Como esperado, a longa novela da aquisição do Twitter pelo bilionário Elon Musk chegou ao fim — após cerca de seis meses de altos e baixos, polêmicas e até mesmo processos judiciais.
Espera-se que Musk compartilhe mais sobre seu plano para o Twitter com os funcionários nesta sexta-feira. Na madrugada de hoje, pouco tempo após a notícia de que a aquisição havia sido confirmada, o executivo compartilhou a seguinte declaração:
Uma das primeiras medidas após a compra da rede social por Musk foi a demissão de Parag Agrawal, que sucedeu Jack Dorsey como CEO1Chief executive officer, ou diretor executivo. do Twitter, e do diretor financeiro Ned Segal. Ambos estavam na sede da empresa no momento da destituição e precisaram sair escoltados pela segurança, segundo a Reuters.
Vijaya Gadde, chefe de políticas do Twitter (que Musk havia criticado publicamente), também foi demitida — bem como o conselheiro geral Sean Edgett, de acordo com o The New York Times. Por fim, a diretora de atendimento ao cliente, Sarah Personette, também foi dispensada, conforme informado pelo Business Insider. Agora, Musk terá maior liberdade para escolher seus próprios diretores.
Os ex-executivos, porém, receberão pagamentos consideráveis: Agrawal receberá US$38,7 milhões; Segal, US$25,4 milhões; Gadde, US$12,5 milhões; e, Personette, US$11,2 milhões.
Além disso, as ações do Twitter [$TWTR
] serão retiradas da Bolsa de Valores de Nova York (NYSE, na sigla em inglês) oficialmente em 8 de novembro, de acordo com um registro na Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos. Isso também indica que a fusão entre o Twitter e a subsidiária de Musk, a X Holdings II, foi concluída — portanto, a X Holdings I passará a deter todas as ações da rede social.
No momento da redação deste artigo, as ações do Twitter valiam US$53,70 — um pouco abaixo do preço de compra de Musk, que foi de US$54,20. Quando a empresa se tornar privada, porém, não será necessário a divulgação dos resultados fiscais trimestrais — incluindo a quantidade de usuários ativos.
Próximos passos
Ainda permanecem dúvidas sobre o que Musk planeja fazer com o Twitter, embora o executivo tenha feito vários comentários públicos ao longo dos últimos seis meses. Nesse sentido, o The Washington Post informou, na semana passada, que Musk planejava demitir 75% dos funcionários da empresa, citando estimativas dadas a potenciais investidores da empresa. O executivo, então, disse que a porcentagem divulgada (75%) era imprecisa, conforme noticiado pela Bloomberg.
Musk, que também é CEO da Tesla e da SpaceX, sugeriu que mudará a maneira como a moderação do Twitter funciona, potencialmente relaxando algumas políticas — entre elas regras que fizeram o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, ser permanentemente banido da plataforma.
Embora Musk tenha dito que a aquisição do Twitter “não é uma maneira de ganhar dinheiro”, ele supostamente levantou ideias para cortar custos e aumentar a receita. Dessa forma, governos e corporações poderão pagar um “pequeno custo” para usar o Twitter. Alguns dos atuais funcionários, porém, criticaram os planos de Musk para a plataforma, dizendo que eles eram “incoerentes” e “carentes de detalhes”.
Mais amplamente, Musk ventilou a criação do “X, o aplicativo de tudo” — em referência ao aplicativo WeChat da China, que começou como uma plataforma de mensagens mas, desde então, cresceu para abranger vários negócios, de compras a pagamentos e jogos. “Você basicamente vive no WeChat na China, se pudermos recriar isso com o Twitter, seremos um grande sucesso”, disse ele na época.
Resta-nos continuar acompanhando os próximos capítulos desse (histórico) acontecimento.
Notas de rodapé
- 1Chief executive officer, ou diretor executivo.