Uma nova reportagem do The Wall Street Journal trouxe mais detalhes sobre a procura da Apple por parceiros chineses para incrementar seu conjunto de novidades relacionadas a inteligência artificial, as quais farão parte da Apple Intelligence.
A Maçã, vale recordar, já anunciou que a Siri poderá usar o ChatGPT para responder a questionamentos dos usuários — e com a promessa de que novos modelos deverão ser adicionados futuramente. O modelo da OpenAI (bem como outros populares no Ocidente), no entanto, não está disponível na China, o que estaria levando a Maçã a procurar um parceiro no país para oferecer esses serviços.
De acordo com fontes ouvidas pelo jornal, a Maçã está conversando com “várias empresas chinesas que fazem modelos de IA”, entre as quais estariam a Baidu (como já divulgado) e uma startup com sede em Pequim chamada Baichuan AI (não tão conhecida por aqui).
Essa busca é resultado da dificuldade que empresas do exterior têm de operar na China. É necessário buscar pela aprovação do governo antes de apresentar chatbots de IA no país — que chegou a aprovar em março 117 novos produtos de IA generativa, mas nenhum deles desenvolvido em terras estrangeiras.
Inclusive, a Apple teria explorado a possibilidade de obter aprovação para usar um grande LLM não chinês em seus dispositivos no país, mas logo constatado que seria improvável que os reguladores o aprovassem — o que teria levado a empresa a intensificar as conversas com potenciais parceiros locais.
É uma estratégia que já foi adotada pela Samsung em seus dispositivos Galaxy AI, os quais fazem uso de dois modelos como alternativa ao Gemini (do Google) na China. A adoção de tais modelos tem dividido opiniões, visto que eles podem ser menos dotados de recursos, mas teoricamente proporcionam resultados de pesquisa mais relevantes para os chineses, especialmente por causa do idioma.
Uma provável parceria da Apple com empresas chinesas para se adaptar ao cenário do país, no entanto, não seria algo inédito. Os dados do iCloud de usuários da China, por exemplo, são hospedados nos servidores de uma companhia governamental — uma abordagem bem diferente da padrão utilizada por ela em outros locais.