A Apple e o banco Goldman Sachs terão que pagar quase US$90 milhões (cerca de R$513 milhões, em conversão direta) após uma longa investigação realizada pela Agência de Proteção Financeira ao Consumidor (Consumer Financial Protection Bureau, ou CFPB) dos Estados Unidos relacionada ao Apple Card.
Do montante supracitado, a CFPB ordenou que o Goldman Sachs pagasse pelo menos US$19,8 milhões em reparação e uma multa de US$45 milhões, enquanto a Apple deverá pagar uma multa de US$25 milhões.
O órgão de proteção americano alegou em um comunicado que a parceria entre as duas empresas culminou em falhas no atendimento ao cliente que afetaram centenas de milhares de usuários do Apple Card. As investigações do órgão, que também examinaram o funcionamento do Apple Pay Later (serviço já encerrado), foram iniciadas em 2022.
De acordo com a CFPB, a Apple não enviou “dezenas de milhares” de disputas de clientes sobre transações do Apple Card para o Goldman Sachs. Quando elas eram enviadas ao banco, ele não aderiu aos requisitos da lei americana para investigar as disputas. A CFPB também descobriu que as empresas “enganaram” os consumidores sobre planos de pagamento sem juros para dispositivos Apple.
A Apple e o Goldman Sachs contornaram ilegalmente suas obrigações legais para os tomadores de empréstimos do Apple Card. As grandes empresas de tecnologia e as grandes empresas de Wall Street não devem se comportar como se estivessem isentas da lei federal.
—Rohit Chopra, diretor da CFPB.
Em uma declaração obtida pelo MacRumors, a Apple discordou das alegações da CFPB e confirmou que fez um acordo (não detalhado) com o órgão.
A Apple está comprometida em fornecer aos consumidores produtos financeiros justos e transparentes. O Apple Card é um dos cartões de crédito mais amigáveis ao consumidor disponíveis e foi projetado especificamente para dar suporte à saúde financeira dos usuários. Ao saber sobre esses problemas inadvertidos anos atrás, a Apple trabalhou em estreita colaboração com o Goldman Sachs para resolvê-los rapidamente e ajudar os clientes afetados. Embora discordemos fortemente da caracterização da conduta da Apple pela CFPB, nos alinhamos com eles em um acordo. Estamos ansiosos para continuar a oferecer uma ótima experiência para nossos clientes do Apple Card.
A CFPB também proibiu o Goldman Sachs de lançar um novo cartão de crédito “a menos que possa fornecer um plano confiável de que o produto realmente cumprirá a lei”.
Vale lembrar que a parceria entre o banco e a Apple já vem bastante fragilizada há algum tempo, com a Maçã em busca de um possível substituto para assumir a emissão do seu cartão de crédito.
via 9to5Mac