O melhor pedaço da Maçã.
Jony Ive e Tim Cook na área de hands-on com o iPhone Xr

Vendas de iPhones caem 20% e China é a grande culpada; Samsung também sofre

Que as vendas de iPhones caíram, disso todo mundo já sabe — só faltava um número para associar ao tombo. Agora, graças à Counterpoint Research, já o temos: tendo como base o mês de novembro, os smartphones da Maçã viram uma queda bem acentuada de 20% nas vendas na comparação com o mesmo período do ano passado.

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Vendas de iPhones em novembro de 2017 e 2018, Counterpoint Research

O gráfico acima traz algumas revelações interessantes. Como podemos notar, o modelo mais vendido em novembro de 2017 — com folga — foi o iPhone X, com quase 10 milhões de unidades. Já em novembro de 2018, o modelo mais vendido foi o iPhone XR, com cerca de 6 milhões de unidades. Só essa informação já mostra uma mudança no interesse do consumidor: em um período, o aparelho mais caro foi o mais vendido; em outro, o mais barato (entre os flagships).

O problema é que o iPhone XR falhou em atrair interesse dos consumidores para compensar o salto no preço dos iPhones mais caros. Em comparação com as vendas do modelo mais barato ano passado (iPhone 8), o XR caiu 5%, enquanto o iPhone XS Max despencou no topo da tabela em relação ao modelo mais caro do ano passado (justamente o iPhone X) — uma queda de brutais 46%.

China

Assim como Tim Cook, a Counterpoint atribui parte da razão da queda à China. O Wall Street Journal trouxe algumas informações adicionais sobre isso: os consumidores chineses simplesmente não estão demonstrando interesse nos novos aparelhos da Maçã — nem sequer no iPhone XR, que, com uma etiqueta equivalente a US$950 no país, traz recursos (como autenticação facial, suporte a dois chips, tela sem bordas e outros) que podem ser encontrados em aparelhos muito mais baratos.

Pesquisa da Canalys sobre fatia de mercado de fabricantes de Smartphone na China

O WSJ citou um levantamento da Canalys (acima) que mostra como a Apple perdeu mercado na China nos últimos anos por conta do surgimento e do crescimento de concorrentes como a Xiaomi, a Vivo, a Oppo e a Huawei. Outro analista, da UBS, apontou que a Apple fabricou iPhones XR demais e não está conseguindo dar vazão às unidades produzidas.

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Os problemas da Apple na China, entretanto, parecem ser mais profundos do que um simples gráfico mostrando números e tendências. Segundo reportagem da Bloomberg, consumidores chineses em geral estão realizando um “boicote informal” de empresas americanas — especialmente a Apple — por uma série de fatores que vão desde o preço dos produtos até um sentimento anti-americano por conta da guerra comercial entre Washington e Pequim.

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Citando uma pesquisa feita pelo Bank of America Merrill Lynch, o problema se estende também à Índia e favorece empresas asiáticas, como a Xiaomi e a Samsung — aparentemente, os consumidores estão mais interessados em comprar novos aparelhos dessas empresas.

Queda na indústria

É bem verdade que o mercado chinês de smartphones como um todo está enfrentando problemas: a Reuters afirmou que a venda de dispositivos móveis no país da muralha sofreu uma queda entre 12% e 15,5% ao longo do último ano, podendo cair mais um pouco em 2019 e fazendo o segmento de smartphones global como um todo contrair em cerca de 1% — a China, afinal, é o maior mercado do planeta no setor.

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O cenário é claro: num mundo onde fica cada vez mais difícil justificar a troca de um smartphone a cada dois anos, os consumidores estão ficando mais com seus aparelhos ou procurando alternativas mais baratas para economizar — a China é exemplo claro dessa tendência e a Apple parece ter sido uma das empresas mais afetadas. Ela não é a única, entretanto: a Samsung parece não estar nos melhores lençóis no meio dessa situação.

Samsung também sofre

A gigante sul-coreana, assim como a Apple, emitiu um comunicado reduzindo suas expectativas de receita para o quarto trimestre de 2018 — uma queda de cerca de 12%, segundo a empresa. A principal razão atribuída para o tombo está numa demanda reduzida de chips de memória (talvez justamente pela retração do mercado de smartphones na China), mas a venda de seus próprios dispositivos móveis também é um fator determinante — ou, nas palavras da própria companhia, “um crescimento na competição do mercado de smartphones”.

Essa é a primeira queda da Samsung em receita em dois anos e mais detalhes serão revelados sobre a história quando a empresa divulgar seus resultados financeiros, ainda em janeiro.

Ou seja: por mais que a situação esteja deveras sombria para a Apple, há de se considerar que o mercado como um todo está sofrendo com fenômenos dificílimos de se antecipar, especialmente lá do outro lado do mundo. Jim Dalrymple, do The Loop, opinou que o problema não é do iPhone, e sim da China; somente uma recuperação do mercado por lá colocaria as fabricantes de smartphones no rumo certo novamente.

·   •   ·

Bom, se o problema está realmente na China, ainda não dá para afirmar. O fato é que a Apple está em maus lençóis e terá de rever sua estratégia de preços e lançamentos se quiser ver uma recuperação — quem sabe até mesmo se aproveitando do vácuo deixado pelas concorrentes com o cenário. E isso é bom para todos nós, sem dúvidas.

via Cult of Mac, Phone Arena, MacRumors

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