Apresentado na WWDC22, o novo CarPlay já está mobilizando o mercado automobilístico, a exemplo das 14 montadoras que confirmaram a adoção ao sistema, incluindo a Lucid Motors. A General Motors, porém, anunciou que está indo no caminho contrário.
De acordo com a Reuters, a GM deixará de incluir o CarPlay e o Android Auto em seus veículos elétricos a partir do lançamento da Chevrolet Blazer 2024, colocando no lugar um sistema próprio feito em parceria com o Google. Os carros a combustão e aqueles que já tenham os sistemas continuarão a incluí-los, todavia, embora eles deverão ser descontinuados em 2035, provavelmente devido a uma regulação europeia aprovada há alguns dias.
A decisão é bastante surpreendente, especialmente considerando que a GM destacava-se por oferecer mais veículos com CarPlay/Android Auto que as outras montadoras. Também se trata de uma vitória para o Google, que ajudou no desenvolvimento do sistema que será usado nos novos veículos, o qual estava sendo construído desde 2019.
As razões por trás dessa mudança concentram-se na possibilidade de prospectar lucros com assinaturas do serviço, além de capturar dados sobre vários aspectos relacionados ao uso dos veículos. Executivos da GM também disseram que não vincular o sistema a um aparelho específico ajuda recursos como a direção assistida a estarem mais integrados à navegação.
Os novos veículos elétricos da marca que contarem com o novo sistema terão acesso ao Google Maps e ao Google Assistente sem custo por oito anos. Haverá, ainda, a possibilidade de instalar aplicativos como o Spotify ou outros serviços de streaming de música e de audiolivros, como o Audible.
A empresa prevê que poderá ter entre US$20 bilhões e US$25 bilhões de receita anualmente até 2030 com a assinatura desse serviço próprio. Continuará sendo possível conectar o smartphone ao áudio do carro para ouvir música ou fazer ligações, assim como os primeiros rádios automotivos faziam muito tempo atrás.
Conforme lembrou o 9to5Mac, outra montadora que adota a mesma estratégia é a Tesla. A marca de veículos também não inclui o CarPlay ou o Android Auto em seus carros, que trazem um sistema proprietário, alvo de reclamações por parte dos usuários. Assim, para que a estratégia da GM dê certo, será necessário que os consumidores valorizem a marca mais do que o CarPlay.
Aqui no Brasil, o impacto não deverá ser tão grande quanto em outros países, tendo em vista que veículos elétricos ainda não têm uma disseminação tão ampla quanto os a combustão, que continuarão com o CarPlay/Android Auto. Para os que são consumidores dos veículos elétricos da GM, porém, é bom se preparar para a mudança!