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Steve Jobs com o primeiro MacBook Air

Potência e portabilidade: a busca infinita dos laptops da Apple

Desde seus primórdios, os computadores têm evoluído com base em três elementos: potência, portabilidade e preço.

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Há uma busca constante por máquinas mais potentes, mais portáteis e mais baratas. A questão do preço foi tratada por Gordon Moore na famosa lei que leva seu nome, segundo a qual o número de transistores em um chip de circuito integrado dobra aproximadamente a cada dois anos, enquanto o custo por transistor diminui — simplificada pela ideia de que a tecnologia dobra de potência e cai de preço nesse mesmo período. Já a portabilidade e a potência continuam sendo desafios a serem perseguidos de maneira menos previsível.

O primeiro computador pretensamente portátil de que se tem notícia foi o Osborne 1, criado por Adam Osborne e lançado em abril de 1981, pesando cerca de 11kg e com uma tela monocromática de 5 polegadas.

Em 1983, surgiu o Grid Compass (1982), que foi o primeiro com design clamshell (dobrável), mais próximo aos laptops modernos — esse com 5kg e uma tela monocromática de 6 polegadas, na cor laranja.

Eu ainda me lembro bem do meu primeiro laptop. Já tinha tido um XT, um 486 e um Pentium 133, mas a portabilidade fazia falta. Em 2004, troquei o carro por um mais barato e, com a diferença, adquiri a máquina (obviamente usada) em uma loja especializada: um notebook Toshiba (nem conhecia a Apple naquela época) com 192MB de HDD 1Hard disk drive, ou disco rígido. e 4MB de RAM 2Random access memory, ou memória de acesso aleatório., que, na época, me custou R$2.300 (equivalente a cerca de R$7.300, nos dias atuais).

De lá para cá, muita coisa mudou, e as máquinas têm estado cada vez mais potentes e portáteis — mas a busca pelo equilíbrio perfeito ainda continua. Vamos analisar, juntos, um pouco dessa história no contexto dos MacBooks.

Os primórdios: de 1989 a 2005

A Apple sempre teve um relacionamento peculiar com o conceito de portabilidade. Muito antes de existir um MacBook Air, a empresa já tentava imaginar como oferecer potência profissional em formatos móveis — mesmo que, no início, o resultado se parecesse mais com uma maleta robusta do que com um computador portátil.

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Já em 1984, a empresa fez questão de colocar em um comercial o quão portátil era o Macintosh, mostrando uma mulher carregando o computador em uma bicicleta do trabalho para casa.

Em 1989, nasceu o Macintosh Portable que, apesar do nome, pesava cerca de 7kg! A proposta era que o laptop tivesse a mesma experiência do desktop, com um HDD interno de 40MB e 1MB de RAM.

Antes de a marca MacBook existir, a Apple iniciou seus passos de maneira mais intencional no mundo móvel com as linhas PowerBook e iBook. O PowerBook 100, lançado em 1991 em parceria com a Sony, foi uma das primeiras tentativas de criar um laptop funcional, com design inovador à época (trackpad frontal e teclado recuado).

Ao longo dos anos 1990, a empresa apostou em máquinas como o PowerBook G3, voltado para profissionais, e o iBook, voltado para consumidores e estudantes, com sua carcaça translúcida e colorida — símbolo de uma Apple mais divertida e menos sóbria. A portabilidade, no entanto, era relativa: pesando mais de 2,5kg, com bateria limitada e designs espessos, esses modelos ainda estavam longe da leveza que a Apple viria a alcançar.

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A era Intel e o nascimento dos MacBooks: de 2006 a 2011

Em 2006, a Apple impactou o mercado ao anunciar a transição do PowerPC para os processadores Intel. Com ela, nasceu também a marca MacBook, que substituiria tanto o iBook quanto o PowerBook.

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O MacBook original (2006), com corpo de policarbonato branco (e depois preto), popularizou o formato de 13″. Em 2008, um redesenho em alumínio deu início à estética unibody — um único bloco de alumínio usinado, mais fino, resistente e elegante.

Na mesma época, a Apple apresentou a primeira revolução em portabilidade no mundo dos laptops: o MacBook Air. A icônica cena de Steve Jobs retirando o computador de um envelope no palco marcou uma era. Apesar de extremamente fino, o modelo inicial sofria com desempenho e conectividade limitados. Era uma promessa, não uma solução definitiva.

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Essa era também viu nascer os primeiros MacBooks Pro, com opções de 15″ e 17″, potência profissional e ainda um corpo robusto. Embora mais leves que os PowerBooks, a portabilidade seguia como um meio-termo — bom, mas com espaço para inovação.

Retina, minimalismo e experimentações: de 2012 a 2019

O ano de 2012 marcou o início da era Retina nos MacBooks, com os modelos Pro abandonando o drive óptico, afinando o corpo e apostando em telas de altíssima definição. O foco era claro: menos peso, mais qualidade visual e autonomia ampliada.

A portabilidade ganhou impulso com o sucesso do MacBook Air (2010–2017), especialmente o modelo de 11″, querido por quem precisava de leveza acima de tudo. Era o notebook perfeito para viagens, cafés e ambientes de ensino.

Mas a busca por minimalismo levou a Apple por caminhos controversos. Em 2015, o MacBook de 12″ foi lançado com uma única porta USB-C, teclado borboleta e um design ultraleve (menos de 1kg). Embora visionário em termos de portabilidade, o desempenho sofria — mas é preciso registrar que ele carrega saudosistas até hoje! — e o teclado virou sinônimo de problema.

Em 2016, uma das decisões mais polêmicas e criticadas da empresa: a linha MacBook Pro com Touch Bar. A empresa apostou na redução de portas, adoção radical da USB-C e no mesmo teclado criticado do MacBook, mas com um novo elemento: uma barra touch que permitia realizar determinadas funções e se adaptava conforme o programa usado.

Era uma estética minimalista, mas com prejuízos práticos significativos. Houve uma infinidade de críticas, revoltas, pessoas que compraram e devolveram seus computadores, voltando às versões anteriores. Essa mudança custou caro à popularidade de Tim Cook (como se ele se preocupasse muito com isso).

Em tempo: pode me apedrejar, mas eu gostava da Touch Bar. 😛

Apple Silicon, a nova era do desempenho: de 2020 até hoje

Com a introdução do chip M1, em 2020, a Apple unificou performance e eficiência energética, entregando máquinas silenciosas, frias e com bateria de mais de 18 horas — sem comprometer a velocidade ou a fluidez. O medo da transição de chips logo foi superado. As mudanças ocorreram de maneira suave, e a nova estrutura surpreendia dia após dia os usuários com seu desempenho.

O MacBook Air (M1) foi o primeiro sinal de que portabilidade agora significava não abrir mão de nada. Sem ventoinha, com peso inferior a 1,3kg e desempenho comparável a muitos desktops, o Air virou referência no setor.

A linha MacBook Pro (14″ e 16″), com chips M1 Pro e M1 Max, caiu nas graças do público por ser “verdadeiramente Pro”: ela trouxe de volta o MagSafe, o leitor de cartões SD e as portas HDMI — isso tudo sem pesar demais. O modelo de 14″ com M4 Max, por exemplo, é uma workstation portátil legítima, pesando 1,6kg. Pesado? Para mim, sim (pode me apedrejar de novo), mas não há dúvidas de um desempenho absurdo em uma máquina bastante portátil.

O novo MacBook Air veio para coroar esse processo. Em um computador com apenas 1,26kg, você pode ter uma máquina com até 2TB de SSD 3Solid-state drive, ou unidade de estado sólido. e 32GB de memória. Potente o suficiente? Jogue a pedra aí, mas eu acho que poderia ser um pouco mais. Mas, sem dúvida, uma evolução incrível!

Comparativo da evolução de potência e portabilidade

Construí um gráfico para nos ajudar a enxergar a evolução dos MacBooks em termos de potência e portabilidade.

Para a elaboração, segui os seguintes critérios.

Potência (baseada em benchmarks)

  • 1 = Air de 2008
  • 10 = Pro com chip M4 Max

Peso

  • 1 = 0,5kg
  • 10 = 3kg

Espessura

  • 1 = 0,4cm
  • 10 = 2,5cm

Alguns pontos interessantes podem ser notados

  • A visível inversão entre potência e portabilidade.
  • A aproximação entre Pro e Air em 2020.
  • A evolução marcante do Apple Silicon.

Por que não temos um Air tão potente quanto um Pro?

Em um cenário perfeito e hipotético, teríamos a opção de uma máquina tão portátil quanto o Air e tão potente quanto o Pro. Mas, na prática, isso ainda não é possível.

Não quero discutir aqui a questão de portas — até porque, convenhamos (e pode me atirar as poucas pedras que sobraram), esse item acaba sendo irrelevante uma vez que adaptadores/hubs podem ser inclusive mais práticos na hora de usar e distribuir cabos.

Mas existe uma combinação estratégica de design, engenharia térmica e posicionamento de mercado que impede essa equiparação. O Air é concebido como um notebook ultrafino, leve e silencioso, sem ventoinhas, priorizando portabilidade e eficiência energética. Essa arquitetura limita o uso de chips com alto desempenho térmico e gráfico, pois processadores mais potentes geram mais calor e exigem sistemas de resfriamento ativos, como os presentes nos modelos Pro.

Além disso, a Apple posiciona o Air como solução para a maioria dos usuários — estudantes, profissionais móveis e tarefas cotidianas — enquanto destina os chips mais robustos (como o M4 Max) para os MacBooks Pro, que atendem a demandas intensas como edição de vídeo 8K, modelagem 3D e aplicações científicas. Assim, a distinção entre as linhas não é apenas técnica, mas estratégica, garantindo clareza entre desempenho e mobilidade para públicos distintos.

O futuro dos MacBooks

Não existem rumores — pelo menos não rumores consistentes — de um redesign na próxima geração dos MacBooks. Ao que tudo indica, os chips “M5” trarão consigo “apenas” a evolução de desempenho (você deveria ter guardado uma pedra para jogar agora, por eu considerar a evolução de desempenho menor).

Para o MacBook Air, existe uma expectativa de que, em 2027 ou 2028, haja um redesign com tela OLED 4Organic light-emitting diode, ou diodo emissor de luz orgânico. ou painel Oxide TFT. Isso marcaria a virada para designs ainda mais finos e com display de maior contraste. Já para os MacBooks Pro, existe uma expectativa para algo em 2026 — um redesign significativo, com tela OLED, câmeras sob a tela e estrutura mais fina.

Conclusão

A fascinante história da evolução da potência e portabilidade dos computadores da Apple nos traz uma interessante revelação: essa busca nunca terá fim. Existem ingredientes interessantes nesse processo, como a aproximação do iPadOS com o macOS e inovações concorrentes, como o incrível HUAWEI MateBook Fold.

Uma época instigante para se viver. O que será que ainda vem por aí?


Comprar MacBooks Pro de 14″ e 16″ de Apple Preço à vista: a partir de R$17.999,10
Preço parcelado: a partir de R$19.999,00 em até 12x
Cor: preto-espacial ou prateado
Chip: M4 (CPU de 10 núcleos; GPU de 10 núcleos), M4 Pro (CPU de 12 ou 14 núcleos; GPU de 16 ou 20 núcleos) ou M4 Max (CPU de 14 ou 16 núcleos; GPU de 32 ou 40 núcleos)
Memória: 16GB, 24GB, 36GB, 48GB, 64GB ou 128GB
Armazenamento: 512GB, 1TB, 2TB, 4TB ou 8TB
Adaptador de energia: 70W, 96W ou 140W

Comprar MacBooks Air de 13″ e 15″ de Apple Preço à vista: a partir de R$11.699,10
Preço parcelado: a partir de R$12.999,00 em até 12x
Cor: azul-céu, prateado, meia-noite ou estelar
Chip: M4 (CPU de 10 núcleos; GPU de 8 ou 10 núcleos)
Memória: 16GB, 24GB ou 32GB
Armazenamento: 256GB, 512GB, 1TB ou 2TB
Adaptador de energia: 30W, 35W (duas portas) ou 70W

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Notas de rodapé

  • 1
    Hard disk drive, ou disco rígido.
  • 2
    Random access memory, ou memória de acesso aleatório.
  • 3
    Solid-state drive, ou unidade de estado sólido.
  • 4
    Organic light-emitting diode, ou diodo emissor de luz orgânico.

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