Na mais recente edição da newsletter “Power On”, o jornalista Mark Gurman (da Bloomberg) comentou algumas mudanças relevantes com as quais deveremos nos deparar na equipe executiva da Apple num futuro próximo — inclusive no que diz respeito ao cargo de CEO 1Chief executive officer, ou diretor executivo., ocupado atualmente por Tim Cook.
Segundo a publicação, teremos cenários semelhantes ao que envolveu o anúncio da saída de Luca Maestri do comando da diretoria financeira da empresa recentemente. Substituído por Kevan Parekh, o veterano continuará na Apple, mesmo que assumindo uma responsabilidade bem menor que a anterior.
Essa permanência seria parte de uma estratégia da Maçã para evitar ao máximo a saída de executivos de alto escalão da empresa após retirá-los de seus antigos cargos. Eles permanecem por perto para tarefas como fornecer conselhos a Cook, corrigir problemas e apaziguar acionistas.
A estratégia vem sendo adotada pela empresa desde o início da era do atual diretor executivo, já tendo sido colocada em prática após a saída de nomes como Bob Mansfield, Jony Ive, Phil Schiller e Dan Riccio de papéis de destaque — algumas vezes, envolvendo até mesmo a criação de novos cargos para alocar tais executivos.
Segundo Gurman, é provável que vejamos cenários semelhantes nos próximos anos, principalmente envolvendo três nomes em específico: o diretor de operações Jeff Williams, o chefe de serviços Eddy Cue e o próprio Cook, que afirmou em uma entrevista recente que já há planos na empresa para a sua sucessão.
Reafirmando algo que falou em maio, o jornalista apostou em John Ternus como o nome que a Apple escolherá para o seu mais alto cargo. Com essa mudança brusca, Cook provavelmente se tornará algo como presidente executivo da empresa, ficando por perto para manter o ambiente apaziguado no novo cenário.
Williams, por sua vez, poderá permanecer no comando das equipes de saúde e design da Apple após sua saída do cargo de COO 2Chief operating officer, ou diretor de operações., enquanto Cue poderá cuidar de uma parte mais limitada (ou, nas palavras de Gurman, “divertida”) dos serviços da empresa (como o Apple TV+ e esportes), deixando todo o resto com outro nome.
Os funcionários, no entanto, parecem ter opiniões mistas sobre essa estratégia. Embora ela possa ser positiva a curto ou médio prazo, também pode acabar sufocando o pensamento e a inovação na empresa a longo prazo, impedindo que a companhia “evolua e se reinvente”.
Notas de rodapé
- 1Chief executive officer, ou diretor executivo.
- 2Chief operating officer, ou diretor de operações.