Ame-o ou odeie-o, o Threads já é um sucesso. Com apenas cinco dias de vida, o “Twitter do Instagram” bateu hoje, segundo dados da Quiver Quantitative, a impressionante marca dos 100 milhões de usuários, o que inclui páginas famosas, veículos de mídia, (muitas) celebridades e uma variedade de empresas importantes — entre elas, a Apple.
Como notado pelo 9to5Mac, a gigante de Cupertino deu os seus primeiros passos no Threads ontem ao importar algumas das suas contas do Instagram para a plataforma, como as do Apple News, do Apple Books, do Apple Music, do Shazam e da Beats. A conta principal da empresa (@apple), entretanto, ainda não teve seu perfil ativado.
De todos esses perfis, o único que chegou a fazer alguma publicação foi o da Beats, o qual inclusive entrou para plataforma logo após o seu lançamento. A subsidiária da Maçã aproveitou o novo espaço para divulgar, por exemplo, os novos Beats Fit Pro assinados pela fragment design.
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Esse crescimento do Threads é especialmente impressionante se consideramos que o aplicativo ainda não está disponível na União Europeia, o que tem sido pedra e tanto no sapato da Meta — e que com certeza custou alguns bons milhões de usuários para a plataforma. Como comentamos, essa indisponibilidade tem a ver com as leis de privacidade do bloco, uma vez que o app coleta uma quantidade um tanto preocupante de dados dos seus usuários.
E por falar em coleta de dados…
Focando em privacidade, a WIRED publicou na última quinta-feira (6/7) um levantamento de todas as informações que a nova plataforma do Instagram armazena sobre os seus usuários, o que inclui os seus usos. O veículo também aproveitou para compará-las aos dados coletados de outras alternativas ao Twitter, como o Mastodon e o Bluesky.
De acordo com o veículo, os dados coletados são utilizados para o direcionamento de anúncios (tanto da empresa quanto de terceiros), analytics, personalização de produto, funcionalidade do app e mais. Eis a lista completa:
- Compras (histórico de compras)
- Informações financeiras (outras informações)
- Localização (localização precisa e aproximada)
- Informações de contato (endereços físicos e de email, nome, número de telefone e mais)
- Contatos
- Conteúdo do usuário (fotos ou vídeos, conteúdo de gameplay e mais)
- Histórico de buscas
- Histórico de navegação
- Identificadores (do usuário e do dispositivo)
- Informações de uso (interação com produtos, dados de anúncios e mais)
- Diagnóstico (dados de crashes, performance e mais)
- Outras informações
Para efeito de comparação, abaixo estão todas as informações coletadas pelo Bluesky:
- Informações de contato (endereços de email)
- Conteúdo do usuário (fotos ou vídeos, suporte ao cliente e mais)
- Identificadores (apenas do usuário)
- Diagnóstico (dados de crashes, performance e mais)
De acordo com a WIRED, elas são utilizadas apenas para melhorar a funcionalidade do app ou para permitir que o usuário publique fotos e vídeos na plataforma.
De todos os apps analisados pelo veículo, o Mastodon é o único que não coleta nenhum tipo de dado do usuário no iOS. No Android, o app coleta apenas o nome do usuário e seu endereço de email para compartilhar com outras empresas — ou seja, nada tão dramático.
Caso você use um cliente alternativo para acessar o Mastodon, entretanto, é sempre uma boa ideia dar uma olhada nas “informações nutricionais” desse aplicativo na App Store para se certificar de que ele também não armazena todas as suas informações.