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Halex bodejando: tablets míticas e um olhar de sistemata sobre a Apple [atualizado]

(Este post não é produtivo: quem estiver sem tempo, pode ignorá-lo. Quero apenas compartilhar uns pensamentos…)

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Férias! Nada melhor que um pouco de tempo livre para lubrificar as engrenagens da cabeça com leitura. Pois bem, além de abusar de um dos melhores apps para iPod touch que existe, o Stanza (nunca escondi meu amor por ele!), aproveitei para reler “A cabeça de Steve Jobs” (este, de papel). Pra poder entrar no clima, sabe? Afinal de contas, dia 27 tá chegando e, mais que qualquer gadget fabuloso e banhado em lágrimas de unicórnio, eu espero ver uma keynote do showman Jobs de volta à sua forma plena.

Mas uma coisa tem feito meu cérebro doer: sempre que alguém faz uma referência à “Uma Tablet para todas Governar” como sendo um Mac portátil, eu sinto que tem algo errado aí. Por quê? Por conta da imagem ao lado! Logo que voltou à Apple, em 1997, uma das primeiras (e mais controversas) atitudes de Jobs foi enxugar a linha de produtos para essa tabelinha, exibida na introdução do primeiro iBook. Imagino que alguns empregados da Maçã andavam com ela escrita na palma da mão, para usar como cola. 😛

Olhando para a linha de produtos atual da Apple, eu percebi, com um certo espanto, que quase tudo o que é vendido pela Maçã atualmente cabe numa tabela como essa. Ela agora tem um número maior de linhas, verdade, mas só uma coluna adicional. É dessa tabela imaginária que pretendo falar agora.

Taxonomia & Sistemática

A Wikipédia pode ajudar nesta parte.

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Comecemos pelo começo, né? Como bom biólogo que prestou atenção às aulas de Zoologia e Botânica (Profs. Helena & Paulo Cascon, Ana Cecília, Arlete e Diva, um abraço!), meu impulso é encontrar características e separar as coisas em grupos com base nelas.

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Olhando para a “família” Mac, por exemplo, o que eu vejo são duas “subfamílias”: laptops e desktops. Já na “família” iPod, é preciso destacar um caractere importante: acesso à internet. Com isso, preparamos terreno para uma nova “família”, que vou chamar de Mobile.

Estas “famílias” serão as linhas da minha tabela e, em todos os casos, haverá três níveis que representarão “gêneros”. Tais níveis são o básico, o médio e o top. Contudo, ao dizer “básico”, eu não me refiro a “menor preço” especificamente, apesar de isso vir geralmente atrelado. “Básico”, pra mim, quer dizer “com o mínimo para existir e funcionar da maneira mais prática”. Logo depois vem o estrato médio, que é… “médio”. Nem de mais, nem de menos: tem mais elementos que o básico, mas é menos prático. Por fim, vem o top.

Neste momento, algumas pessoas vão discordar (como os bons sistematas fazem) e falar em “profissional”, mas eu discordo: o “top” traz muito mais poder, o que é atrativo para quem precisa de ferramentas de trabalho intenso, de fato. Contudo, quero abarcar muito mais que a “família” Mac, única na qual isso se aplicaria. Assim, na minha opinião, o “top” é “o máximo que você abdica de praticidade em nome da força bruta e recursos”.

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Por fim, dentro de cada “gênero” você poderá encontrar “espécies” que não são tanto o escopo, aqui, mas que variam essencialmente em dimensões/componentes (entre Macs) e memória (entre iPods e Mobiles).

Mac

Com estes três níveis em mente, vamos olhar para a “subfamília” Macs desktop, separando os “gêneros” com base no poder de processamento e tamanho:

  • Mac mini: o modelo básico, obviamente. Pequeno, gasta pouca energia, é quase o suficiente para você colocar na mochila e levar para todo lugar onde haja um teclado, um mouse e um monitor.
  • iMac: abre mais possibilidades, sem dúvida, o que o eleva a representante médio. É (quase) impossível pensar em portabilidade, mas ele traz _muito_ mais poder que seu irmão menor.
  • Mac Pro: poderes cósmicos fenomenais!… Dentro de um gabinete enorme. Ele é grande, complexo e certamente pode rodar Crysis no máximo via Boot Camp.

Agora vamos aos portáteis, à “subfamília” dos Macs laptops, levando em conta o peso e o poder de processamento:

  • MacBook Air: leve, fino e lindo, este notebook conquistou muitos adoradores por ser o cúmulo da praticidade sem comprometer demais a usabilidade.
  • MacBook: esta máquina não podia ser mais média, pois combina uma praticidade imensa com poder o suficiente para fazer um pouquinho de tudo.
  • MacBook Pro: note que existem três “espécies” bastante diferentes (13″, 15″ e 17″, cada uma com suas “subespécies”), algo que complica minha tarefa à primeira vista. Digamos que o MBP de 17″ seria o representante ideal deste “gênero”, enquanto o de 13″ é bem mais próximo do “gênero” anterior.

iPod

Veja só os três “gêneros”, como são discretos, se levarmos em conta as dimensões e a memória:

  • iPod shuffle: do tamanho de uma pilha AA, esta criança tem “praticidade” escrito em toda sua ínfima superfície, infelizmente limitada a 1.000 músicas, no máximo.
  • iPod nano: mesmo sendo super prático e funcional, o nano peca principalmente por não poder carregar uma biblioteca completa de vídeos (ou de músicas, dependendo do usuário).
  • iPod classic: sua capacidade de carregar 160GB traz um senão bem grave na forma de um HDD e medidas nada modestas pros padrões de hoje — você tem que sacrificar a confiabilidade da memória de estado sólido e a praticidade de dimensões menores.

Antes de dizerem que eu esqueci do iPod touch, vamos à próxima “família”. 😉

Mobile

Se isto fosse um trabalho científico, esta seria a hora em que eu proponho a abertura de uma nova “família” na “ordem” hardware pertencente à “classe” Apple. Veja os “gêneros” iniciais dela, levando em conta os recursos e o custo:

  • iPod touch: jogos, aplicativos das mais variadas funções, conexão com a internet via Wi-Fi, música e vídeos num tela magnífica de 3,5″. Tudo isso no seu bolso, precisando pagar apenas uma vez pelo hardware.
  • iPhone 3G(S): adicione ao dispositivo anterior uma câmera, GPS, uma carcaça mais vultosa e uma conta mensal. Mais funções em troca de um pouco de praticidade e um tanto de investimento monetário.

Aqui eu me pergunto: quem é o terceiro integrante deste grupo?

Novo “gênero”: a tablet

Eu não acredito que essas ideias tenham vindo do éter (deste éter, não uso psicotrópicos!). A um passo constante, os rumores acerca da tablet vêm se transformando de “Mac com touchscreen” em “super iPod touch”, e John Gruber, do Daring Fireball, traz um elemento adicional a essa linha: até onde ele sabe, a tablet não será uma evolução do iPhone, mas sim o que o iPhone deveria ter sido pra começo de conversa, e não foi por limitações tecnológicas de três anos atrás. Ou porque precisávamos ser adestrados educados, quem sabe.

Por conta disso, duvido muito que este gadget mítico seja uma espécie de “ModBook oficializado” ou que rode um sistema operacional similar ao Snow Leopard. Não creio que haja um espaço desses na “família” Mac. Há, contudo, lugar para um gênero “top” na “família” Mobile, ideal para quem acha que o iPhone oferece pouco.

Abaixo, confira como eu vejo a matriz de produtos da Apple, disposta de forma análoga à matriz no início do post:

Na minha opinião, MacBooks (Air, Pro) continuarão entre nós por um bom tempo, bem como iPhones e iPods touch. A tablet não vem para substituí-los, mas para complementar a linha de produtos e oferecer mais funções (e menos praticidade) para quem delas precisa. Se você está satisfeito com o seu iPhone/iPod touch, acredito que a tablet vai passar batida: pra que um produto grande, que não dá pra levar no bolso e que vai (provavelmente) vir com mais uma conta pra pagar no fim do mês?

Muitas pessoas escolhem o médio não por não poderem ter o top, mas simplesmente porque elas não precisam dele, e acredito que isso vai valer para quem está com o coração na mão, pensando que a tablet vai obliterar os iPhones e iPods touch (ou até todos os Macs) na face da Terra.

Claro, eu posso estar errado e acabar com a cara no chão (talvez a tablet nem exista!), dia 27, mas é a vida: a gente escreve e depois tem que se responsabilizar. 🙂 Porém, mesmo correndo o risco de passar por bobo (ou justamente por isso), é divertido viajar nestas conjecturas e tentar saber como Jobs está planejando a próxima revolução computacional, lá em 1 Infinite Loop, Cupertino, Califórnia.

Aproveite este post e aventure-se, expondo também sua opinião: os comentários estão aí pra isso.

And that, as they say, is that.

Atualização (28/1)

Agora que a iPad foi lançada e está gerando controvérsia, a única coisa que gostaria de retificar no que escrevi acima é a posição da tablet na “família” Mobile: aparentemente, a forma corrente como ela se apresenta a deixa entre o iPod touch e o iPhone 3GS, e não acima deles.

Imagino que, com o tempo, isso deverá mudar, à medida que novos recursos forem adicionados a ela. Por enquanto, that, as they say, is that.

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