Maior novidade da WWDC24 (e talvez o maior conjunto de novidades em termos de software da Maçã em anos), a Apple Intelligence é certamente um divisor de águas que marca a entrada da empresa no boom da inteligência artificial generativa, mas algumas limitações iniciais geraram um certo desapontamento.
Além do corte generoso na lista dispositivos (especialmente em iPhones) que contarão com as novidades, a Apple Intelligence não está disponível nas primeiras betas das futuras versões dos sistemas operacionais da Maçã — e, quando estiver disponível, só será possível usá-la em inglês dos Estados Unidos, inicialmente.
De acordo com o jornalista Mark Gurman na newsletter “Power On” (da Bloomberg), a empresa pretende adotar uma abordagem escalonada para liberar os recursos. Isso significa que nem todos eles serão lançados de uma única vez — algo que deverá trazer alguns benefícios e evitará atropelos no lançamento.
A Maçã poderá, por exemplo, atribuir determinados recursos a seus engenheiros inicialmente, liberar a tecnologia finalizada em um update e já mover os profissionais para outras novidades — evitando trabalhar e lançar tudo de uma única vez, algo que poderia resultar em um lançamento atrapalhado e precário.
A questão do idioma também faz parte desse escalonamento, já que, ao começar apenas com o inglês, a Apple terá mais tempo para treinar seus modelos de IA em outros idiomas. Segundo Gurman, a disponibilidade global “levará anos para ficar completa”, embora a Maçã tenha prometido iniciar esse processo no ano que vem.
A abordagem escalonada também permitirá à Apple se dedicar mais a construir a sua infraestrutura de nuvem, já que a Maçã não pode arriscar um cenário em que haja muitos usuários testando os novos recursos de uma única vez — daí o recente rumor envolvendo lista de espera (segundo Gurman, apenas para recursos específicos).
O que já chegará neste ano?
De qualquer forma, Gurman afirma que a versão inicial da Apple Intelligence (que deverá ser lançada em setembro) já chegará com recursos como resumo de notificações, mensagens, sites, gravações de voz e emails, bem como a geração de textos, imagens e emojis.
A maioria das melhorias na Siri em termos de IA, por sua vez, não deverão ver a luz do dia até o ano que vem — embora a interface atualizada, o modo de conversa mais natural e a possibilidade de digitar para interagir com a assistente devam chegar já com o lançamento dos novos sistemas.
Outros recursos, como a integração entre a Siri e o ChatGPT, bem como a nova interface do aplicativo Mail, deverão ficar prontos até o fim do ano — o que significa que eles poderão ser lançados com versões “.1” ou “.2” dos SOs da Maçã.