Muito bem, meus amigos; depois de muita especulação e expectativa, a Apple lançou na semana passada os novos iPads Pro. Nos últimos meses, muito se falou sobre como seria esse lançamento. A princípio havia um rumor de um novo evento, depois alguns leakers, como Mark Gurman, afirmaram que o lançamento seria apenas via press release para a imprensa, o que de fato se confirmou.
Sobre as novas características, além da certeza do chip M2, alguns esperavam uma traseira de vidro que carregasse outros devices (carregamento reverso/bilateral), novo teclado, tela XDR no modelo de 11 polegadas, entre outras coisas que fizeram a comunidade de usuários do tablet mais famoso do mundo aguardar ansiosamente por esse lançamento.
Vale notar que esses rumores também foram descartados tempo depois pelos mesmos analistas/leakers (como da traseira de vidro e da tela Mini-LED no iPad Pro de 11″), mas é claro que a esperança — pelo menos para alguns — permaneceu.
Finalmente, no dia 18 de outubro, os novos iPads vieram ao mercado, para grande decepção de usuários (pelo menos a minha). Especialmente depois do lançamento do iPadOS 16, com mudanças muito significativas para produtividade, o iPad merecia um upgrade mais… arrojado.
O design sempre foi um dos grandes destaques da Apple, especialmente em tempos de Steve Jobs e Jony Ive, o que não necessariamente vem sendo uma marca dos últimos anos (vide os novos MacBooks Pro). Não quero dizer que os aparelhos mais recentes não são bonitos — o novo MacBook Air meia-noite, por exemplo, ficou realmente lindo! Mas os designs deixaram de ser o grande diferencial dos produtos.
Os primeiros iPads Pro eram bastante desajeitados, mas a versão lançada em 2018 trouxe uma nova roupagem muito moderna para eles — que, inclusive, me trouxeram de volta ao tablet. Mas já estamos com esse design há quatro longos anos. Não seria o momento de inovar? Outras marcas estão ousando bastante nos modelos, inventando devices dobráveis e outras peripécias, mas a Apple optou por manter exatamente o mesmo modelo mais uma vez, partindo para uma vida útil de 5-6 anos com esse design. Já estava na hora de alguma mudança, especialmente em função das adaptações em outros aparelhos.
O chip M2 é, sem dúvida, muito poderoso. Todo o marketing da Apple sobre o novo iPad ficou em cima dessa característica e o quanto o iPad agora pode produzir mais, especialmente em relação a vídeos em formato ProRes. Mas a questão é: o iPad é um device apenas para quem trabalha com imagem e vídeo? E novos recursos para outros usos profissionais do tablet? Claro que o M2 trouxe uma melhoria como um todo, mas em termos de performance, temos cerca de 15% a mais que em tablets com o M1, pouca diferença para impulsionar a troca do device.
Outro item que precisava ser melhorado é o Magic Keyboard. Apesar de prático e funcional, ele tem um design pobre e usabilidade ainda limitada. Sem contar que, com pouco tempo de uso, ele fica bastante marcado — uma característica ruim para um teclado que pode chegar a US$350 (ou R$4.223) na versão para o iPad 12,9 polegadas.
Para completar a frustração, o iPad de entrada (carinhosamente apelidado pelo pessoal do MacMagazine de iPad “nada”, por não ter um sufixo em seu nome) trouxe algo muito bem-vindo: uma câmera na lateral. Quem usa o iPad para reuniões sabe o quanto é estranho ter reuniões com o iPad no formato paisagem e uma câmera localizada para ser usada quando o tablet está em pé, na vertical. O Palco Central (Center Stage) melhorou um pouco essa experiência, mas não o suficiente. Além disso, o iPad de entrada trouxe novas cores e deixou o modelo bem mais moderno — e, estranhamente, com uma ótima característica que não temos na linha flagship. Se não fosse a impossibilidade de estender a tela para um monitor, eu consideraria a possibilidade de trocar o iPad Pro pelo iPad de entrada.
Concluindo: os novos iPads Pro trouxeram três novidades: chip M2, melhor Wi-Fi (o 6E) e a possibilidade de usar o Apple Pencil a uma certa distância (particularmente, não vi vantagem nenhuma nessa característica).
Não é a primeira vez que vemos a Apple confusa quanto ao posicionamento estratégico e foco em produtos. Uma pena que o iPad — provavelmente hoje o produto mais inteligente da empresa e com grande potencial de ganhar novos públicos — tenha passado por um upgrade tão insignificante. Talvez teria sido melhor deixar para ano que vem e fazer uma mudança mais robusta.
Se eu vou trocar de iPad? Talvez. Vender no Brasil e comprar um novo fora é algo interessante para atualizar o patrimônio (para quem tem essa possibilidade, é claro), mas a motivação ficou muito pequena diante desse lançamento.
E você? O que achou dos novos iPads Pro?
[[https://compare.macmagazine.com.br/dispositivo/Tablets/Apple-iPad-Pro-13-M4,15899.00 https://compare.macmagazine.com.br/dispositivo/Tablets/Apple-iPad-Pro-11-M4,12299.00]]NOTA DE TRANSPARÊNCIA: O MacMagazine recebe uma pequena comissão sobre vendas concluídas por meio de links deste post, mas você, como consumidor, não paga nada mais pelos produtos comprando pelos nossos links de afiliado.