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A Apple e suas estratégias para desafiar o Google

Investimento em melhorias nos mapas, pesquisas e publicidade no iOS pode se tornar um desafio para o Android
Apple Mapas
Autor(a) convidado(a)

Emanoel Bertoleza

Da capital do Ceará para o mundo, é graduado em Publicidade e Propaganda pela UniFBV de Recife e estudante do 4° semestre de Jornalismo. Fascinado por tecnologia, principalmente pelo universo Apple, passa o dia tweetando com o seu iPhone 11 amarelo e escreve para o MacMagazine em um MacBook Air (M1) enquanto ouve rap italiano nos seus AirPods Pro.

A briga entre as gigantes da tecnologia não é de hoje. Em 2011, na biografia de Steve Jobs (escrita por Walter Isaacson), o mundo soube o quanto o gênio da Maçã estava irritado com o sistema operacional Android. Na publicação, encontramos citações que revelam que Jobs estava disposto a “usar seu último suspiro até a morte” e o quanto estava empenhado em “destruir o Android” após acusar o sistema operacional do Google de ser um “produto copiado”. O alvo desse desafeto era Eric Schmidt, até então membro da diretoria da Apple e CEO1Chief executive officer, ou diretor executivo. do Google.

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Schmidt chegou a trabalhar nas duas empresas ao mesmo tempo, mas saiu em 2009 por conflitos de interesse – especificamente porque “o Google entra mais e mais nos negócios da Apple, com o Android e o Chrome OS”, segundo Jobs disse na época.

Hoje, o clima é ameno entre as empresas, apesar de haver rumores que o iPhone guarda rancor do Google. Fontes internas relatam que existe na Apple uma guerra silenciosa contra o Google, na qual o foco deixou de ser ataques públicos e se transformou em ataques tecnológicos, buscando superar cada vez mais os produtos Android.

Quem ganha com essa disputa são os consumidores das duas marcas, afinal todo mundo quer aparelhos de última geração e com funcionalidades diversificadas, seja em desempenho ou inovação — e, desta vez, não será diferente.

Estratégias da Apple para conquistar o espaço do Android

A Apple tem trabalhado formas de ser cada vez mais independente dos recursos oferecidos pela Alphabet, empresa que controla o Google, realizando melhorias significativas em suas ferramentas de mapas, buscas na internet e publicidade digital.

Apple Mapas

Mapas

A principal frente de batalha da estratégia é o mapeamento, iniciado em 2012, com o lançamento do aplicativo Mapas (Maps), substituindo o app pré-instalado do Google. Após algumas frustrações pós-lançamento, hoje a Apple tem buscado cada vez mais realizar melhorias no aplicativo e uma das últimas novidades anunciadas foi o Business Connect, recurso o qual permite que empresas reivindiquem pontos no mapa para que possam interagir com usuários — ou seja, a versão do Google Business da Apple. 

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Conhecido também como Google Meu Negócio, a ferramenta do Google permite que usuários encontrem estabelecimentos próximos e obtenham informações como horário de funcionamento, site, pedidos de orçamento e muito mais. O diferencial da proposta da Apple é que, com o Business Connect, o usuário terá recursos exclusivos como integração com Apple Pay, possibilitando pagamento pela Carteira (Wallet).

“Apple Search”

A segunda frente de batalha é a ferramenta de busca, chamada internamente de “Apple Search” — que facilita “bilhões de pesquisas” por dia, de acordo com os envolvidos no projeto.

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Em 2013, a Apple adquiriu a Topsy Labs, uma startup que indexou o Twitter para permitir buscas e análises. Atualmente, essa tecnologia é utilizada sempre que um usuário do iPhone pede informações à Siri ou digita perguntas no Spotlight do Mac. 

O “Apple Search” foi ampliado em 2019, com a compra da Laserlike, startup de inteligência artificial que tem como missão fornecer informações de alta qualidade e diversas perspectivas sobre qualquer tópico da internet. 

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Com a política de proteção de dados lançada em abril de 2021, a substituição do Google nos produtos da Apple garante aos usuários maior privacidade em suas consultas da web, impedindo vazamento de dados para terceiros, fortalecendo ainda mais a marca e a sua campanha de marketing (que tem como alicerce a proteção de dados) — e, de quebra, ainda causaria grande impacto nos negócios do Google.

A gigante da tecnologia e a publicidade online

Por fim e não menos importante, temos a terceira frente — e talvez a mais impactante: a publicidade online, responsável por mais de 80% da receita da Alphabet.

Em setembro do ano passado, a Apple contratou Keith Weisburg como gerente de produto do grupo Ad Platforms, o que é um indicação de que a Apple está buscando construir uma rede de anúncios inovadora, garantindo a privacidade dos usuários. Weisburg já passou por Google, YouTube e Amazon.

Esse movimento da Apple tem deixado a Alphabet mais vulnerável do que nunca no iOS, pois a Maçã é cada vez mais incentivada a entrar no negócio de buscas à medida que desenvolve seu braço de publicidade digital.

Como profissional de comunicação que atua diretamente com o marketing digital — e Applemaníaco —, saber sobre a movimentação da Apple para o segmento de buscas e publicidade online é muito motivador, principalmente porque a nova política de privacidade deixou o mercado publicitário preocupado. Não sabíamos como atingir os usuários de iOS e macOS e, com o lançamento dessas estratégias, o sol brilha mais uma vez para as agências de publicidade e anunciantes.


Quer saber mais sobre o mundo Apple? Novidades, lançamentos e especulações?! Fique ligado aqui no MacMagazine. 😉

Notas de rodapé

  • 1
    Chief executive officer, ou diretor executivo.

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