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Relatório expõe aplicativos inadequados para menores na App Store

KOKTARO / Shutterstock.com
Criança usando iPhone

Um relatório recente chamou a atenção para um problema preocupante: a classificação etária de aplicativos na App Store.

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Uma investigação dos grupos Heat Initiative e ParentsTogether Action [PDF] apontou que mais de 200 apps inadequados para crianças foram classificados como seguros para idades a partir de 4 anos, somando mais de 550 milhões de downloads.

Os pesquisadores focaram em apps classificados como 4+, 9+ e 12+, especialmente nas categorias que já levantam alertas de segurança, como apps de chat, beleza, perda de peso, acesso irrestrito à internet e jogos. E os números impressionam:

  • Apps de chat: 25 aplicativos que conectam crianças a desconhecidos. Um deles, inclusive, foi descrito como “nada além de pedófilos”.
  • Apps de beleza e corpo: 75 aplicativos incentivando dietas extremas e alterações corporais.
  • Apps de acesso livre à internet: 40 aplicativos que prometem burlar filtros de internet, como os usados em escolas.
  • Apps de jogos: 52 jogos com temáticas inadequadas, como desafios sexuais ou violência.

Algumas categorias são particularmente preocupantes. Enquanto os apps de chat com desconhecidos geralmente são classificados como 17+, aplicativos de perda de peso, por exemplo, frequentemente aparecem com classificação para crianças de apenas 4 anos.

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Os grupos que realizaram o estudo sugeriram mudanças importantes para melhorar a segurança infantil na App Store, incluindo:

  • Controles parentais mais fortes: melhorar as ferramentas para impedir que crianças baixem conteúdos inadequados;
  • Revisão independente: criar um painel de especialistas para avaliar as classificações, como acontece com filmes e videogames;
  • Mais transparência: deixar claro para o público como funciona o processo de classificação;
  • Correções rápidas: ajustar classificações inadequadas assim que forem identificadas e penalizar desenvolvedores que tentarem burlar o sistema.

O que diz a Apple

A Maçã defende que já faz bastante para proteger as crianças. A empresa explicou que exige que os desenvolvedores sigam suas diretrizes para classificação etária e que apps voltados para crianças passam por uma revisão mais rigorosa.

Além disso, ela destacou os controles parentais disponíveis no sistema, como a restrição de aplicativos e a denúncia de conteúdos inadequados.

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Mesmo assim, a crítica é que a Apple confia demais nos próprios desenvolvedores para autoavaliar seus aplicativos. Além disso, o volume de trabalho do time de revisão — que analisa até 132.500 apps por semana com uma equipe de algumas centenas de pessoas — levanta dúvidas sobre a eficácia desse processo.


Nos Estados Unidos, projetos como o App Store Accountability Act querem exigir que lojas de aplicativos verifiquem a idade dos usuários antes dos downloads, equiparando sua responsabilidade à de lojas físicas, como as de bebidas alcoólicas.

Por enquanto, a pressão só aumenta para que a empresa reforce suas medidas e realmente proteja os usuários mais vulneráveis: as crianças.

via The Wall Street Journal

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