O vice-presidente sênior de engenharia de software da Apple, Craig Federghi, concedeu uma longa entrevista ao The Wall Street Journal na qual falou um pouco mais sobre a Apple Intelligence, conjunto de recursos de inteligência artificial (IA) da Apple que começará a ser lançado para usuários finais na próxima semana.
Logo de início, o executivo reforçou a visão apontada recentemente por Tim Cook de que a Apple priorizou fazer melhor em vez de chegar primeiro no mercado de IA generativa. “O ponto de vista da Apple é mais como: ‘Vamos tentar acertar cada peça e lançá-la quando estiver pronta'”, destacou.
Essa abordagem mais gradual se aplica, inclusive, à Siri — que ainda será praticamente a mesma assistente não tão inteligente quando a Apple Intelligence aterrissar no sistema. A integração com o ChatGPT, por exemplo, está prevista para ser liberada apenas no próximo ano, em uma dessas próximas etapas.
Ainda falando em Siri, o executivo afirmou que a Apple não tem o objetivo de transformar a sua assistente em uma espécie de entidade senciente — uma direção que vem sendo seguida por empresas como a OpenAI rumo ao que se convencionou chamar atualmente de “Inteligência Artificial Geral”.
Em vez disso, a Maçã pretende adotar uma abordagem mais realista com a Apple Intelligence — não apenas na Siri, mas também nos recursos envolvendo manipulação de imagens. “As pessoas veem conteúdos fotográficos como algo em que eles podem confiar como um indicativo da realidade”, disse.
Para Craig, é importante fornecer “informações precisas, não fantasias”. Enquanto concorrentes da Maçã contam com recursos capazes de adicionar elementos inexistentes em imagens, a abordagem da Maçã se resume a permitir apagar elementos indesejados ou gerar imagens artísticas.
Isso indica que a empresa, pelo menos por ora, quer se manter distante de todo o potencial criativo de fantasia da IA generativa e, como já especulado, focar apenas em usá-la para fornecer soluções para problemas cotidianos que possam ser enfrentados pelos usuários.