Um novo relatório divulgado pela Communications Workers of America (CWA) indica uma persistente falta de diversidade nas posições de liderança da Apple, levantando preocupações sobre as práticas de contratação e promoção da empresa.
Ainda que as métricas da Apple reflitam um certo progresso na contratação inclusiva, a pesquisa revela uma queda significativa na diversidade à medida que os funcionários sobem na hierarquia corporativa.
Os dados de 2014 a 2021, coletados pela Apple e analisados pela CWA, expõem uma representação desproporcional de candidatos brancos em cargos gerenciais, enquanto pessoas de cor, principalmente negros e hispânicos, têm maior probabilidade de ocupar cargos inferiores.
De acordo com a pesquisa, os esforços da Apple para diversificar sua força de trabalho levaram a um aumento de 70,1% nas contratações de negros e de 93,1% nas contratações de hispânicos.
Ainda assim, esses ganhos não se traduziram em representação proporcional nos níveis mais altos dentro da empresa. Funcionários brancos continuam dominando cargos de liderança, apontando barreiras sistêmicas que impedem a progressão na carreira de pessoas de cor.
O ex-gerente de varejo de uma Apple Store comparou uma chance de promoção dentro da empresa com a resolução de um quebra-cabeça, algo que, para ele, seria semelhante a jogar Wordle:
Você só precisa adivinhar a letra certa e se não acertar, não avança, então você tenta novamente, mas a palavra muda.
Sidney Lo, ex-funcionário de uma Apple Store de Nova York, disse ao TechCrunch que as decisões relacionadas a iniciativas de diversidade, equidade e inclusão (em inglês: diversity, equity, and inclusion, ou DEI) muitas vezes se perdem ou se diluem à medida que passam do nível corporativo para as lojas de varejo.
Enquanto isso, os funcionários de Apple Stores nos Estados Unidos estão avançando em direção à sindicalização. O primeiro caso bem-sucedido aconteceu em uma loja em Maryland, e acredita-se que mais lojas poderão seguir o exemplo.
A Apple, por ora, ainda não se pronunciou quanto ao relatório da CWA ou aos crescentes esforços de sindicalização. Agora, resta-nos esperar para ver como ela abordará essas preocupações e como ela trabalhará em direção a um futuro mais inclusivo e igualitário.