A Apple alerta que iPhones de pessoas públicas ou com notoriedade podem ser alvo de ferramentas sofisticadas de spyware — ontem mesmo, inclusive, informamos o caso de dois ativistas que tiveram seus dispositivos invadidos na Sérvia.
Agora, há informações de que, no final de outubro, a equipe de segurança cibernética de Kamala Harris (atual vice-presidente americana e então candidata às eleições deste ano) entrou em contato com a Apple após uma ferramenta de detecção de spyware alertar sobre “anomalias” em dois iPhones de pessoas próximas à política — apenas uma semana antes da eleição presidencial nos Estados Unidos.
Após essa detecção, a equipe de Harris solicitou à Apple que extraísse uma cópia da “imagem bruta” do sistema operacional de um dos dispositivos para investigar o ocorrido. No entanto, a Apple se recusou a fornecer a imagem — mantendo sua postura de inflexibilidade em relação ao acesso a informações armazenadas em dispositivos.
Um dos aparelhos continua sendo investigado pela iVerify, a empresa cuja ferramenta de detecção de spyware sinalizou a tentativa de invasão inicialmente.
Porém, essa abordagem da Apple atraiu algumas críticas. Dan Guido, fundador da empresa de segurança cibernética Trail of Bits, disse que a empresa poderia abrir certas APIs 1Application programming interface, ou interface de programação de aplicações. do iOS — as quais poderiam, com algumas proteções de segurança, permitir acesso mais profundo ao sistema operacional para que pesquisadores pudessem desvendar invasões a iPhones com mais facilidade.
Por outro lado, abrir essas APIs poderia beneficiar justamente as mesmas empresas de spyware que têm aprimorado e comercializado suas ferramentas de invasão — ou seja, trata-se de uma verdadeira sinuca de bico…
via Forbes
Notas de rodapé
- 1Application programming interface, ou interface de programação de aplicações.