A Apple está enfrentando um novo processo (que poderá se tornar ação coletiva) nos Estados Unidos, no qual é alegado que a companhia registra a atividade dos usuários sem seu consentimento — apesar de todas as garantias de privacidade destacadas pela Maçã, conforme divulgado pela Bloomberg.
O processo foi movido por Elliot Libman, cidadão de Nova York e proprietário de um iPhone 13. Segundo ele, a Apple oferece garantias “totalmente falsas” de que os usuários estão no controle de quais informações compartilham quando usam seus aplicativos para iPhones.
Especificamente, a ação alega que as opções do iOS para desabilitar o compartilhamento de análises do dispositivo e a desativação de configurações como “Permitir que os aplicativos solicitem o rastreamento” não impedem a Apple de continuar coletando dados relacionados à navegação e atividade dos usuários para fins de monetização.
A Apple registra, rastreia, coleta e monetiza dados analíticos — incluindo histórico de navegação e informações de atividade — independentemente de quais salvaguardas ou “configurações de privacidade” os consumidores adotam para proteger sua privacidade. Mesmo quando os consumidores seguem as próprias instruções da Apple e desativam “Permitir que aplicativos solicitem o rastreamento” e/ou “Compartilhar análise de [dispositivo]” em seus controles de privacidade, a Apple continua a registrar o uso de aplicativos dos consumidores, comunicações de navegação de aplicativos e informações pessoais em seus aplicativos, incluindo App Store, Apple Music, Apple TV, Livros e Bolsa.
Para respaldar suas alegações, Libman cita a recente pesquisa realizada por pesquisadores de segurança da Mysk, os quais alegaram ter encontrado evidências de que as configurações de controle de análise e antirrastreamento não têm efeito na coleta de dados pela Apple na App Store.
De acordo com os pesquisadores, o aplicativo da loja coletou continuamente uma grande quantidade de dados de uso em tempo real, incluindo toques do usuário, aplicativos pesquisados, anúncios visualizados e por quanto tempo um usuário visualiza um determinado aplicativo.
As descobertas foram feitas usando um iPhone com jailbreak executando o iOS 14.6; no entanto, a equipe descobriu uma atividade semelhante em um dispositivo sem jailbreak rodando o iOS 16 — nesse aparelho, porém, os dados foram criptografados e não foi possível determinar exatamente o que eles continham.
Essa limitação não impediu, contudo, que as conclusões servissem de precedente para uma ação judicial. A Apple ainda não comentou o processo.
via Gizmodo