Pesquisadores do Citizen Lab revelaram nesta semana que o spyware Pegasus, usado para invadir iPhones, teria sido utilizado durante um conflito militar, visando cerca de 12 indivíduos na Armênia. Caso isso fique comprovado, esse seria o primeiro caso conhecido do seu uso em um contexto de guerra.
O ataque teria acontecido entre outubro de 2020 e dezembro de 2022, coincidindo com o conflito militar entre Azerbaijão e Armênia pela disputada região de Nagorno-Karabakh. Entre as vítimas, estariam jornalistas e ativistas de direitos humanos.
De acordo com os estudiosos, a ex-ministra das relações exteriores da Armênia, Anna Naghdalyan, teria sido alvo de ataques em várias ocasiões, o que indica seu envolvimento em conversas e negociações sensíveis relacionadas à crise de Nagorno-Karabakh.
Naghdalyan reconheceu que seu telefone continha informações importantes sobre o conflito na época — quando, diga-se, o iOS ainda não dispunha do Modo de Bloqueio (Lockdown Mode). Ela ressaltou a dificuldade de manter a segurança, mesmo com sistemas altamente seguros.
Além dela, os pesquisadores identificaram outras vítimas, incluindo os jornalistas Karlen Aslanyan e Astghik Bedevyan. Enquanto cinco vítimas optaram por permanecer anônimas, um deles é relatado como sendo um representante das Nações Unidas.
Em resposta às acusações, um porta-voz do NSO Group mencionou que eles ainda não receberam o novo relatório e garantiram que a empresa investiga “diligentemente” os relatos de uso indevido do seu spyware.
via WIRED