Em entrevista ao MacStories, Craig Federighi, vice-presidente sênior de engenharia de software da Apple, falou abertamente sobre os desafios e as decisões que moldaram o iPad ao longo dos anos.
Durante a conversa, o executivo reforçou que, mesmo com as novidades do iPadOS 26, a empresa não tem qualquer intenção de transformar o tablet em um Mac: “Nós não queremos criar um carro-barco ou, sei lá, uma colher-garfo”, brincou.
Se colher é ótimo, garfo é ótimo, então vamos combinar os dois em um único utensílio, certo? No fim, ele não é uma boa colher nem um bom garfo. É uma má ideia. Por isso não queremos construir colheres-garfos.
Para ele, o Mac e o iPad ocupam espaços diferentes, e um não precisa substituir o outro: “O Mac permite que o iPad seja o iPad.”
Federighi explicou que a Maçã entendeu que o iPad tem dois tipos bem definidos de usuários: aqueles que querem a experiência mais simples e direta possível e aqueles que buscam algo mais próximo de um computador tradicional, com mais controle sobre janelas e multitarefa.
Há usuários que sempre vão querer o iPad do jeito mais simples que ele puder ser: totalmente imersivo, com uma única janela e a gente quer preservar isso pra eles.
Ao mesmo tempo, o executivo reconheceu que existe um outro público, que deseja controle total: “Eles querem controle explícito sobre tudo, com o máximo de opções que puderem ter.”
Sobre as críticas recorrentes ao longo dos anos — especialmente após a chegada do Organizador Virtual (Stage Manager) —, Federighi comentou que parte das decisões da Apple vieram da necessidade de equilibrar simplicidade e potência, sem perder a essência do iPad.
Quando você projeta algo em um espaço novo, com um conjunto diferente de restrições e um tipo diferente de usuário em mente, você se protege contra a tentação de simplesmente pegar uma coisa antiga e colocar aqui, só porque parece certo, já que vivemos com ela desde 1984.
Ele, contudo, fez questão de dizer que isso não significa ignorar o passado:
Se, no caso, a resposta certa para o iPad for consistente com a de outro dispositivo como o Mac, então claro, vamos usar. Mas não vamos recorrer a algo do Mac automaticamente, só porque está lá.
Ao final da entrevista, ele foi questionado sobre como enxerga o iPad em 2025. E respondeu de forma quase emocional:
Acho que a Apple descreveria como um pedaço de vidro mágico, no qual você segura seu conteúdo nas mãos. É o nosso dispositivo mais versátil, pelo qual você interage com esse conteúdo da maior variedade de formas.
Mas também trouxe sua visão pessoal:
Assim como você, eu tenho uma conexão emocional com meu iPad, e não sei se consigo intelectualizar isso. Talvez seja porque, pelo fato de estar nas suas mãos, ele se torna uma fonte de conexão, aprendizado, capacidade. Ele vira uma extensão da sua própria capacidade de pensar e resolver problemas.
E completou:
É o dispositivo que consegue nos acompanhar em praticamente todos os aspectos da nossa vida. Seja pra relaxar, se divertir ou produzir. Esse alcance faz dele, para alguns de nós, uma extensão de quem somos, de um jeito que, acho, cria uma conexão emocional.
Executivos revelam os bastidores do novo iOS 26
Federighi e o vice-presidente de design de interface humana da Apple, Alan Dye, participaram juntos de uma entrevista ao podcast Design Matters e compartilharam os bastidores do desenvolvimento do iOS 26.
Na conversa, eles falaram sobre design, tecnologia e até suas visões pessoais sobre o impacto da Maçã no mundo. A dupla contou, por exemplo, como o Liquid Glass surgiu a partir de aprendizados com o desenvolvimento do Apple Vision Pro.
Segundo Dye, a busca era por um material digital que ajudasse a valorizar o conteúdo dos usuários, deixando a interface mais discreta, elegante e funcional. “Vidro é esse material que permite que o conteúdo do usuário esteja em primeiro plano”, explicou.
O novo visual, segundo eles, é resultado da evolução natural dos dispositivos — telas maiores, mais brilhantes, com cantos arredondados e recursos como HDR 1High dynamic range, ou grande alcance dinâmico.. “O design certo para os usuários de 2026 não é o mesmo que fazia sentido para os dispositivos de 2013”, disse Federighi.
Ainda que o visual tenha mudado bastante, ambos reforçaram que houve muito cuidado para que tudo permanecesse familiar.
Quando as pessoas veem nosso design pela primeira vez, elas pensam: “Ué, mudou tanto assim? Isso parece muito familiar. Eu entendo como funciona.” E, aí, quando começam a usar, esperamos que digam: “Opa… nossa, isso é bom.”
Dye completou dizendo que o objetivo era justamente gerar essa percepção: “De repente, o antigo parece muito velho. Mas ainda é bom. É vintage.” A missão de equilibrar inovação com familiaridade, segundo eles, é uma das maiores responsabilidades do time.
Temos 2,4 bilhões de pessoas usando nossos produtos. E, se a gente quisesse, fazer algo simplesmente diferente seria até fácil. Mas nossa régua pra mudança é muito alta, porque sabemos da responsabilidade que temos com todos esses usuários.
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Outro tema que ganhou espaço na conversa foi o papel da inteligência artificial nos novos recursos. Federighi destacou que, para a Apple, IA só faz sentido quando está integrada de forma invisível à experiência: “Ela funciona melhor quando está integrada exatamente nos lugares onde você precisa.”
A Tradução ao Vivo (Live Translation), por exemplo, permite que duas pessoas conversem em línguas diferentes, com tradução em tempo real durante chamadas, mensagens ou até ligações de áudio.

Em alguns casos, você tem crianças aqui [nos Estados Unidos] que têm avós que não falam o mesmo idioma, mas que mesmo assim querem estar conectados.
Do lado do design, Dye destacou a obsessão da Apple por detalhes que, muitas vezes, os usuários nem percebem conscientemente, mas sentem. Ele citou como exemplo o redesenho dos símbolos do sistema.
Agora o check aparece desenhado, de um jeito bem sutil. Quase ninguém vai nos mandar um email agradecendo por isso, mas acho que muita gente vai perceber.
Para o futuro da Apple, Federighi resumiu o desejo da empresa em duas palavras: “Empoderar. Encantar. Fazer com que a tecnologia desapareça pro usuário, ficando em segundo plano, como se fosse só uma folha de papel, mas permitindo fazer muito mais. Esse sempre foi nosso objetivo.”
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Notas de rodapé
- 1High dynamic range, ou grande alcance dinâmico.