A Apple divulgou hoje novos resultados preliminares do seu Estudo de Audição (Apple Hearing Study), realizado desde 2019 em parceria com a Escola de Saúde Pública da Universidade de Michigan. Desta vez, o tema da divulgação é um problema auditivo bastante comum: o tinido (tinnitus, em inglês).
Para quem não está familiarizado com o termo, trata-se da percepção de algum som ou ruído que outras pessoas não conseguem ouvir. Tais sons podem ser escutados de várias formas, mas a mais comum é o famoso zumbido — que até costuma ser usado como principal sinônimo para tinnitus por aqui.
De acordo com os resultados do estudo, 77,6% dos participantes revelaram já terem experienciado o problema em algum momento, enquanto 15% deles são afetados diariamente; 10%, inclusive, afirmaram que os episódios interferiram parcial ou inteiramente na capacidade de ouvir claramente.
Os episódios aumentam com a idade dos pacientes. 35% dos entrevistados com 55 anos ou mais relataram perceber o problema constantemente — número 3x maior que a percepção na população de 18 a 35 anos. Homens são afetados pelo tinido constante 6,8% a mais que mulheres, mas 4,8% a mais deles declararam nunca tê-lo percebido.
Quando falamos sobre a intensidade com que o problema é percebido, os participantes responderam a perguntas e também fizeram uma espécie de teste sonoro no app Apple Research para caracterizar a percepção do tinido, relacionando o tipo e a qualidade dos sons percebidos.


Dos participantes, 34,4% o classificam como algo fraco, apenas perceptível, enquanto 8,8% caracterizam o ruído como alto ou superalto.
A maioria dos participantes descreveu o tinnitus percebido como um tom puro (78,5%) ou ruído branco (17,4%). Entre os que escolheram a primeira opção, 90,8% relataram escutar um som de 4kHz ou superior, semelhante ao tom do canto dos pássaros. Além disso, das pessoas que classificaram o problema como um tom puro, 83,5% identificaram-no como um tom único e 16,5% como o tom de uma chaleira, um assobio agudo.
Dos que o classificaram como um ruído branco, 57,7% categorizaram como um tom estático, 21,7% compararam ao som de um grilo, 11,2% afirmaram ser um tom elétrico e 9,4% identificaram como um tom pulsante.
O estudo também descobriu que as pessoas afetadas adotaram métodos como usar máquinas de ruído (28%), ouvir sons da natureza (23,7%) e meditar (12,2%) para tentar diminuir o problema, enquanto menos de 2,1% optaram por estratégias como uma terapia cognitiva comportamental.
Entre as principais causas para o tinido, estão algum episódio de “trauma acústico”, exposição a níveis elevados de ruído (20,3%) ou estresse (7,7%). A Maçã indica usar proteção auditiva e a redução do estresse como meios para diminuir as chances de ser atingido com o problema.

Embora não exista nenhum método garantido para a prevenção, a Apple também sugeriu coisas como o app Ruído e funcionalidades de seus aparelhos (como o Modo Cancelamento Ativo de Ruído e Limite de Volume) para ajudar os usuários a evitar o problema.