Um documento da Cellebrite, companhia conhecida por suas ferramentas usadas pela justiça para obter forçadamente acesso ao conteúdo presente em smartphones bloqueados, indica que iPhones com versões mais recentes do iOS não podem ser invadidos pela plataforma.
Obtidos pelo site 404 Media com consumidores da Cellebrite e com veracidade confirmada pela empresa, os documentos especificam detalhes sobre a capacidade de acesso a iPhones e smartphones com Android, listando modelos e versões que podem ser acessadas.
O documento referente aos aparelhos da Maçã, denominado “Cellebrite iOS Support Matrix”, mostra que a ferramenta não é capaz de invadir nenhum iPhone com o iOS 17.4 ou superior — o que é relevante, visto que trata-se da penúltima versão estável já disponibilizada pela Apple.
Indo mais além, apenas os iPhones XR, XS, XS Max, 11, 11 Pro, 11 Pro Max e SE de 2ª geração podem ser desbloqueados com força bruta — isso se estiverem rodando alguma versão do sistema que vai desde o iOS 17.1 até o 17.3.1 —, com a promessa de que uma solução para quebrar modelos mais recentes chegará “em breve”.

Esses dados indicam que a Cellebrite está tendo dificuldades para encontrar brechas de segurança que abram espaço para a operação da sua ferramenta nas versões mais recentes do sistema — o que acaba tornando a gama de dispositivos que podem ser acessados bastante limitada.
Em fevereiro, cerca de 76% dos iPhones em atividade já estavam rodando o iOS 17. É de se considerar que essa porcentagem certamente aumentou desde então e que boa parte desses dispositivos esteja com o iOS 17.1 ou versões superiores — isso sem falar que o iOS 18 já está batendo à porta.
Por outro lado, o documento “Cellebrite Android Support Matrix” indica que a maioria dos smartphones com Android pode ser quebrada pela ferramenta — com exceção dos Google Pixels mais recentes (do 6 ao 8), que podem ser desbloqueados apenas caso não estejam desligados.

No caso da Samsung, curiosamente, a Cellebrite não conseguia invadir os aparelhos da empresa com o Android 6, mas em todas as versões posteriores, sim. Aparelhos de outras marcas, como os da HUAWEI, da LG, da Motorola, da Xiaomi, da Sony e da OnePlus, por exemplo, podem ser invadidos em qualquer sistema.
Procurada, a Cellebrite alegou que os documentos são projetados para ajudar seus clientes a entender os recursos tecnológicos da sua ferramenta, destacando que não divulga-os para evitar que os “maus atores” estejam cientes de informações que possam facilitar ações criminosas.