No segundo dia do julgamento sobre o suposto abuso de poder pelo Google como mecanismo de busca, o executivo da Microsoft Mikhail Parakhin alegou que a Apple obtém mais lucro com a existência do Bing do que a própria criadora do motor de buscas.
Parakhin declarou que a Microsoft tem tido dificuldades ao tentar convencer a Apple a aderir o Bing como o buscador padrão nos iPhones. Ele afirmou que a Maçã parece tê-lo utilizado apenas como uma “moeda de troca” em suas negociações com o Google.
Ainda de acordo com o executivo, a Microsoft até tentou convencer a Apple a adotar o Bing como o seu mecanismo de busca; as reuniões mais recentes, segundo ele, ocorreram em 2021. Até agora, esses esforços não chegaram a lugar algum.
Diante dessa negativa, Parakhin justificou que a capacidade da gigante de Redmond de investir mais na tecnologia do Bing depende da garantia de uma base de usuários mais significativa e segura — dando a entender que, por ora, isso ainda não aconteceu.
A revelação traz à tona questões sobre como gigantes da tecnologia competem e cooperam em um mercado altamente competitivo de mecanismos de busca.
Como sabemos, a Apple utiliza o Google como o buscador padrão há pelo menos 20 anos. Os detalhes, claro, são confidenciais, mas o Departamento de Justiça dos Estados Unidos estima que os ganhos da Maçã variam de US$4 bilhões a US$7 bilhões por ano.
Enquanto o Google diz que os usuários preferem seu serviço devido à melhor experiência oferecida, a afirmação da Microsoft indica que o Bing tem um papel chave no setor, servindo como uma ferramenta estratégica nas negociações entre a Apple e o Google.
Ainda assim, embora o Bing nunca tenha sido escolhido como o mecanismo de busca padrão no Safari, vale lembrar que os usuários têm a opção de escolher outro mecanismo de busca, como foi mencionado no primeiro dia de julgamento.
via Bloomberg