O que você faria com US$65,8 bilhões? Entrar na cabeça do conselho administrativo da Apple e responder essa pergunta está sendo o dever de casa de muitos analistas de mercado, nesta Páscoa. Dado que a gigante de Cupertino não paga dividendos a seus acionistas e nem tem o perfil de realizar grandes aquisições (ou muitas pequenas), o que a Maçã pretende fazer com tanto dinheiro é um mistério.
Yair Reiner, analista da Oppenheimer, chama as reservas de capital da Apple de “insustentáveis”, conforme conta o New York Times. Aliás, isso é um eufemismo: “Há dois anos, eu dizia que a pilha de dinheiro [da Apple] era insustentável com US$50 bilhões, e agora estamos lá pelos US$70 bilhões. Alguma hora, algo terá que ser feito”, escreveu Reiner.
Sim, mas o quê? Qualquer medida lógica para uma empresa comum soa estranha para o perfil da Apple: como já dissemos, ela não paga dividendos, nem é propensa a aquisições vultosas. No contexto atual, porém, não seria de todo bizarro caso a Maçã comprasse o Netflix e integrasse à iTunes Store as tecnologias do serviço de streaming e aluguel de filmes.
Alternativamente, uma empresa de infraestrutura, como a Akamai Technologies, também seria útil: com seu sistema de entrega de conteúdo e inúmeros servidores, a Apple poderia aperfeiçoar a experiência dos consumidores ao usarem serviços online, como o MobileMe ou sua loja de conteúdo.
A estratégia atual parece ser “apenas” usar essa montanha de dinheiro para assegurar contratos vantajosos com fornecedores de componentes para a construção de iProducts, algo que é fundamental e altamente inteligente, mas que ainda não satisfaz os investidores mais inquietos. Se demorar demais, tanto capital acumulado pode acabar tendo algum efeito deletério para a companhia.
Você alguma vez já se viu na situação da Apple, com dinheiro demais, mas sem ter com o que gastar?
[via RazorianFly]