Já há bastante tempo, temos acompanhado a polêmica em torno da sindicalização de funcionários das lojas da Apple ao redor do mundo — a qual ganhou mais um capítulo, como noticiado pelo jornalista Mark Gurman, da Bloomberg.
Nos desdobramentos mais recentes, os funcionários da Apple Towson Town Center, no estado de Maryland — a primeira loja a se sindicalizar nos Estados Unidos, vale notar — estão pedindo salários mais altos e folgas adicionais, além de mudanças que podem afetar a experiência de varejo (rigidamente controlada), como permitir que os clientes deem gorjetas de 3%, 5% ou um valor personalizado (para transações com cartão de crédito na loja) aos funcionários.
Isso permitirá que os clientes expressem gratidão por um trabalho bem feito sem quaisquer obrigações. Todo o dinheiro arrecadado dessa maneira seria distribuído aos membros da unidade de negociação quinzenalmente, com base nas horas trabalhadas.
Ainda de acordo com as informações, a proposta exige mudanças na política de férias, licença por luto (de 10 dias por ocorrência para um máximo de 45 dias por ano) e horas extras. O sindicato também está tentando dobrar o pagamento dos funcionários que trabalham mais de 8 horas por dia ou 40 horas por semana e, por fim, está pedindo à Apple que pague US$1 a mais por hora aos funcionários que se tornarem certificados em primeiros socorros e forneça até 34 semanas de indenização em caso de demissão.
A Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais (IAM CORE, na sigla em inglês), associação que representa os funcionários da loja, está conduzindo as negociações com a Apple nesta semana.
Percebemos que se trata de uma negociação e são propostas iniciais. Nosso objetivo é e sempre foi trazer de volta um contrato aceitável para os membros ratificarem.
Gurman destacou que alguns desses benefícios “são raros no mundo do varejo”, criando a preocupação entre alguns funcionários de que as negociações iriam emperrar e impedir que os trabalhadores aprovassem mudanças mais importantes. Ainda assim, o sindicato diz que já negociou tais regalias com outras empresas.
A Apple ainda não comentou a proposta; no entanto, considerando o histórico da companhia, é bem capaz de os funcionários (e a sua associação) enfrentarem algumas dificuldades nesse processo.