O grupo inglês Which? — que promove dicas sobre produtos e serviços e conscientiza os consumidores sobre seus direitos — está acusando a Apple pelo que alega ser uma maneira anticompetitiva da empresa de obrigar os usuários a pagar pelo armazenamento do iCloud.
O argumento deles é que “o iOS tem um monopólio” e que a Apple usa essa vantagem em mercados como o de armazenamento em nuvem, dificultando o uso de serviços alternativos.
O grupo alega que cerca de 40 milhões de clientes no Reino Unido que assinaram o iCloud nos últimos nove anos poderão “ter direito a um pagamento”. O motivo do período do referido prazo é que, em 2015, a Apple reformulou seus planos de armazenamento do iCloud.
Acreditamos que a Apple deve quase 3 bilhões de libras [cerca de R$22,5 bilhões] aos seus clientes como resultado da gigante da tecnologia forçando seus serviços do iCloud e cortando a concorrência de serviços rivais. Ao apresentar essa reivindicação, a Which? está mostrando a grandes corporações, como a Apple, que elas não podem enganar os consumidores do Reino Unido sem enfrentar repercussões.
—Anabel Hoult, CEO da Which?.
Em uma declaração fornecida ao Sky News, a Apple afirmou que as alegações da Which? são falsas.
Rejeitamos qualquer alegação de que nossas práticas do iCloud sejam anticompetitivas e nos defenderemos vigorosamente contra qualquer reivindicação contrária.
Esse não é o primeiro processo contra a Apple devido ao preço e às opções de armazenamento do iCloud. Em março passado, a companhia foi alvo de um processo que também alegava monopólio, a limitação de uso de serviço de terceiros e os valores exorbitantes do seu serviço na nuvem.
Próximos passos
O Which? entrou com sua reclamação no Competition Appeal Tribunal do Reino Unido, que agora deverá decidir se ela tem ou não mérito. Caso aprovada, o próximo passo será dar a permissão para que o grupo prossiga com uma ação coletiva.
Se isso acontecer, o processo prosseguirá em nome de todos os consumidores elegíveis do Reino Unido — os quais muito provavelmente terão que se inscrever para participar da ação.
Até o momento, o tribunal inglês não listou a reclamação em seu registro de casos, então não há informações sobre quando o processo terá continuidade.