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Fabricante de teclados Brydge fecha após parceria com a Apple

Brydge Air MAX+

A marca de teclados Brydge — que produzia acessórios para iPads, Macs e outros dispositivos — teve a sua marca e suas propriedades intelectuais adquiridas em razão do não pagamento de obrigações (dívidas) e está fechando as portas.

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Há mais de dez anos a empresa lançava teclados que tornavam os iPads parecidos com MacBooks, tendo inclusive criado um modelo com uma espécie de trackpad antes mesmo de a Apple lançar o Magic Keyboard e de liberar suporte nativo a trackpads com o iPadOS 13.4.

Foi com o lançamento do teclado com trackpad da Maçã que as coisas começaram a ficar mais difíceis para a Brydge. O seu principal diferencial — levar o formato do MacBook ao iPad — não apenas havia ganhado concorrência direta da Apple, cujos teclados inclusive não tinham os problemas dos da marca, mas também da Logitech, que havia obtido acesso ao software da Maçã por meio de uma parceria.

De acordo com o 9to5Mac, porém, após a frustração de ter sido preterida do mesmo tratamento dado à Logitech, a Brydge terminou sendo contatada pela Apple em meados de 2020 e recebeu acesso ao firmware para desenvolver melhor o trackpad do seu teclado. Contudo, a relação não foi tão simples, já que a gigante de Cupertino não deu acesso a tudo o que a marca de acessórios precisava.

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Em meio ao conflituoso processo de desenvolvimento, o modelo de teclado Pro+ — cujo trackpad apresentava vários problemas de otimização — continuou a ser vendido. A Brygde também passou a enfrentar dificuldades financeiras, funcionando com um fluxo de caixa apertado, embora não fosse transparente quanto a isso. Em 2021, um novo modelo do acessório finalmente foi lançado.

Todavia, os problemas que assolavam a marca de teclados não pararam por aí e foram apenas combinando-se a outros. A empresa tinha dois CEOs1Chief executive officers, ou diretores executivos. com personalidades bastante diferentes, o que incomodava os funcionários, além de ter ampliado contratações e ficado alguns meses sem um diretor financeiro, o que só piorou a situação do caixa.

Alguns antigos empregados da empresa também disseram ao 9to5Mac que o objetivo dos donos era, desde o início, que a Brydge fosse adquirida por outra companhia maior. Isso, inclusive, quase aconteceu: no ano passado, a fabricante de teclados quase foi adquirida pela Razer e pela Targus, embora os acordos não tenham sido fechados. Um dos motivos para tal foi a grande rotatividade de funcionários — os quais, por sua vez, passaram a acreditar cada vez menos no futuro da empresa.

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Por fim, o balanço de pagamentos da Brydge foi ficando cada vez menos sustentável, em especial após uma parceria com influenciadores, de modo que a empresa terminou fechando as portas, devendo salários e entregas de produtos nesse processo. Em um comunicado, a empresa disse que o fechamento se deve a dificuldades advindas da pandemia e que espera que o novo dono da marca “continue com o legado de inovação” por ela construído.

Ex-funcionários, porém, contestaram essa justificativa, lembrando que a má gestão por parte dos CEOs e suas inabilidades em retirar a empresa da crise financeira foram parte importante do processo de fechamento. Várias situações contadas por eles demonstram como a capacidade de saudar obrigações da Brydge foi se deteriorando a tal ponto que as suas propriedades intelectuais e marca — basicamente o que sobrou — tiveram de ser vendidas para sanar as dívidas.

Muitos órfãos da marca de acessórios por aí?

Notas de rodapé

  • 1
    Chief executive officers, ou diretores executivos.

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