O Twitter parece ter desistido de seguir com a política que proibia links de outras redes sociais em sua plataforma, conforme divulgou ontem durante a final da Copa do Mundo do Catar. A decisão causou uma nova debandada de usuários importantes e provocou uma verdadeira enxurrada de críticas à empresa e ao seu dono/CEO1Chief executive officer, ou diretor executivo., o bilionário Elon Musk.
A polêmica começou quando um perfil oficial do Twitter publicou um comunicado dizendo que “a promoção gratuita de certas plataformas de redes sociais” não seria mais permitida. Entre os competidores citados pela companhia em uma página de suporte estavam o Instagram, o Facebook e duas das principais “alternativas” ao Twitter no momento: o Mastodon e o Nostr.
Ainda de acordo com essa página, usuários que continuassem divulgando links de outras redes sociais no Twitter poderiam ter desde o seu tweet deletado até sua conta inteira desativada. Essa restrição, vale notar, também contemplava a divulgação indevida de nomes de usuário (mesmo sem os links) e o uso de agregadores como o Linktree ou o Lnk.Bio.
A única exceção para essa política seriam posts de outras plataformas publicados no Twitter através das ferramentas oficiais de compartilhamento da rede social, como acontece no Instagram, por exemplo. Plataformas rivais ainda poderiam usar o Twitter para promover seus serviços, mas não sem pagar por isso.
Tanto o tweet que anunciava a mudança quanto a página de suporte que explicava a nova regra foram apagados no fim deste domingo, indicando uma possível desistência do Twitter. Musk, vale notar, já havia recuado ontem ao dizer que a regra só se aplicaria em casos em que o único objetivo de uma postagem fosse promover uma rede rival:
O bilionário chegou a prometer logo depois que faria uma enquete para decidir se continuava ou não com as restrições, seguido de um pedido de desculpas. A enquete em questão foi publicada pelo mesmo perfil que anunciou a mudança e, no momento da redação deste artigo, dá ampla vantagem para a opção que vai contra as restrições.
Enquetes e mais enquetes
Em meio a toda essa bagunça, Musk publicou outra enquete, desta vez em seu perfil pessoal, na qual ele perguntou aos usuários se deve ou não abdicar do seu cargo de CEO. Como é possível ver abaixo, 57,5% das mais de 17 milhões de pessoas que votaram disseram que o bilionário devia, sim, se afastar do comando da plataforma.
Essa não é a primeira vez, entretanto, que Musk considera a possibilidade de entregar o seu cargo para outra pessoa. No mês passado, o bilionário afirmou em uma audiência que não queria “ser o CEO de nenhuma empresa”. Especula-se, inclusive, que ele estaria planejando deixar o cargo de diretor executivo também da Tesla.
Portanto, um CEO costuma ser visto como uma função focada nos negócios, mas, na realidade, minha função tem muito mais a ver com a de um engenheiro desenvolvendo tecnologia e garantindo que criemos tecnologias inovadoras e que tenhamos uma equipe de engenheiros incríveis que podem alcançar aqueles objetivos.
Aguardemos os próximos capítulos dessa novela…
Notas de rodapé
- 1Chief executive officer, ou diretor executivo.