O melhor pedaço da Maçã.

Apple transfere tecnologias de parceiras nos EUA para fabricantes na China, mostra reportagem

humphery / Shutterstock.com
Trabalhadora em uma fábrica na China

Vira e mexe, noticiamos novos contratos firmados pela Apple com empresas que de fato fabricam os seus produtos. Para tanto, elas desenvolvem tecnologias e métodos de fabricação, algo crucial para que os processos sejam os mais eficientes possíveis e até para assegurar a qualidade dos dispositivos.

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O que o The Information revelou hoje, porém, é que esses contratos costumam dar à gigante de Cupertino controle total ou ao menos copropriedade de todos os processos de produção dos fornecedores. E o que a companhia estaria fazendo é levar tecnologias de uma fabricante para outra — geralmente chinesas, com custos menores.

É muito comum que os fornecedores invistam consideravelmente tanto em instalações quanto em treinamento, máquinas e no desenvolvimento de técnicas de produção. A Apple, contudo, também detém direitos sobre essas tecnologias e poderia levar essa expertise para outra empresa — o que estaria sendo feito com informações de fábricas dos Estados Unidos, dadas a fornecedores da China.

Em 2014, por exemplo, uma empresa chamada GT Advanced Technologies estava trabalhando com a Maçã no desenvolvimento de um material resistente a arranhões para o display. A fornecedora chegou a dever quase US$500 milhões, atribuídos aos pedidos crescentes da Apple e à sua recusa em negociar.

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A firma, então, terminou falindo. A gigante de Cupertino não teria perdido tempo e, segundo o The Information, compartilhou a receita do material com outros fornecedores, incluindo um de Hong Kong. Empregados não identificados afirmaram que os detalhes também foram dados a uma empresa chamada Lens, e que a Apple realizou negociações com ambos os fabricantes, confrontando-os para obter melhores preços.

Outro caso envolve a fabricante de displays chinesa BOE. A Maçã foi acusada de ter passado anos ajudando a empresa a atingir a mesma qualidade dos displays feitos pela Samsung. A sul-coreana, vale notar, entrou com um processo contra a BOE no ano passado, ainda que também possa haver outras motivações, como uma acusação de roubo de patentes.

A SeeYa Technologies, também chinesa, teria se beneficiado de tecnologias desenvolvidas pela Sony relativas à fabricação do Vision Pro, cujos detalhes foram passados pela Apple. A japonesa teria, inclusive, se recusado a aumentar a produção do headset, possivelmente fazendo a Maçã procurar por alternativas.

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Não se sabe ao certo qual a frequência do uso dessa estratégia por parte da Apple, embora os casos demonstrem que é algo já consolidado. Também é importante notar que a Maçã não está adotando práticas ilegais: a questão é o que é negociado e acordado nos contratos fechados com os fornecedores, que permitem esse compartilhamento de técnicas de fabricação.

Estão ocorrendo, porém, reações por parte dos fornecedores. A BOE, por exemplo, teria postergado comprometimentos relativos a investimentos em uma nova fábrica, apesar de ter fechado um acordo com um fornecedor indiano de vidros de iPhones. A fabricante de displays, vale lembrar, já teve algumas divergências com a Apple, por motivos incluindo justamente mudanças nos processos de produção.

via AppleInsider

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