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Apple e outras Big Techs teriam adquirido ouro brasileiro ilegal

Documentos oficiais mostram que quatro das maiores empresas do mundo usaram ouro extraído ilegalmente de terras indígenas.

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Uma matéria do Repórter Brasil mostrou que, apesar de ter sido adquirido de empresas teoricamente aptas, parte do metal utilizado por Apple, Microsoft, Google e Amazon passou pela mão de atravessadores e organizações até chegar aos dispositivos das Big Techs.

Para compor o hardware de seus dispositivos e servidores, as empresas americanas adquirem ouro de várias refinadoras. Pelo menos entre os anos de 2020 e 2021, as quatro supracitadas compraram o metal da italiana Chimet e da brasileira Marsam, ambas envolvidas em investigações no Brasil.

Enquanto a primeira é investigada pela Polícia Federal por obter minério extraído de garimpos clandestinos, a segunda é acusada pelo Ministério Público Federal de provocar danos ambientais ao adquirir ouro ilegal.

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O uso do ouro das refinadoras citadas por parte das quatro empresas foi relatado pelas próprias na lista de fornecedores de metais que ambas devem enviar obrigatoriamente para a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (Securities and Exchange Commission, ou SEC) por fazerem parte da bolsa de valores do país.

Embora a legislação americana seja em larga escala mais rígida que a brasileira quanto à transparência dos fornecedores de minérios, as duas refinadoras investigadas são consideradas “aptas” para vender ouro tanto nos EUA quanto na Europa. Isso porque tanto a Chimet quanto a Marsam são certificadas por organizações que teoricamente devem garantir maior transparência para o setor de minério — inclusive com auditorias para combater violações dos direitos humanos, lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo.

Porém, elas não consideram o Brasil uma “área de risco”, mesmo com um estudo [PDF] atestando que 28% do ouro extraído no Brasil tem origem comprovadamente ilegal. Segundo Rodrigo Oliveira, assessor jurídico do ISA (Instituto Socioambiental), o Brasil também “não dispõe de mecanismos confiáveis de rastreabilidade do ouro”, o que dificulta a certificação da contaminação (ou não) do metal que é extraído por aqui.

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De acordo com a reportagem, apenas a Apple se pronunciou ao ser contatada sobre a polêmica. Em maio, a Maçã enviou uma nota afirmando que “seus padrões de fornecimento responsável são os melhores do setor e proíbem estritamente o uso de minerais extraídos ilegalmente”.

A empresa, que também prometeu remover da sua cadeia de fornecimento empresas que não consigam ou não atendam aos seus padrões rígidos, afirmou dois meses depois ter removido a brasileira Marsam da sua lista de fornecedores — embora a italiana Chimet continue intacta.

Embora tenham se calado perante a reportagem, as outras três empresas (e também a Apple) revelaram generosas intenções de sustentabilidade, transparência e responsabilidade socioambiental em relatórios enviados à SEC. Resta saber se, após a reportagem, elas também tomarão alguma atitude em relação às duas refinadoras investigadas.

via Folha

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