Embora o eSIM seja uma tecnologia relativamente antiga — considerando apenas os iPhones, há suporte desde 2017 —, quem mora no Brasil sabe o verdadeiro parto que é para conseguir ativar uma linha de operadora virtual por aqui.
Se nos Estados Unidos os iPhones mais recentes são vendidos sem bandeja para cartões SIM físicos desde o ano passado, algumas operadoras (a maioria, diga-se) no Brasil ainda requerem que os usuários se dirijam a uma loja física para realizar um procedimento aparentemente simples.
A Claro, por exemplo, ainda requer que o usuário compareça a um dos seus estabelecimentos comerciais caso queira trocar seu chip físico por um virtual. A empresa até possibilita a aquisição de novas linhas pela internet, mas apenas para clientes que quiserem um plano pré-pago — o que é algo ainda muito limitado.
A Vivo, por sua vez, possibilita a aquisição de chips pela internet, mas de uma maneira nada prática e nem institucional. É necessário chamar uma das muitas contas de WhatsApp de lojas da operadora espalhadas pelo Brasil para transformar um chip físico em um virtual. Pelo menos na época em que realizei esse procedimento, foi algo bem demorado e burocrático.
A TIM, por sua vez, é a única das grandes operadoras brasileiras a fornecer uma experiência mais próxima à ideal. Pelo site oficial da empresa, é possível adquirir um novo plano com eSIM, fazer a portabilidade ou até mesmo trocar um chip físico por um virtual no portal de troca de chip da empresa — possibilidade lançada neste ano, vale notar.
Como as operadoras poderiam melhorar o acesso ao eSIM?
Embora (tirando os iPhones, obviamente) o acesso a smartphones com suporte ao eSIM no Brasil não seja tão democrático, começar a tratar a tecnologia como o padrão exclusivo que será usado na indústria a médio prazo pode ser um bom começo para a popularização da tecnologia no Brasil.
Praticamente todas as operadoras que oferecem o serviço o tratam como uma espécie de “bônus”, quando na verdade ele deveria ter tanta importância quanto os chips físicos — e não apenas ficarem resumidos a páginas dedicadas e escondidas, as quais só são encontradas por clientes que já têm algum tipo de conhecimento sobre o assunto.
Uma opção interessante, por exemplo, seria começar a comercializar chips físicos já com um código QR no plástico que os acompanha — o que possibilitaria ao usuário escolher se deseja usar a nova linha inserindo o chip em seu smartphone ou apenas fazer a leitura do código para ativá-la de maneira virtual.
Quando falamos especificamente do ambiente virtual, chega a ser vergonhoso que nenhum dos aplicativos das três maiores operadoras de telefonia móvel do país conte com opções de ativação ou gerenciamento de chips virtuais.
Isso simplesmente obriga usuários a terem que usar soluções baseadas na web, mesmo contando com o app da empresa instalado. Em defesa das nossas amadas operadoras, esse não é um problema exclusivo relacionado aos eSIMs, visto que muitas operações à primeira vista simples, envolvendo nossas linhas, simplesmente não podem ser realizadas via aplicativo.
Um exemplo a ser seguido?
Algumas fintechs e empresas independentes, como a Airalo, poderiam facilmente servir como exemplo de como fornecer um serviço de contratação de eSIM adequado. Embora não seja uma operadora tradicional — a empresa é especializada no fornecimento de planos de dados e voz para quem vai viajar ao exterior —, o esquema de contratação e ativação das linhas adquiridas pela companhia é bastante simples.
Como já mostrado pelo Rafa em vídeo, praticamente é necessário apenas escolher uma das opções de planos disponibilizados pela plataforma (são mais de 200 países suportados), escolher devidamente suas características e realizar o pagamento para adquirir o eSIM.
Ao contrário do que acontece em soluções como as das operadoras brasileiras, o próprio app da Airalo é responsável por guiar o usuário na instalação — o que elimina a necessidade de usar um código QR, tornando o trabalho ainda mais fácil e descomplicado.
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Aproveite e veja como a nossa vida poderia ser mais fácil se todas as operadoras gerenciassem o eSIM dessa forma. 😅
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Atualização, por Luiz Gustavo Ribeiro23/11/2023 às 12:25
O processo para ativar um eSIM está, aos poucos, sendo facilitado — pelo menos para clientes da Claro e da Vivo.
No caso da primeira, será possível converter um chip físico em um eletrônico a partir do iOS 17.2 (ainda em fase de testes). Já a segunda tornou ainda mais prático gerar e ativar um eSIM, bastando apenas acessar o aplicativo da Vivo.
Veremos como as demais operadoras se posicionarão para facilitar esse processo também.