Recentemente, divulgamos o desmonte dos iPhones XS/XS Max feito pela iFixit, que, no geral, não apontou mudanças significativas entre os novos dispositivos e o modelo anterior (o iPhone X). Como era de esperar, a firma também abriu o Apple Watch Series 4 e, ao contrário dos novos iPhones, as entranhas do gadget vestível revelaram o maior salto em design desde o primeiro modelo, lançado em 2015.
Para mostrar o quanto são diferentes, a iFixit fez um raio-X do Apple Watch Series 4 e do modelo anterior. O novo Watch, à esquerda, exibe um novo sensor óptico no meio, cercado por diversos eletrodos.
Ao abrir o relógio, na parte de trás do display estão dispostos três chips, dos quais dois são selados. Com base nos guias passados do Watch, a iFixit supõe que esses componentes sejam os controladores de toque e do NFC1Near-field Communication, ou comunicação por campo de proximidade..
O cabo flexível da bateria também foi alterado de posição; agora, ele está colado embaixo da bateria e acima da placa principal.
Por falar em bateria, o componente que alimenta o Apple Watch Series 4 por 18 horas diárias possui aproximadamente 292mAh — um aumento de 4% na capacidade em relação ao modelo anterior. Apesar de a bateria ocupar 2mm a mais que nas gerações anteriores, a Maçã conseguiu realizar a proeza de deixar o novo Watch 0,7mm mais fino.
Para conseguir isso, no entanto, a Apple teve que diminuir outros componentes, como o Taptic Engine (que ficou mais fino, porém mais longo). Para a iFixit, mesmo menor, o motor vibratório do Watch ainda ocupa muito espaço (que poderia ser usado para uma bateria maior).
Os alto-falantes do novo Watch também foram melhorados e são, agora, 50% mais altos. Além disso, o microfone foi migrado para próximo da Digital Crown, de forma que o alto-falante possa aproveitar o espaço do outro lado. Assim como nas versões anteriores, uma junta de silicone sela o alto-falante para que o gadget possa expelir a água.
O novo processador S4 de 64 bits também deixou de ser colado e, agora, é preso apenas com parafusos. Como sempre, o componente em si é envolto por um bloco sólido, o que significa que a reparabilidade aqui é quase zero. Felizmente, porém, os transistores e componentes de radiofrequência continuam parcialmente expostos.
Abaixo do processador e da antena simplificada do gadget, estão os novos sensores que possibilitam a realização do eletrocardiograma (EGC) — complementando os sensores ópticos que já existiam. O primeiro eletrodo está na base do relógio, que pressiona o pulso; o segundo está na Digital Crown, onde a pessoa deve encostar para que a leitura seja feita.
Com relação à Digital Crown, um novo codificador óptico oferece ainda mais precisão na hora de rolar por aplicativos ou na web. Além disso, ela conta com um suporte elástico que conduz o sinal elétrico do dedo até o segundo eletrodo, completando o circuito do ECG.
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Como dissemos, o design interno do Apple Watch Series 4 traz o maior salto desde o lançamento da sua primeira versão, no qual os componentes do relógio foram desajeitadamente postos em camadas, além do uso de muita cola. Segundo a iFixit, a montagem do novo Watch parece ser “muito mais cuidadosamente planejada”.
O analista da Apple, John Gruber, comparou isso ao salto no design trazido pelo iPhone 4 e podemos até ir um pouco além e chamá-lo de iPhone 5: um dispositivo que conhece suas prioridades e quer parecer tão elegante por dentro quanto por fora.
O Apple Watch Series 4 recebeu 6 pontos de 10 na escala de reparabilidade, a mesma nota obtida pelo novos iPhones. De acordo com a firma, os piores pontos do relógio são os cabos flexíveis montados diretamente no processador S4 e o invólucro do processador, que tornam o reparo dessa placa praticamente impossível.
Notas de rodapé
- 1Near-field Communication, ou comunicação por campo de proximidade.