O Spotify anunciou hoje planos de oferecer opções de compra de serviços e assinaturas dentro do seu aplicativo em países da União Europeia. O serviço de streaming de músicas adicionará as opções em conformidade à Lei dos Mercados Digitais (Digital Markets Act, ou DMA), que entrará em vigor na UE.
Essa novidade é consequência direta de regras estabelecidas pela DMA. A lei proíbe serviços com posição dominante (os chamados gatekeepers), como a App Store, de cobrarem uma comissão de 30% caso apps promovam seus próprios produtos ou assinaturas, bem como de exigirem o uso de um sistema específico de pagamentos.
O vídeo compara a atual interface do Spotify com prévias das mudanças que serão introduzidas na UE após a entrada em vigor da DMA. Atualmente, o serviço de streaming sequer oferece a possibilidade de realizar assinaturas dentro do app, para evitar pagar a comissão da Apple.
Serão mostrados os preços das assinaturas, de audiolivros e de outros serviços/produtos, incluindo um botão direcionando para uma página onde a assinatura pode ser concluída e os dados de pagamentos, inseridos, fora do sistema de pagamentos da App Store.
Essas mudanças — caso a Apple não as barre de alguma forma — serão especialmente importantes para o serviço de streaming, que poderá anunciar de maneiras mais efetiva audiolivros, além de expandir opções de monetização de podcasts, como conteúdos exclusivos. Conforme lembrado pelo The Verge, essas áreas são importantes para a empresa diversificar as fontes de receita e diminuir a dependência da música.
Atualmente, a Apple impede que o Spotify inclua um link — como o demonstrado — ou um botão que direcione os usuários para realizar assinaturas fora do sistema da App Store. A Maçã também cobra 30% de comissão sobre o valor de transações realizadas no seu sistema, o que desagrada desenvolvedores e empresas com a do serviço de streaming.
Vale lembrar, porém, que novos desafios ainda poderão ser enfrentados. Nos Estados Unidos, a Apple passou a permitir esses links direcionando para fora do sistema da App Store após uma decisão judicial — mas não deixou de cobrar a comissão, apenas diminuindo-a para 27%, como também nos Países Baixos. Em paralelo a isso, a empresa planeja revisar apps distribuídos fora da sua loja.
Outra ideia revelada pelo Spotify é a de oferecer outros apps, que poderão ser baixados diretamente do seu site, de fora da App Store — possibilidade prevista na DMA. A empresa deu como exemplos desses apps clubes de fãs e lojas alternativas, além do Spotify for Artists e do Spotify for Podcasters.
O Spotify clamou, ainda, para que outros países aprovem leis similares à DMA, de modo a poder expandir essas mudanças. A Apple com certeza reagirá a esses planos do serviço, bem como certamente tentará encontrar brechas na legislação, haja vista a importância da comissão cobrada pela App Store para o seu faturamento, devendo também encontrar resistência da UE.
Aguardemos os próximos capítulos!