Enfrentando, desde 2019, acusações de ter cometido fraude fiscal após divulgar projeções equivocadas sobre a sua receita e ignorar possíveis problemas na China, a Apple conseguiu, finalmente, um acordo para colocar fim numa ação coletiva movida por acionistas alegadamente prejudicados.
De acordo com a Reuters, a Maçã concordou em pagar US$490 milhões em um acordo preliminar apresentado na sexta-feira no Tribunal Distrital de Oakland (Califórnia, Estados Unidos), necessitando da aprovação da juíza Yvonne Gonzalez Rogers (sim, a mesma do caso contra a Epic) para ser efetivado.
O imbróglio começou quando a Apple, no final de 2018, projetou para o trimestre seguinte uma receita entre US$89 e US$93 bilhões. Questionado sobre o cenário na China, Tim Cook afirmou que não colocaria o país entre aqueles onde as vendas seriam afetadas, ignorando incertezas no mercado chinês.
Dois meses depois, entretanto, Cook divulgou uma carta reconhecendo que o iPhone estava vendendo abaixo do esperado (especialmente na… China) e, por conta disso, a expectativa de receita da Maçã seria reduzida para US$84 bilhões — previsão essa que acabou se concretizando, de fato.
Mesmo se apresentando como inocente em relação às acusações, a Apple optou por “evitar o custo e a distração do litígio” com o acordo, o qual foi considerado como um “resultado excepcional” por Shawn Williams, sócio da Robbins Geller Rudman & Dowd — empresa de ações coletivas que representa os acionistas.
Serão beneficiados investidores que compraram ações da Apple no período de dois meses que compreende a previsão de receita e os comentários de Cook. Eles podem conseguir valores de até 25% sobre o valor acordado, já que o preço das ações da Apple mais do que quadruplicou desde janeiro de 2019.
Será o fim de mais uma novela envolvendo a Maçã? 🍎