Muito tem sido comentado em torno dos esforços da Apple relacionados a inteligência artificial — algo que vem tomando não só as manchetes, mas a forma como a empresa tem apresentado os seus produtos mais recentes. Agora, uma nova reportagem do The New York Times forneceu mais detalhes sobre essa empreitada da companhia.
De acordo com eles, alguns dos principais executivos de software da Apple — como John Giannandrea e Craig Federighi, vice-presidentes seniores responsáveis por IA e engenharia de software, respectivamente — decidiram, no início do ano passado, que a Siri precisava de um “transplante cerebral”. A decisão veio depois que eles passaram semanas testando o ChatGPT, chatbot da OpenAI.
A constatação de que a nova tecnologia havia ultrapassado a Siri desencadeou a reorganização mais significativa da empresa em mais de uma década. Determinada a acompanhar a corrida da indústria, a Apple tornou a IA um “projeto de sustentação” — usado geralmente pela empresa para organizar os funcionários em torno de iniciativas que acontecem uma vez a cada década.
Siri aprimorada
Corroborando o previsto por outras fontes, o NYT espera que a Apple demonstre uma Siri aprimorada, mais comunicativa e versátil na WWDC24, a qual ocorrerá a partir do dia 10 de junho.
Mais precisamente, uma IA generativa subjacente permitirá que a assistente estabeleça uma conversa em vez de responder uma pergunta de cada vez.
No entanto, em vez de competir diretamente com um chatbot (como o ChatGPT), a Apple estaria se concentrando em tornar a Siri melhor no gerenciamento de tarefas que já realiza — como definir cronômetros, criar compromissos no calendário e adicionar itens para uma lista de compras. Ela também poderá ser capaz de resumir mensagens de texto.
Ademais, a Apple consideraria a Siri alimentada por IA mais segura/privada do que outros serviços com a tecnologia. A estratégia também poderá economizar dinheiro, já que a OpenAI gasta cerca de 12 centavos de dólar para cada palavra gerada pelo ChatGPT devido aos custos de computação em data centers.
Desafios
A Apple tem várias vantagens na corrida da IA, incluindo mais de 2 bilhões de dispositivos em uso em todo o mundo. Ela também possui uma equipe líder de semicondutores que vem fabricando chips capazes de alimentar tarefas executadas com a tecnologia.
Ainda assim, o NYT aponta que a companhia enfrenta riscos ao confiar em uma IA que possa rodar em iPhones em vez de um sistema maior — como aqueles armazenados em data centers —, uma vez que, segundo pesquisas, os sistemas menores podem ter maior probabilidade de cometer erros do que os maiores.
A Apple também tem lutado para recrutar e manter líderes em IA. Ao longo dos anos, a companhia adquiriu empresas lideradas por líderes da área, mas vários deles saíram depois de algum tempo.
Por fim, segundo a reportagem, a Apple também teme que, se não conseguir desenvolver um sistema de IA eficiente, o iPhone poderá se tornar um “tijolo burro” em comparação a outras tecnologias.
via 9to5Mac