Lael Brainard, diretora do Conselho Econômico Nacional dos Estados Unidos — que integra a Casa Branca —, falou hoje sobre uma nova iniciativa a ser lançada pela Apple. A empresa anunciará planos para disponibilizar peças, ferramentas e a documentação necessária para reparar produtos fabricados pela companhia para centros e lojas independentes de todo o país por preços “justos e razoáveis”.
De acordo com a Reuters, a declaração foi preparada pela diretora para um evento que ocorrerá hoje na Casa Branca sobre o direito ao reparo de eletrônicos. Vale lembrar que a Apple mudou a sua posição e até passou a apoiar uma lei da Califórnia sobre o tema, a qual, inclusive, foi aprovada. A ideia do movimento é expandir o controle que as pessoas têm em relação ao reparo de seus aparelhos por todo o país.
Dessa forma, segundo o governo americano, a empresa também apoiará uma lei federal do direito ao reparo. A proposta legislativa é parte de uma iniciativa maior do governo Joe Biden para promover a competitividade, combater taxas sobre reparo e outras ações que aumentam os custos para consumidores. Brainard chamou a atenção para o fato de que estados como Nova York, Colorado, Minnesota e 30 outros também já terem aprovado legislação similar.
A Apple também apoia uma lei federal uniforme que equilibra reparabilidade com integridade do produto, segurança de dados, usabilidade e segurança física.
Acreditamos que uma lei uniforme de reparo federal deve fazer o seguinte: manter recursos de privacidade, dados e segurança de dispositivos que ajudam a impedir o roubo; garanta a transparência para os consumidores sobre o tipo de peças usadas em um reparo; aplique prospectivamente, para permitir que fabricantes se concentrem na construção de novos produtos que podem cumprir as propostas; e, finalmente, crie um forte padrão nacional que beneficie os consumidores nos EUA e reduza a confusão criada por abordagens estatais potencialmente conflitantes.
—Brian Naumann, vice-presidente de serviços da Apple.
A principal novidade na iniciativa a ser tomada pela Apple é, basicamente, aplicar as condições estabelecidas na lei da Califórnia para todo o país. Deve-se, assim, fornecer o acesso a, por exemplo, equipamentos de diagnóstico e demais materiais necessários a centros independentes de reparo, ainda que eles continuem sendo fabricados pela Maçã.
Ainda segundo Brainard, o reparo de eletrônicos pode fazer os consumidores economizarem US$49,6 bilhões por ano, bem como reduzir quase 7 milhões de toneladas de lixo eletrônico, além de impulsionar o trabalho de assistências técnicas independentes.
A reação ao projeto não foi consensualmente positiva. Nathan Proctor, líder de um movimento pelo direito ao reparo, por exemplo, afirmou que será preciso ver a aplicação da iniciativa na prática. Conforme dito por ele à Reuters, a Apple já fez assistências assinarem contratos restritivos, impedindo-as de terem um estoque amplo de peças e, assim, tornando difícil competir com o suporte da própria Maçã.
Vale lembrar que a Apple já fornece peças para alguns centros independentes, permitindo que eles adquiram componentes para aparelhos fora da garantia. A iniciativa a ser iniciada, porém, certamente será mais abrangente, incluindo os aparelhos de diagnóstico.
A empresa também oferece o Self Service Repair, enviando peças diretamente para clientes que queiram reparar seus dispositivos.
via 9to5Mac