A senadora americana Elizabeth Warren — crítica da Apple há algum tempo — se posicionou novamente contra a empresa. Desta vez, ela publicou um vídeo no X (ex-Twitter), no qual defende a quebra de um suposto monopólio que a Maçã teria no mercado de smartphones.
Warren deu ênfase à questão do iMessage, incluindo a famosa diferenciação entre balões azuis e verdes em conversas entre usuários do mensageiro da Apple e aqueles que não são, respectivamente.
Nesse sentido, ela ressaltou como pessoas que não têm dispositivos da empresa não conseguem entrar em grupos de conversas da plataforma. Isso ocasiona descontentamentos e problemas em relacionamentos, os quais seriam decorrentes da posição “monopolista” da Apple.
Além disso, vamos lá, parem de deixar pessoas com balões de mensagem verdes de fora das conversas em grupo. Apenas não é certo.
Ela citou, ainda, o processo do Departamento de Justiça dos Estados Unidos contra a Apple, que também tem como base alegações de monopólio e sobre o iMessage. A diferenciação entre os balões e recursos do mensageiro seria, para a senadora, “uma das táticas sujas” da Maçã para dominar o mercado de smartphones.
A senadora mencionou o fato de a companhia cobrar uma taxa por transações do Tap to Pay (algo igualmente mencionado pelo DoJ), bem como a alegação de que a empresa abusou da sua posição para forçar o uso dos seus serviços e “acumular bilhões de dólares em lucro”. Ela já defendeu que empresas como a Apple fossem fragmentadas, há alguns anos.
Warren chegou mesmo até a fazer referência a um aplicativo o qual permitia que usuários de Android usassem o iMessage com balões azuis. Trata-se do Beeper Mini, cujo funcionamento foi continuamente bloqueado pela Apple — inclusive com críticas da própria senadora na época.
Vale notar que a referida publicação da senadora recebeu uma nota da comunidade lembrando que a Apple possui 57% do mercado de smartphones dos EUA. Desse modo, é difícil caracterizá-la como monopolista, já que ela não detém todo o mercado, propriamente. Warren tampouco propôs medidas de regulação, de modo a apenas repetir críticas já sedimentadas.
Posição da União Europeia
Quem também falou sobre o tema foi a comissária europeia Margrethe Vestager, em uma entrevista à CNBC. Perguntada se considera que a Apple detém um monopólio de smartphones, ela ressaltou não estar envolvida no caso do DoJ e expressou uma posição menos categórica do que os agentes públicos americanos (algo raríssimo).
Para ela, há mercados diferentes e separados no que tange a smartphones, de modo que os modelos topos-de-linha não estariam no mesmo mercado daqueles mais baratos. Dessa forma, ao comparar os dispositivos, a comissária ressaltou a necessidade de observar as nuances, já que certos aparelhos não concorrerem diretamente com outros.
Vestager também comentou a avaliação em andamento em relação às taxas cobradas por transações feitas em links externos em apps de streaming de música. Ela afirmou que continua a investigar a reclamação do Spotify, que o tema “é uma prioridade” e que os usuários devem poder ter uma relação direta com o prestador de serviços do app e pagar pela assinatura sem a incidência da comissão da Apple.
via Daring Fireball