No final de março, um post no Twitter relacionado ao furto de um iPhone gerou uma onda de outros relatos na rede. Todas as pessoas haviam sido vítimas do crime e, coincidentemente, seus aparelhos foram parar no mesmo lugar: um estabelecimento chamado Coopertel Administração e Comércio de Telefones, na Rua Guaianases, 67 — região conhecida como Cracolândia, na cidade de São Paulo (SP).
Foram tantos casos em que os aparelhos furtados/roubados terminaram nessa localização — descoberta a partir do aplicativo Buscar (Find My) — que a avaliação da tal empresa no Google Maps está em 1,7 estrela, com diversas pessoas relatando justamente que seus celulares foram para o local após terem sido subtraídos.
E a situação só fica mais dramática: em 2021, um iPhone da jornalista Rosana Hermann também foi furtado e terminou na Rua Guaianases. Procurando mais sobre o assunto na época, ela encontrou relatos de 2017 (seis anos atrás!) sobre casos análogos, em que aparelhos furtados vão parar nessa localização.
Em março deste ano, a Polícia Civil de São Paulo finalmente conduziu uma operação no local, tendo como resultado a prisão de cinco pessoas (todas estrangeiras) e a apreensão de 53 celulares, além de notebooks e outros aparelhos. As autoridades chegaram aos suspeitos após 60 mandados de prisão, tendo descoberto um grupo de WhatsApp formado em grande parte por senegaleses, em que foram achadas conversas sobre o roubo de celulares.
Com a prisão, mais detalhes sobre a atuação da quadrilha foram descobertos. Os aparelhos são roubados de motoristas parados no trânsito ou de pessoas em grandes pontos de aglomeração. O processo de negociação dos celulares geralmente ocorre por meio de aplicativos de mensagem e a entrega aos “clientes” (receptadores) é feita em pontos da cidade como a própria Rua Guaianases.
Chama a atenção o preço cobrado pelos aparelhos roubados. Um iPhone 11, por exemplo, tem o preço de R$400 (não sendo encontrado por menos de R$2.800 no varejo), enquanto um iPhone 13 Pro Max é vendido por R$1.800 pelos criminosos. Não ficou claro se os aparelhos ainda são reutilizados por outras pessoas, tendo em vista que costumam ser bloqueados pelas vítimas dos furtos/roubos.
Veja abaixo os preços cobrados por vários modelos de iPhones:
- iPhone 11: R$400
- iPhone 11 Pro: R$600
- iPhone 11 Pro Max: R$800
- iPhone 12: R$600
- iPhone 12 Pro: R$800
- iPhone 12 Pro Max: R$1.300
- iPhone 12 mini: R$500
- iPhone 13: R$800
- iPhone 13 mini: R$600
- iPhone 13 Pro: R$1.300
- iPhone 13 Pro Max: R$1.800
A 1ª Delegacia Seccional Centro de São Paulo, responsável pela região, afirmou que vem sendo conduzido um trabalho de inteligência em relação a crimes patrimoniais. Mais quatro suspeitos tiveram a prisão decretada pela justiça além dos cinco anteriores; todo o caso teve início com a investigação de três ladrões que agiam nas imediações da Avenida dos Bandeirantes.
Que situação, hein?
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