Uma nova (e extensa) reportagem da Bloomberg revelou hoje algumas das principais ambições da Apple para o seu principal dispositivo vestível: o Apple Watch. Algumas dessas ideias, inclusive, já sobrevoavam os escritórios da gigante de Cupertino muito antes da própria apresentação do relógio, em 2014, embora várias delas não tenham se tornando realidade até hoje.
Quem acompanhou de perto o primeiro ano de vida do Apple Watch lembra como, no começo, a Maçã parecia dar muito mais importância para as capacidades de notificações do relógio do que para os seus recursos de saúde — algo que, hoje em dia, é indiscutivelmente o grande foco do produto. Segundo fontes ouvidas pelo veículo, entretanto, isso só aconteceu por uma falta de tempo para aprimorar os sensores do relógio antes do lançamento da sua primeira geração, como o de frequência cardíaca.
Em outras palavras, as limitações da sua primeira geração acabaram obrigando a Apple a dar mais atenção, em um primeiro momento, para outras características do relógio, que chegou até mesmo a ser posicionado como um item fashion e de luxo em alguns momentos (quem lembra do famigerado Apple Watch Edition de ouro? 🤑). A ideia da empresa, contudo, teria sido sempre transformá-lo numa espécie de “consultório de pulso”, capaz de monitorar uma variedade de aspectos da nossa saúde.
Não à toa, ainda de acordo com a reportagem, a Apple chegou a fundar uma subsidiária ultrassecreta em 2011 chamada Avolonte, a qual tinha como único objetivo desenvolver uma tecnologia capaz de medir os níveis de glicose no sangue de uma forma não invasiva — algo que até agora não foi alcançado por nenhuma empresa. A ordem para esse investimento teria saído do próprio CEO da Maçã na época, Steve Jobs, sendo que, por muito tempo, apenas os executivos mais importantes da Apple sabiam da existência desse empreendimento.
Mais especificamente, os laboratórios da Avolonte ficavam a apenas 15 minutos dos escritórios da Maçã, que fez de tudo para manter o empreendimento em segredo. Segundo a Bloomberg, os engenheiros da subsidiária só ficavam sabendo no que exatamente eles iriam trabalhar depois de contratados. Ele também eram proibidos de entrar no prédio da Avolonte com qualquer roupa que pudesse ligá-los à Apple.
Obstáculos e mais obstáculos
Se você acha que uma tecnologia desse tipo é algo extremamente ambicioso até mesmo para os dias de hoje, saiba que a ideia da Maçã era de apresentar o Apple Watch em 2014 já com um recurso não invasivo de monitoramento da glicose incluso. Obviamente, isso não aconteceu, e desafios envolvendo não só o desenvolvimento desse recurso, como também questões regulatórias, acabaram fazendo a empresa “pisar no freio” com suas ambições e seguir um caminho diferente, embora a ideia continue viva hoje em dia dentro do Apple Park.
Essa desaceleração, é claro, acabou decepcionando vários engenheiros da empresa, a qual foi logo tomada por um sentimento de potencial não atingido. Essa abordagem também foi tomada para evitar que futuras gerações acabassem sendo atrasadas por questões regulatórias, já que dispositivos de saúde costumam levar anos para serem aprovados por órgãos estatais.
A reportagem, vale notar, também trouxe à tona outras curiosidades bem bacanas a respeito das origens do Apple Watch. Segundo pessoas familiares com o assunto, por exemplo, a Maçã queria originalmente que o relógio também fosse compatível com smartphones Android, mas acabou desistindo da ideia com medo de que isso afetasse as vendas de iPhones.
O antigo chefe de design da companhia, Jony Ive, por sua vez, chegou até mesmo a projetar um medidor de pressão arterial para o relógio que não precisava ser inflado, mas ele só era capaz de detectar mudanças mais gerais, e não de fazer medições mais específicas. Outros periféricos de saúde também entraram no radar da empresa, como uma balança em um dispositivo de monitoramento do sono mais robusto.
O futuro
Se o monitoramento não invasivo de glicose no sangue ainda é algo que deverá demorar mais alguns anos até chegar ao Apple Watch, outros recursos muito aguardados, como o monitoramento da pressão arterial, podem muito bem fazer sua estreia já no ano que vem — pelo menos de acordo com o jornalista Mark Gurman, também da Bloomberg.
Segundo as informações, a Apple estaria desenvolvendo duas versões da sua tecnologia de monitoramento da pressão arterial. A primeira, cotada para aterrissar no Apple Watch já em 2024, seria capaz de detectar se a pressão do usuário está tendendo para um aumento e de oferecer um relatório sobre o que aconteceu num momento de hipertensão. Para evitar um diagnóstico impreciso, porém, a ferramenta lhe convidará a fazer uma visita ao médico ou aferir sua pressão arterial com um dispositivo dedicado.
A segunda versão é bem mais completa, além de ser capaz de oferecer números mais exatos ao aferir a pressão diastólica e sistólica do usuário, bem como detectar possíveis condições de saúde. O desenvolvimento dessa versão, porém, ainda está em um estágio bastante inicial, devendo demorar mais alguns bons anos até se tornar realidade.
Outra novidade que também deverá fazer sua estreia em 2024 é um recurso de detecção de apneia de sono, o qual analisará padrões no sono e na respiração do usuário para detectar se ele tem ou não essa condição. Em caso positivo, o relógio também convidará o seu dono a visitar um especialista.
Os AirPods, por sua vez, passarão a ser capazes de funcionar como verdadeiros dispositivos auditivos em 2024, bem como realizar uma série de testes que normalmente só podem ser feitos em consultórios de fonoaudiologia.
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