A iPlace nos enviou para review a Capa Screen, da sua linha de acessórios Originais, cujo lançamento nós noticiamos há algum tempo. O principal diferencial do produto é uma tela e-ink na parte traseira, permitindo a exibição de imagens sem gastar a bateria do iPhone após a “passagem” da fotografia.
Vim testando a capa nos últimos dois meses — tanto o seu recurso mais singular quanto a usabilidade do acessório de forma geral — e trago aqui as minhas impressões sobre o acessório, inclusive considerando a propaganda da iPlace e o preço da case.
Design e construção
Apesar de ter a tela na parte traseira, o produto ainda é uma capa para iPhone, com as suas funções típicas de proteger o aparelho. O acessório é construído em um plástico rígido que tem uma boa pegada, sendo um pouco mais liso na parte da tela. O material, contudo, fica bastante marcado conforme os dedos vão tocando e pressionando a superfície.
Apesar disso, a experiência em termos de ergonomia e mesmo em relação às marcas de dedo é bastante confortável, não sendo algo que incomoda muito. Em razão da tela, a case tem uma espessura um pouco maior que outras, mas nada excessivo.
Os botões são feitos de um material diferente do corpo da capa, o que melhora a usabilidade e a experiência de uso nesse sentido. Eles têm um clique firme, apesar de se movimentarem um pouco ao passar o dedo neles. Outro ponto negativo é que, nos dois meses em usei a capa, os botões já começaram a descascar, o que demonstra certa fragilidade nessa área.
Na parte superior, temos o logo Originais iPlace. Outros detalhes menores incluem uma elevação para proteger o módulo da câmera, como diversas outras capas, além de um leve desnível entre a moldura na parte traseira e o lado de trás em si, e furinhos embaixo para permitir a passagem do som dos alto-falantes e do uso do microfone.
A famosa tela: configuração
O processo de configuração é tão simples quanto descrito pela própria iPlace. Basta colocar a capa no iPhone, baixar o aplicativo AI Phone Case, escolher a imagem, realizar edições (se você quiser), escolher efeitos e tocar no comando para a foto ser transferida para a case.
O procedimento de fato não é nada complicado e é muito rápido, inclusive havendo opções de fotos no app, além de se poder selecionar fotos da galeria. Há, porém, uma questão que ocorreu comigo: a depender da imagem, o próprio app já aplica um efeito (“Exquisite”), deixando a foto em tons mais pastéis — provavelmente para facilitar sua exibição na tela e-ink.
Assim, por mais que você possa colocar qualquer foto, algumas terão mais sucesso que outras em serem exibidas com uma maior fidelidade — guardadas as devidas proporções, considerando a qualidade da tela. Na próxima seção, esse ponto será melhor explorado.
De todo modo, ao escolher uma foto, o app permite que sejam aplicados efeitos, que você selecione qual parte será exibida na tela da case, colocar a imagem em preto e branco, entre outras opções. Então, ao tocar no comando para a foto ser transferida, é realmente algo “mágico”, demorando alguns segundos para que imagem seja exibida na case.
A “animação” na tela lembra a exibida ao passar entre telas em Kindles e outros dispositivos de leitura que também contam com uma tela e-ink. Em pouco tempo, a imagem vai se completando, com o progresso exibido também no iPhone enquanto isso. A transmissão ocorre, vejam só, por NFC 1Near field communication, ou comunicação de campo próximo..
Experiência de uso
O principal diferencial do produto de fato é interessante, já que permite personalizar a capa sempre que desejado, com a imagem que quiser. A experiência, de forma geral, é positiva, com uma pegada confortável, uma espessura dentro do razoável para uma capa, um recorte para o cabo também suficiente para qualquer opção, um seletor de mudo/silencioso acessível e som saindo normalmente.
Algo importante a se destacar é que a qualidade da tela e-ink é totalmente diferente da de qualquer tela de smartphone, principalmente as dos iPhones mais novos, que são de alta resolução, fidelidade de cores, entre outros aspectos. Ou seja, a exibição das fotos tem uma limitação em termos de qualidade, a depender da fotografia, ainda que a tela seja colorida.
Por exemplo: uma foto de palmeiras com o pôr do sol ao fundo pôde ser exibida de forma relativamente precisa, com a gradação de cores, ainda que sem tanta fidelidade. Já a que tirei em um voo, das nuvens, não pôde ser exibida sem o efeito do app, de modo que essa não ficou tão nítida.
Quando você seleciona uma foto, recorta e chega à etapa anterior à transferência para a capa, o próprio aplicativo já mostra se será possível exibir a foto de uma maneira mais próxima da original ou se será necessário aplicar o efeito. Não há um critério explícito para tal, embora pareça ter a ver com a capacidade de exibição da tela.
Ou seja, não apenas a qualidade da tela é limitada, como nem todas as fotos são exibidas da forma mais fiel. Esse ponto é essencial para entender as limitações e possibilidades da case no uso real. Já em matéria de consumo de bateria, de forma geral, a promessa da iPlace é cumprida, não havendo impacto na carga do iPhone após a transferência da imagem.
No dia a dia, por mais que você consiga colocar uma imagem que fique suficientemente nítida, confesso que as imagens não chamaram muito a minha atenção ou de outras pessoas. Talvez por a mão cobrir a tela e-ink ao usar o iPhone, ou por ela não se destacar tanto cotidianamente mesmo, em muitos momentos a Capa Screen terminou sendo mais “capa” do que “screen”.
Ainda assim, achei a experiência de poder colocar fotos que tirei e outras interessantes na capa do celular. Algumas vezes, fiquei virando o iPhone para ver a foto que havia colocado e gostei de relembrar os momentos das imagens que escolhi, que é uma das premissas do produto.
Vale a pena?
A Capa Screen custa R$359,10 à vista ou R$399 parcelada no cartão na iPlace e está disponível apenas na cor preta, para iPhones 14 e 15 — há também uma versão para o modelo 15 Pro, embora ela não esteja disponível neste momento.
Em comparação com as cases oficiais da Apple ou mesmo outras da iPlace, a Capa Screen tem um preço até que razoável. Há, contudo, cases convencionais mais baratas de outras marcas, as quais obviamente não contam com uma tela e-ink.
A tela na parte traseira é interessante e realmente permite inserir qualquer imagem, explorando a sua criatividade e/ou memórias na case. Há, contudo, as limitações apontadas. Também é importante entender se a tela fará diferença no seu uso a ponto de fazer valer a pena a aquisição do produto.
A Capa Screen é algo que está mais na categoria “bacana” do que propriamente “útil”, ainda que a parte física tenha uma boa qualidade e case proteja bem o iPhone de riscos e quebra. Pode ser uma boa dica de presente de Natal, quem sabe. 😉
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Notas de rodapé
- 1Near field communication, ou comunicação de campo próximo.