Principal lançamento da Maçã neste ano (até o momento, pelo menos), o Apple Vision Pro pode ser um aliado poderoso de pessoas com deficiência, como mostrou uma matéria da New York Magazine. Nela, foram apresentados casos de pessoas que tiveram suas vidas mudadas graças ao headset, o qual foi lançado há menos de seis meses.
O maior destaque foi para Maxine Collard, a qual sofre com albinismo oculocutâneo — condição que torna o cabelo e a pele maximamente claros, além de limitar extremamente a capacidade de visão. Por causa disso, ela tem muita dificuldade para lidar com o conteúdo presente em telas — geralmente deixando os ícones e demais elementos enormes para ter uma experiência minimamente aceitável.
Dá para imaginar como o Vision Pro, com sua enorme versatilidade em termos de adaptação e expansão de janelas, mudou a vida de Collard. Ela afirma ter agora um controle sem precedentes do seu ambiente visual, podendo deixar os canais do Slack do tamanho de uma geladeira ou tornar seu editor de código cinco vezes maior que o tamanho dos seus monitores.

O Vision Pro também permite trazer as janelas para bem perto dos olhos e colocá-las numa posição que elimine a necessidade de levantar o pescoço e deixar os olhos praticamente colados a um monitor todas as vezes que quisesse observar algo mais detalhadamente — o que contribui também para a sua saúde corporal em larga escala.
Além disso, o headset também consegue se adaptar positivamente a um outro problema da jovem: o estrabismo, o qual faz com que seus olhos não se alinhem da maneira como os da maioria das pessoas. Com o recurso “rastreamento de olho único”, o dispositivo não se confunde com olhos apontando para direções diferentes, entendendo perfeitamente para onde ela deseja apontar.
Além de Collard, a revista apontou casos como o de Michael Doise, desenvolvedor que sofre com hipoplasia do nervo óptico. Com dificuldade para reconhecer expressões faciais, ele agradece às chamadas em vídeo usando o Vision Pro por dar-lhe o privilégio de saber se alguém está sorrindo, por exemplo, dada a ampliação de imagens possibilitada pelo dispositivo.
Steve Coulson, por sua vez, tem uma profunda perda auditiva que é minimizada graças às Spatial Personas do Vision Pro, permitindo que ele se reúna com facilidade com seu parceiro de negócios e sinta como se estivesse em um quarto novamente. “Podemos simplesmente sentar juntos em uma reunião, e eu posso ouvir”, destacou o profissional.
O caso do YouTuber Ryan Hudson-Peralta, o qual nasceu sem mãos e tem as pernas bastante curtas, também foi incluído. Ele destacou a facilidade em trabalhar em um único dispositivo cercado de telas que podem ser controladas apenas com os olhos — algo que hoje é possível graças aos recursos de acessibilidade do Vision Pro, sobre os quais ele já comentou em um vídeo.
Transformador, mas não perfeito
O próprio Hudson-Peralta, no entanto, foi uma das pessoas as quais apontaram que o dispositivo ainda tem suas limitações para algumas pessoas com deficiência. Ele descobriu logo na ativação do headset que não conseguia pressionar independentemente a Digital Crown — algo necessário para configurar o aparelho. Sua Persona também ficou mais estranha que o normal (simplesmente apagou seu pescoço), visto que ele precisou que seu filho segurasse o Vision Pro para que ele a configurasse.
O executivo Usman Haquee (@TwoFZeroT), conhecido por ter apenas dois dedos nas mãos (um em cada) e nenhum dedo nos pés, foi do entusiasmo à frustração após adquirir um Vision Pro e o dispositivo não reconhecer devidamente suas mãos para realizar o gesto de pinça (que é um dos métodos de controle do dispositivo).
Esse problema pode ser resolvido em partes com o Dwell Control, recurso que permite realizar ações exclusivamente com os olhos, mas isso funciona por um tempo predeterminado — o que significa que, após parar de olhar para o dispositivo por um tempo, Haquee tinha que fazer acrobacias para ativar a função novamente (ou pedir ajuda à família).
“Peço desculpas por usar este termo, mas parecia incapacitante“, disse ele à revista, destacando que o Vision Pro ainda não está pronto para seu uso em termos de acessibilidade.
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