineses — o que seria atualmente pouco factual —, mas de ir fortalecendo outros parceiros comerciais gradualmente. É isso que a Apple está fazendo ao levar parte da produção para a Índia e o Vietnã — países que também competem com a China.

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Não podemos esquecer que, apesar de aliado dos EUA, Taiwan também é uma fonte de preocupação para os americanos. 90% dos semicondutores avançados são fabricados lá, configurando uma alta fonte de dependência. Além disso, a ilha está em meio às instabilidades relativas à China, o que só complica ainda mais a situação.

A verdade é que nada nesse intrincado tabuleiro é simples. Dada a supremacia quase que absoluta da participação da indústria chinesa, é muito claro que qualquer mudança não acontecerá rapidamente e implicará vários dos players envolvidos.

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