O melhor pedaço da Maçã.
DANIEL CONSTANTE / Shutterstock.com
Logo do Apple TV+ em um smartphone

As séries com mais risco de cancelamento no Apple TV+ — sim, incluindo “Severance”

Longínquos são os dias nos quais o futuro era brilhante e todas as produções do Apple TV+ tinham um longo e frutífero caminho pela frente, sem cancelamentos ou imprevistos.

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A caixa de Pandora foi aberta em agosto de 2021, quando “Little Voice” foi defenestrada pela Maçã pouco após a estreia da sua primeira (e única) temporada. A série, produzida por Sara Bareilles e J.J. Abrams, ganhou o infame título de primeira produção original da Apple a ser cancelada e abriu a sequência de facadas da empresa: de lá para cá, tivemos também as interrupções de “Mr. Corman”, “Shantaram”, “The Mosquito Coast”, “Amber Brown”, “Dear Edward”, “Truth Be Told”, “High Desert” e “Monster Factory”.

O ritmo de cancelamentos, aliás, parece estar aumentando conforme o catálogo do Apple TV+ cresce: só neste mês já tivemos o anúncio de que “Suspicion” e “City on Fire” não continuarão suas histórias. É normal — nem todos têm a sorte de “Dickinson” ou “Servant”, para citar duas produções de sucesso que completaram seu ciclo e foram finalizadas conforme planejado por seus criadores, sem encarar a assustadora foice da Maçã.

E, neste mundo cão onde apenas os mais fortes (ou melhor, mais populares e/ou mais aclamados) sobrevivem, é óbvio que o ceifador sombrio de Cupertino não parará por aí — ainda mais agora, com dois novos fatores para lá de influentes mexendo seus pauzinhos nos bastidores: as greves dos atores e dos roteiristas de Hollywood, que suspenderam até segunda ordem a produção de quase todo conteúdo audiovisual roteirizado nos Estados Unidos.

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Por isso, nos parágrafos abaixo, vamos dar uma olhada nas cinco séries atualmente ativas do Apple TV+ que, por um motivo ou outro, correm mais risco de serem canceladas num futuro próximo.

“Extrapolations”

A série antológica do Apple TV+ reuniu um elenco estreladíssimo, incluindo Meryl Streep, Edward Norton, Kit Harington, Marion Cotillard e Forest Whitaker, sob a batuta do multipremiado roteirista e diretor Scott Z. Burns. O problema é que nada disso rendeu muita repercussão para a série, que passou em brancas nuvens.

Extrapolations

Além da baixa repercussão, pesa contra uma possível renovação da série a complexidade da sua produção, que pula constantemente por períodos e cenários completamente distintos, todos num futuro próximo afetado por efeitos das mudanças climáticas. E, mesmo após o fim da greve dos atores, acredito ser muito difícil reunir um elenco tão requisitado para uma possível segunda temporada.

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Pelo menos, pesa a favor de “Extrapolations” que ela é uma série antológica, com histórias relativamente independentes a cada episódio — isto é, se a Apple realmente quiser cancelar a produção, poderá optar pela saída elegante de simplesmente anunciar que a narrativa foi encerrada na primeira temporada e não há planos de seguir com novas histórias.

“Hello Tomorrow!”

Enquanto “Extrapolations” pode encarar uma morte relativamente pacífica caso parta ao encontro do seu criador num futuro próximo, o mesmo não pode ser dito de “Hello Tomorrow!”: a ficção científica retrofuturista do Apple TV+ encerrou sua primeira temporada fechando alguns arcos da sua história, mas deixando um monte de ganchos para a sua continuação.

"Hello Tomorrow!" - Apple TV+

O problema é que a série, estrelada por Billy Crudup, simplesmente não foi bem recebida — no momento, ela conta com uma aprovação de 54% entre os críticos e 73% entre o público no Rotten Tomatoes, médias consideravelmente baixas para uma produção televisiva. No geral, críticos e espectadores concordam que os visuais incríveis não conseguiram salvar a série de um roteiro frágil, com personagens unidimensionais.

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Some-se isso à pouca repercussão, e à produção cara e complexa (sim, dois fatores que, como vocês já devem estar percebendo, são constantes nessa lista) e você tem mais uma forte candidata ao cancelamento. Só que, nesse caso, quem acompanhou a primeira temporada de “Hello Tomorrow!” corre o risco de ficar chupando dedo esperando a continuação da história.

“Shining Girls”

Teoricamente, se “Shining Girls” for encerrada, é possível dizer que ela parou onde deveria — afinal, a primeira temporada da série transpôs para as telas a história completa do romance homônimo de Lauren Beukes no qual foi baseada e terminou encerrando de maneira organizada todos os seus arcos principais.

Entretanto, a protagonista Elisabeth Moss já veio a público manifestar seu interesse na continuação da série. Em entrevista para o TheWrap no ano passado, ela afirmou:

Falando pessoalmente, de forma bem honesta, eu ainda acho que temos mais histórias a contar. Eu sinto que às vezes, na primeira temporada, você só estabeleceu o terreno para as pessoas. E aí na segunda temporada você pode de fato botar a mão na massa e se divertir. Então eu tenho muito interesse em perguntar “para onde nós vamos agora” e não precisar mais explicar aquele mundo, mas me aprofundar nele.

O problema é que, até o momento, mais de um ano após o fim da primeira temporada, nada foi anunciado pela Apple — nem o fim da série, nem uma possível renovação. Além disso, temos o problema óbvio de que, ao menos no papel, a história de “Shining Girls” está concluída, e sabemos que dar prosseguimento nas telas a uma narrativa já encerrada nos livros não costuma dar muito certo (vide The Handmaid’s Tale”, com a própria Moss).

“Liaison”

A série de espionagem francesa do Apple TV+ estreou com duas das maiores estrelas do país, Vincent Cassel e Eva Green, mas não empolgou: apenas 44% dos críticos e 58% dos espectadores opinaram positivamente sobre a produção no Rotten Tomatoes. Além disso, a pontuação do público tem apenas algumas dezenas de críticas, o que é… pouco, muito pouco.

Além das críticas pouco animadoras e da baixa repercussão, pesa contra a sobrevivência de “Liaison”, paradoxalmente, um dos seus maiores chamarizes: Cassel e Green são, afinal de contas, dois dos atores mais populares da França (e internacionalmente, também), com agendas cheias e diversos lançamentos por ano. Me parece improvável que a dupla se anime a voltar para uma segunda temporada de uma série recebida de maneira tão fria.

“Severance”

Deixei a parte mais polêmica para o final, claro. Sim, “Ruptura” é possivelmente a melhor coisa que o Apple TV+ lançou até hoje. Sim, o final da sua primeira temporada é daqueles que fazem você se levantar do sofá e gritar, de tão competente que é ao revelar não um, mas dois enormes plot twists e armar o palco magistralmente para os próximos episódios. Mas o mundo reserva seus obstáculos.

Oficialmente, “Severance” já está com a segunda temporada confirmada e em produção há tempos, mas recentemente surgiram notícias de problemas sérios nos bastidores envolvendo os showrunners da série.

Para piorar, a greve dos atores e roteiristas chegou com o pé na porta e paralisou completamente a produção da série, o que é um péssimo agouro: “Severance” já é uma das séries mais caras do Apple TV+ (o custo de cada episódio da possível segunda temporada já estaria batendo os US$20 milhões) e cada dia com a produção paralisada se traduz em gastos extras para a Maçã — afinal, elementos como cenários, licenciamentos e marketing não se sustentam sozinhos.

Sejamos claros: é improvável que a segunda temporada de “Severance” seja cancelada, até porque ela já está em plena produção. O meu temor, nesse caso específico, é que os fatores externos (greves e caos nos bastidores) comprometam de forma significativa a qualidade da continuação da série e, com isso, não tenhamos um prosseguimento após a segunda leva de episódios. Seria uma enorme pena.


E você, vai sentir falta de alguma das séries acima caso elas sejam canceladas? Vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos (ou… não) para sabermos quais produções do Apple TV+ de fato sairão da vida para entrar para a história.

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