O melhor pedaço da Maçã.
iPhone Pro com efeito de desaparecimento do Thanos

O último iPhone Pro

Não é nenhum segredo que, via de regra, muitas das funcionalidades que foram apresentadas como exclusivas para as versões Pro, Max ou Plus (e também vou incluir aqui a geração X) de um novo iPhone acabaram sendo implementadas em modelos mais básicos nos anos seguintes.

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Foi assim com a câmera traseira dupla e com a introdução do zoom óptico, com o OLED 1Organic light-emitting diode, ou diodo emissor de luz orgânico., com o Face ID, com a Dynamic Island (Ilha Dinâmica), com a estabilização óptica de imagens, com o Modo Retrato, com o escalonamento do desempenho de processadores, das capacidades de armazenamento… para citar alguns.

Determinados diferenciais, é claro, são exclusivos dos modelos Pro até hoje. É o caso do ProMotion (tela com taxa de atualização variável de até 120Hz), das três câmeras traseiras, do scanner LiDAR, do zoom óptico de 5x, da alta velocidade de transferência de arquivos via cabo via USB 3, do suporte a ProRAW e ProRes, e por aí vai.

Obviamente, essa dinâmica não é exclusiva dos iPhones. Ninguém precisa ser um gênio da engenharia, da economia ou do marketing para saber que tecnologias incipientes ficam mais baratas com o tempo — graças às economias de escala —, e que manter exclusividade de recursos ajuda a criar diferenciação (mesmo que artificial) e a modular a demanda entre as linhas.

Do lado do consumidor, também não é um grande segredo dizer que já faz bastante tempo que as pessoas não trocam mais de iPhone todos os anos. Pudera. No começo, cada versão trouxe saltos tecnológicos significativos que resolveram grandes deficiências no uso diário, fosse na qualidade das fotos e dos vídeos 2Quem aí se lembra que o primeiro iPhone sequer gravava vídeos?, na velocidade da conexão 3Quem mais aí sofreu com o EDGE? ou na velocidade de processamento para resolver lentidões durante interações triviais.

Com o tempo, o iPhone amadureceu e, à medida que o hardware foi ficando bom o suficiente para atender à maioria das necessidades de diferentes perfis de usuários, a Apple passou a aumentar não só a diferenciação entre os modelos de uma mesma geração, mas também o preço de toda a linha para tentar equilibrar a redução na frequência de atualização.

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Isso, em parte, acabou na última segunda-feira (9/9).

It’s Glowtime

Durante todo o segmento dos iPhones 16 não Pro no infomercial evento It’s Glowtime, cada novidade apresentada fazia com que eu e o Guilherme Rambo, com quem eu estava conversando na hora, nos perguntássemos: “Ué, mas e o Pro?”

Apple Intelligence? O iPhone 16 obviamente tem 4Só faltava, né?. A nova e interessante Visual Intelligence? Tem também. Botão de Ação? Chegou. O novo botão Controle da Câmera? Tem. Novas fotos em Modo Retrato com controle de foco e de profundidade? Positivo. Veio fotografia macro? Veio. Tela com novo brilho mínimo de 1 nit? Com certeza. Nova câmera Fusion de 48 megapixels? Afirmativo. A nova funcionalidade Audio Mix? Bora. Recarga rápida de 45W? Confirmado. Processador da geração A18? ✅

Aliás, falando no processador, a coisa aqui é particularmente interessante. No Geekbench, o iPhone 16 Pro Max com o chip A18 Pro fez 3.409 pontos no teste single-core.

Nos últimos anos, a diferença de desempenho em single-core entre os modelos Pro e os não Pro tem sido de aproximadamente 10%. Se isso se mantiver, o desempenho do chip A18 dos iPhones 16 provavelmente ficará entre 3.000 e 3.100 pontos, superando até mesmo todos os modelos do ano passado 5Vale sempre registrar que benchmark nem sempre equivale precisamente ao desempenho de mundo real, mas ainda assim essa é mais uma excelente notícia para os iPhones 16 não Pro..

No fim, o que sobrou para o iPhone 16 Pro?

A Apple exagera no uso do superlativo “o melhor iPhone que já fizemos”? Sem dúvida. Mas não quer dizer que ela esteja errada. Para quem se interessa por tecnologia, tudo a respeito das novidades técnicas dos iPhones 16 Pro é empolgante. Mas depois do tsunami de novidades que também chegaram às versões não Pro, o que restou para apenas ele?

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Em suma — e como de costume —, a diferença das novidades está na bateria e na câmera. E mesmo assim, as melhorias na câmera parecem técnicas e específicas demais pra motivar um upgrade pra maioria das pessoas. Mostre o evento para alguém não técnico e depois pergunte o que há de novo na câmera. Garanto que a pessoa não saberá explicar — e não será culpa dela.

Além disso, “a câmera ficou melhor” já não é mais um argumento tão poderoso quanto ele costumava ser. Um levantamento recente da Consumer Intelligence Research Partners (CIRP) com dados coletados entre junho de 2023 e junho de 2024, concluiu que apenas 18% das pessoas ainda veem “novos recursos” como motivo para abrir a carteira.

E faz sentido. Pense nas pessoas que você conhece que são donas de um iPhone recente. Qual você diria que é a porcentagem de proveito que elas realmente tiram de todo o potencial que o dispositivo tem a oferecer? Aposto que para a maioria, isso não passa de 50% — e estou sendo bem generoso!

Pense, por exemplo, em todos que têm um iPhone 15 Pro Max e não são profissionais de vídeo. Quantos gravam (de propósito) em 4K ProRes a 60 quadros por segundo? Quantos o fazem diretamente em drives externos? Quantos sabem que isso é uma possibilidade? Quantos sabem o que isso significa? Que benefício o Dolby Vision 4K a 120 quadros por segundo do iPhone 16 Pro Max poderia trazer para eles? Afinal, isso está embutido na etiqueta de (a partir de) R$10.500 do novo dispositivo.

Não Pro é o novo Pro

Essa, para mim, é a chave dos novos iPhones. Agora que o hardware de toda a linha já entrega (há alguns anos) muito mais do que qualquer usuário comum precisa — e consegue justificar a compra — no dia a dia, a decisão de trazer tantos recursos novos ao modelo não Pro dos iPhones 16 pode servir como a isca perfeita para tentar incentivar um upgrade, com o “benefício” de custar menos do que um modelo Pro.

A ironia é que, enquanto ao longo dos últimos anos, todos aprendemos a conviver com o fato de que Pro havia deixado de significar “algo voltado ao público profissional“, mas sim “a versão mais cara e com muitos novos recursos exclusivos tecnicamente avançados, mas desnecessários, para justificar o preço”, os iPhones 16 parecem interromper esse ciclo.

Enquanto suas principais novidades têm o potencial de ter um apelo enorme (e um foco quase exclusivo) para o mercado de profissionais de audiovisual, elas parecem estar muito além do que a maioria dos usuários necessita a ponto de se dispor a pagar por isso.

Mais do que isso, fico pensando em que tipo de melhorias de hardware a Apple precisará implementar nos modelos Pro do ano que vem, para justificar não só o fato de estar lançando novos modelos, mas também o upgrade por parte de quem não se convenceu com os iPhones 16 Pro.

Obviamente, a Apple seguirá lançando novos modelos Pro todos os anos, afinal, as pessoas seguem fazendo upgrades, ainda que em intervalos maiores. Mas o quão fundo os modelos Pro ainda conseguirão cavar, antes de se tornarem, ironicamente, irrelevantes por serem avançados demais para o grande público? É claro que a evolução natural do sistema e da tecnologia fará com que seja necessário mais memória, mais armazenamento, mais processador, mais bateria, etc. ao longo dos próximos anos, mas não é sobre isso que estou falando.

Do meu lado, seguirei com o iPhone 13 Pro Max, que ainda me atende plenamente. Mas, no calor do evento, me peguei considerando algo inédito: abrir mão do modelo Pro em favor do novo não Pro, que, além de estar mais Pro do que nunca, também está com pinta de que será uma evolução bem mais interessante de acompanhar.


Comprar iPhones 16 Pro e 16 Pro Max de Apple Preço à vista: a partir de R$9.449,10
Preço parcelado: a partir de R$10.499,00 em até 12x
Cores: Titânio-deserto, Titânio natural, Titânio branco ou Titânio preto
Capacidades: 128GB, 256GB, 512GB ou 1TB

Comprar iPhones 16 e 16 Plus de Apple Preço à vista: a partir de R$7.019,10
Preço parcelado: a partir de R$7.799,00 em até 12x
Cores: ultramarino, verde-acinzentado, rosa, branco ou preto
Capacidades: 128GB, 256GB ou 512GB

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Notas de rodapé

  • 1
    Organic light-emitting diode, ou diodo emissor de luz orgânico.
  • 2
    Quem aí se lembra que o primeiro iPhone sequer gravava vídeos?
  • 3
    Quem mais aí sofreu com o EDGE?
  • 4
    Só faltava, né?
  • 5
    Vale sempre registrar que benchmark nem sempre equivale precisamente ao desempenho de mundo real, mas ainda assim essa é mais uma excelente notícia para os iPhones 16 não Pro.

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