Passado pouco menos de um mês da chegada do Apple Vision Pro às lojas, o analista Ming-Chi Kuo trouxe dados e previsões sobre o produto e os próximos passos da Maçã relativos a ele. As notícias são, de modo geral, positivas, embora ainda haja preocupações quanto ao futuro do dispositivo.
Um ponto destacado por Kuo foi a taxa de devolução do headset: confirmando previsões anteriores, ele afirmou — com base na inspeção da linha de produção de reparos e recondicionamento — que a proporção atual de aparelhos devolvidos estaria abaixo de 1%. Destes, entre 20% e 30% teriam devolvido o Vision Pro por “não saberem configurar o dispositivo”. Como apontado pelo AppleInsider, a taxa é bastante parecida com a dos iPhones 15 Pro.
Além disso, segundo o analista, enquanto a expectativa da Apple era de vender entre 150 mil e 200 mil unidades do dispositivo nos Estados Unidos neste ano, a previsão agora é de que sejam comercializados entre 200 mil e 250 mil. Apesar disso, ele ressaltou também que os tempos de entrega estão agora mais curtos e que, durante a pré-venda, a estimativa de entrega estava para o início de março.
Ou seja, mesmo que o headset tenha se esgotado durante a pré-venda, com os primeiros entusiastas comprando o produto, a demanda diminuiu significativamente e se estabilizou. Para Kuo, a não ser que a Apple diminua o preço do Vision Pro ou que haja aplicativos mais atrativos, o crescimento das vendas no mercado americano deverá ser limitado.
Expansão para outros países
Quanto à expansão do dispositivo para outros mercados, com o crescimento limitado da demanda nos EUA, um avanço do calendário global de lançamento deverá ser mais favorável com um aumento na produção do aparelho.
O tempo até que o produto esteja disponível em outros países dependerá também da realização de modificações para cumprir as regulações locais. Kuo reforçou também a previsão de que o produto chegará a outras regiões antes da Worldwide Developers Conference (WWDC) deste ano.
No mês passado, várias fabricantes pequenas teriam expandido a sua capacidade de produção do Vision Pro de 500-600 mil para 700-800 mil unidades a pedido da Apple, ainda que o produto continue sendo de nicho. Além de ser importante para suprir a demanda da pré-venda acima do esperado, essa expansão permitirá reduzir o tempo de entrega no lançamento do dispositivo em outros países.
É importante, contudo, não confundir a capacidade de produção com a quantidade de dispositivos que de fato são produzidos e vendidos. A capacidade é algo potencial e que costuma superar o número de aparelhos que são realmente fabricados, ainda que esse aumento seja positivo para a consolidação do Vision Pro.
Próximos passos do Vision Pro
Com base na análise de Kuo, apesar de a expectativa geral do mercado ser de que a Apple lance uma versão mais barata do headset com especificações mais modestas e outro modelo mais poderoso, nenhum deles já estariam sendo oficialmente desenvolvidos.
A próxima geração do Vision Pro, para ele, deverá entrar em produção em massa entre o quarto trimestre de 2025 e o primeiro de 2026, quando a fábrica deverá receber as primeiras instruções. O novo projeto, segundo o analista, terá como foco o aumento da eficiência da produção e do gerenciamento da cadeia de oferta, em detrimento de grandes mudanças nas especificações.
As otimizações, porém, poderão diminuir custos. O plano mais recente do produto mostraria mudanças limitadas apenas às especificações do headset, de modo que a experiência de uso não deverá ser muito diferente da do modelo atual. A Apple também já estaria coletando opiniões dos usuários para melhorar o dispositivo.
A estimativa de Kuo é de que um novo modelo do Vision Pro com mudanças significativas em relação ao atual não entrará em produção em massa antes de 2027. O analista reforçou como o headset continua sendo um produto de nicho, haja vista a demanda e o nível de produção relativamente baixos e dentro do esperado, apesar da procura inicial e da expansão da capacidade de fabricação acima das expectativas.
Tanto para a Apple quanto para as fornecedoras, o investimento no dispositivo continua tendo um impacto limitado no valor das ações, na visão do analista. Ele destacou, ainda, três fatores críticos na transformação do headset em um produto de massa: apps, preço e conforto. Melhorias nesses pontos deverão ser importantes para a empresa.
NOTA DE TRANSPARÊNCIA: O MacMagazine recebe uma pequena comissão sobre vendas concluídas por meio de links deste post, mas você, como consumidor, não paga nada mais pelos produtos comprando pelos nossos links de afiliado.