Um grupo de trabalhadores de varejo da Apple na Austrália votou pela realização de uma greve entre integrantes de um sindicato (que inclui trabalhadores de diversas outras áreas) na próxima semana, enquanto a briga entre os funcionários e a Maçã sobre um novo acordo salarial continua. As informações são da Reuters.
Cerca de 150 trabalhadores da gigante de Cupertino, representados pelo Sindicato dos Trabalhadores de Varejo e Fast Food (RAFFWU, na sigla em inglês), aprovaram com unanimidade a ação para a próxima terça-feira (18/10), marcando a primeira greve coordenada nacionalmente por trabalhadores de varejo na história australiana.
As paralisações ocorrerão em todo o país e, no caso da Apple, estão focadas em três lojas — as quais possuem o maior percentual de membros do RAFFWU.
A ação inclui uma paralisação de uma hora e diversas proibições relacionadas à execução de algumas funções, entre elas o uso de telefones de lojas, entregas de produtos, promover serviços ou realizar qualquer função financeira. No caso da Apple, os membros do sindicato também concordaram com uma paralisação adicional de 24 horas se a companhia apresentar um acordo final para votação sem o aval do grupo.
O secretário nacional do RAFFWU, Josh Cullinan, disse que seus membros — que compõem cerca de 150 dos 4.000 funcionários australianos da Apple — querem garantir um acordo salarial melhor. A mudança mais recente, apresentada pela Apple no início de agosto, foi alvo de críticas depois que representantes sindicais alertaram que isso resultaria em um possível aumento das horas trabalhadas (para mais de 60 horas por semana).
[Nossos membros] não têm equilíbrio entre vida profissional e pessoal, precisam estar disponíveis 24 horas por dia, 7 dias por semana, recebem suas listas com algumas semanas de antecedência, mas não têm turnos definidos. Eles não têm os dias de trabalho, não podem organizar o cuidado dos seus filhos. É casual [o trabalho], com outro nome — exceto que eles não recebem os salários mínimos de um trabalhador casual.
A Apple contestou essas alegações, dizendo que nenhum funcionário estará sujeito a uma semana de 60 horas de trabalho e que as horas extras seriam pagas aos funcionários que trabalham mais de 76 horas quinzenalmente. Funcionários temporários que trabalham meio período também receberiam horas extras.
Um porta-voz da Apple disse que a empresa agiu de “boa fé” durante as negociações e está oferecendo um acordo justo para seus “valorizados membros da equipe em toda a Austrália”.
Estamos comprometidos em fornecer a melhor experiência possível para nossos funcionários, incluindo remuneração e ótimos benefícios, concessões anuais de ações e políticas abrangentes de licença. Tudo isso excedendo os padrões da indústria australiana.
Do outro lado do Pacífico, nos Estados Unidos, a Apple também está enfrentando problemas com as organizações sindicais — e foi recentemente alvo de uma ação por supostamente agir contra as tentativas de organização dos seus funcionários em Nova York.
via AppleInsider
Atualização19/10/2022 às 12:18
Conforme previsto, os funcionários da Apple — que também são membros do sindicato RAFFWU — entraram em greve na terça-feira (18/10). Ao Sydney Morning Herald, um colaborador da Maçã identificado apenas como Max comentou a paralisação:
Foi incrível manifestar juntos. Andando no meio daquela loja, com tantos de nós, a energia era absolutamente incrível. Tivemos tanta sorte que nós, como equipe, conseguimos nos unir tão fortemente sobre isso. Só posso esperar que isso aconteça novamente em todas as lojas da Apple ao redor do mundo.
A Apple, vale notar, propôs um novo acordo salarial, mas o sindicato argumentou que os termos não dão aos trabalhadores nenhum aumento real ou, em 25% dos casos, apenas aumentos abaixo da inflação. O sindicato detalhou a oferta da Apple em um site chamado Are We Voting Yes Yet.
Os membros da RAFFU estão planejando mais paralisações, desta vez por 24 horas, no próximo sábado (22/10).
via AppleInsider
