A pedido do Universal Music Group, a Apple e outras empresas removeram a música “Heart on my Sleeve” dos seus catálogos. A canção foi gerada por uma inteligência artificial a partir de trechos de canções do rapper Drake e do cantor The Weeknd.
De acordo com a BBC, o UMG entrou em contato com serviços de música alegando que a canção estaria violando a lei de direitos autorais. Isso porque, segundo o grupo, ela foi criada por uma IA.
Lançada nas plataformas digitais na sexta-feira passada, a música tornou-se um tremendo viral nas redes sociais. Procurado pela BBC, o autor da canção — conhecido como @ghostwriter — confirmou que ela foi criada por um software treinado para imitar as vozes dos artistas.
O Apple Music removeu a música na segunda-feira, seguido por outros serviços, como o Deezer, o TIDAL, o TikTok, o Spotify e o YouTube. Para a BBC, o Universal Music Group disse:
Esses casos demonstram por que as plataformas têm uma responsabilidade legal e ética fundamental de impedir o uso de seus serviços de maneiras que prejudiquem os artistas. Estamos encorajados pelo envolvimento dos nossos parceiros de plataforma nessas questões, pois eles reconhecem que precisam fazer parte da solução.
Jani Ihalainen, advogado especialista em propriedade intelectual, contou ao site inglês que a lei de direitos autorais não é tão clara quanto a esse caso em específico. Segundo ele, a legislação do Reino Unido dá aos artistas certos direitos sobre suas apresentações, incluindo a criação de cópias de gravações de performances específicas.
No entanto, uma voz imitada por software (deepfaked), que não copia especificamente uma apresentação, provavelmente não será coberta e até poderia ser considerada uma obra protegida por si só.
A legislação atual está longe de ser adequada para lidar com deepfakes e as questões potenciais em termos de direitos de propriedade intelectual e outros direitos.
Nenhum dos artistas que tiveram suas vozes imitadas comentaram a música lançada.
via AppleInsider