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Destaques e pontos abordados na conferência de resultados financeiros da Apple para o Q4 2010

Resultados financeiros da Apple - Q4 2010

Conforme vimos mais cedo, o quarto trimestre fiscal de 2010 trouxe uma série de recordes para a Apple em quase todas as suas áreas de atuação — mas, apesar disso, os investidores não ficaram plenamente satisfeitos. Uma conferência realizada por telefone com acionistas nesta noite destacou outras informações sobre a situação atual da companhia.

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Resultados financeiros da Apple - Q4 2010

Além da presença de Tim Cook (chefe de operações da Apple, ou COO) e Peter Oppenheimer (chefe da área de finanças, ou CFO), como em encontros anteriores, o evento de hoje contou com a participação do CEO da Apple, Steve Jobs, algo inesperado e extremamente marcante. Os principais pontos abordados durante a conferência estão listados a seguir:

Segmentos regionais

  • Américas: US$7,2 bilhões em receita.
  • Europa: US$5,4 bilhões.
  • Ásia e Pacífico: US$2,7 bilhões.

Mac

  • Mais uma vez, a maior parte dos 3,89 milhões de Macs vendidos foi de notebooks: 2,6 milhões de unidades. Desktops responderam por 1,2 milhão de vendas, impulsionados pelos novos iMacs.
  • O crescimento do Mac foi forte em todos os segmentos regionais, inclusive na Ásia Continental e no Japão.
  • HOT! Como um todo, o Mac cresceu 27% (mais que o dobro das últimas estimativas da IDC), tendo estabelecido um novo recorde de vendas num trimestre.

iPod+iTunes

  • Os media players da Apple apresentaram uma queda sequencial de 4% e anual de 11%, registrando 9,05 milhões de unidades vendidas e receita de US$1,4 bilhão.
  • Segundo Oppenheimer, a participação do iPod no mercado estadunidense de tocadores de música continua superior a 70%.
  • O iPod é o MP3 player mais popular em boa parte de outros países, tendo experimentado crescimento significativo internacionalmente.
  • As receitas do iTunes superaram US$1 bilhão no trimestre.
  • HOT! O novo Apple TV já vendeu mais de 250 mil unidades. “Estamos animados com isso”, disse Jobs.

iPhone

  • HOT! Foram vendidos 14,1 milhões de iPhones no trimestre, totalizando US$8,6 bilhões em vendas e um crescimento anual de 91%, com preço médio de venda próximo de US$610.
  • HOT! Poderiam ter vendido ainda mais aparelhos, se conseguissem fabricá-los rápido o bastante.
  • A Apple já é parceira de 166 operadoras em 89 países, e pretende levar o iPhone 4 a todos até o fim do ano.
  • HOT! iPhones já são usados em 80% das empresas na lista Fortune 500.
  • A distribuição de Bumpers por causa do “Antennagate” teria custado pouco mais de US$100 milhões.

iPad

  • Em apenas dois trimestres, a tablet já se tornou uma parte importante dos negócios da Apple.
  • HOT! Foram vendidos 4,2 milhões de unidades, gerando receita total (mais acessórios) de US$2,8 bilhões (sim, o dobro do iPod), com um preço médio de venda por volta de US$645.
  • O iPad já é vendido em 26 países, e nos Estados Unidos estará disponível durante as festas de fim de ano nas lojas da Apple, claro, e nas redes Walmart e Target, além das operadoras AT&T e Verizon Wireless.
  • HOT! Cerca de 65% das empresas na lista Fortune 100 já usam ou testam o iPad, inclusive Procter & Gamble, Lowes, NBC Universal e Hyatt.
  • HOT! Cook, sobre a adoção de iPads em empresas: “Nunca vi algo tão rápido assim na minha vida; empresas são muito mais lentas [para adotar novas tecnologias].”
  • Jobs, sobre por que as empresas de PCs não consegue bater o preço do iPad: “É porque nós fabricamos muitos [iPads] e aprendemos bastante com o Mac, o iPod e o iPhone. Esse foi um produto que passamos os últimos dez anos fazendo.”

iOS e App Store

  • HOT! Vendas combinadas de iPads, iPhones e iPods touch passaram os 125 milhões desde 2007; 27,3 milhões no último trimestre.
  • A Apple está “muito feliz” com os resultados do iAd até agora.
  • Há mais de 200 mil desenvolvedores registrados no iOS Developer Program.
  • Há mais de 65 mil jogos e apps de entretenimento na App Store, e mais de 35 mil apps para iPad.

Apple Retail Stores

  • HOT! Geraram US$3,57 bilhões em receita, 75% a mais que há um ano e 38% a mais que o trimestre anterior.
  • Retail Stores venderam 874 mil Macs no trimestre, 30% acima do mesmo período de 2009.
  • Mais uma vez, metade desses Macs foram para novos usuários da plataforma.
  • No fim do trimestre, havia 317 lojas abertas — destas, 84 estão em 10 países além dos EUA.
  • Cada loja gerou cerca de US$11,8 milhões, um aumento anual de 52%.

O ano fiscal de 2010

  • HOT! A Apple encerra este ano fiscal com mais de US$51 bilhões em dinheiro e aplicações de curto e longo prazo — um aumento de US$5,2 bilhões.
  • Jobs deu uma pista sobre o destino desse dinheiro todo, insinuando “uma ou mais oportunidades estratégicas no futuro”. Aquisições? Investimentos em infraestrutura?
  • HOT! Receita total: US$65 bilhões, um aumento de US$22 bilhões em relação a 2009 ou cinco vezes a receita (e dez vezes os ganhos por ação) de 2005.

Planos para 2011

  • O primeiro trimestre fiscal, no período de festas de fim de ano, deverá contar com receita de US$23 bilhões, ganhos por ação diluída de US$4,80 e margem bruta de aproximadamente 36%.
  • HOT! Esperam abrir entre 40 e 50 novas Apple Retail Stores.
  • Algumas lojas nos EUA serão substituídas para ficarem “do tamanho certo” [já sabemos de uma].

A participação de Steve Jobs

Como destacamos no início do post, não é comum que Jobs se pronuncie durante este tipo de evento, mas neste ano ele veio com força total, principalmente para esmagar rumores e a concorrência. Confira uma pequena amostra de áudio (e não se preocupe, pois traduzimos boa parte do que foi dito):

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=hUQVIqjkzD4[/youtube]
  • Sobre a Research In Motion: “Vendemos 14,1 milhões de iPhones no último trimestre, […] E vencemos habilmente os 12,1 milhões de BlackBerries que a RIM vendeu no trimestre que acabou em agosto. Passamos a RIM e não a vemos nos alcançando, vai ser um desafio para eles criar um plataforma competitiva e convencer os desenvolvedores a criarem apps para mais uma plataforma.”
  • Sobre o Google: “E o Google? Eles ativam 200 mil aparelhos com Android por mês e têm 90 mil apps no [Android Marketplace]. Comparativamente, a Apple ativou cerca de 275 mil aparelhos com o iOS nos últimos 30 dias, com picos por volta de 300 mil em alguns desses dias. E a Apple tem 300 mil apps na App Store. Infelizmente, não há dados concretos de carregamentos de telefones com Android neste trimestre. […] O Google adora caracterizar o Android como aberto, e o iOS e o iPhone como fechados. Achamos isso um pouco de dissimulação que oculta a verdadeira diferença destas duas abordagens. A primeira coisa que a maioria de nós pensa ser aberta é o Windows. Ao contrário do Windows, em que a maioria dos PCs tem a mesma interface e roda os mesmos apps, o Android é muito fragmentado. Muitas fabricantes de equipamentos com Android, incluindo as duas maiores, HTC e Motorola, instalam interfaces proprietárias para se diferenciarem […] e os usuários têm que se virar. Compare isso com o iPhone, em que todos os aparelhos funcionam da mesma forma.”
  • Mais Google: “Um cliente do Twitter, o TweetDeck, relata que precisa lidar com mais de 100 versões diferentes do Android em 244 aparelhos diferentes. A multiplicidade de combinações de hardware e software deixam os desenvolvedores com uma missão assustadora: muitos apps no Android só funcionam em determinados aparelhos com determinadas versões do firmware. E isso para aparelhos que começaram a ser vendidos há menos de 12 meses. Compare isso com o iPhone, no qual há duas versões do software, a atual e a prévia, nas quais fazer testes. Além da loja de apps do Google, a Amazon, a Verizon e a Vodafone anunciaram que vão criar suas lojas para o Android. Então haverá pelo menos quatro lojas de apps para Android, entre as quais os consumidores vão ter que vasculhar pra buscar os apps que querem e com as quais desenvolvedores terão que trabalhar para distribuir seus apps e receber. Isso vai ser uma bagunça pros consumidores e pros desenvolvedores. Compare isso com a App Store integrada da Apple, que oferece a loja maior e mais fácil de usar do mundo, já carregada em todo iPhone.”
  • Ainda Google: “Mesmo que o Google esteja certo e o verdadeiro caso seja de ‘fechado versus aberto’, não está determinado que o aberto sempre vence. Tome como exemplo o PlaysForSure, da estratégia musical da Microsoft, que usava o mesmo modelo PC que o Android emprega, separando software do hardware. Até a Microsoft finalmente abandonou essa estratégia aberta e preferiu, com o Zune, copiar a estratégia integrada da Apple e, infelizmente, deixando suas parceiras de mãos abanando no processo. O Google tentou essa abordagem integrada com o Nexus One. Na realidade, achamos que o argumento de ‘aberto versus fechado’ é só uma distração que tenta esconder o verdadeiro mérito da questão — ‘O que é melhor pro consumidor?’ Fragmentado versus integrado. Achamos que o Android é muito, muito fragmentado, e está ficando mais ainda a cada dia. E, como sabemos, a Apple usa o modelo integrado para que o usuário não tenha que ser o integrador do sistema. […] Achamos que este é um ponto positivo na nossa estratégia em relação à do Google. Ao vendermos para os usuários aparelhos que ‘simplesmente funcionam’, acreditamos que ‘integrado’ vai vencer ‘fragmentado’ sempre. Também achamos que os desenvolvedores podem inovar mais se visarem a uma única plataforma, em vez de um centena de variantes.”
  • HOT! As outras tablets: “Queria comentar sobre a avalanche de tablets que vão entrar no mercado. Parece haver apenas um punhado de candidatas dignas de nota, e não uma avalanche. Quase todas usam telas de 7 polegadas. Alguém pode pensar que isso oferece 70% do benefício de uma tela de 10 polegadas, mas é na verdade apenas 45% do tamanho da tela do iPad, pois a medida é na diagonal. Se você cortar a tela do iPad pela metade, é o que você vê [numa tablet concorrente]. Não é o bastante para bons apps de tablet. Alguém pode achar que aumentar a resolução resolve o problema, mas isso não adianta — você teria que incluir uma lixa [com o produto] para as pessoas reduzirem o tamanho de seus dedos. […] Todo usuário de tablet é usuário de smartphones, e nenhuma delas pode concorrer em mobilidade com eles. Dado que um dono de tablet já tem um smartphone no bolso, abrir mão da tela pra ter um aparelho pocketable é mau negócio.” [Acho que isso acaba com os rumores de um “iPad mini”.]
  • Mais um pouquinho de Google e tablets: “Quase todas essas novas tablets usam o Android, mas até o Google diz pra elas não usarem o [Android 2.2] Froyo e esperarem por uma versão especial para tablets no ano que vem. O que será que significa o criador do software dizer pra você não usá-lo na sua tablet? O iPad tem 35 mil apps, essa safra de tablets vai ter zero. Nossos potenciais competidores não conseguem chegar nem perto do preço. […] Prova disso vai estar nos preços dos produtos de nossos competidores, que provavelmente vão oferecer menos por mais, e os fabricantes vão aprender a dura lição de que as tablets deles são pequenas demais. Essas novas tablets vão chegar já mortas. Soa como muita diversão pela frente.”
  • Sobre o futuro do iPad: “O iPad vai afetar os notebooks — não é uma questão de ‘se’, é uma questão de ‘quando’. […] Há um tremendo interesse nas áreas de educação e, muito me espantou, negócios. O iPad está sendo tomado de nossas mãos — quadros de diretores o distribuem, médicos e enfermeiras em hospitais, empresas grandes e pequenas… Quanto mais o tempo passa, mais acredito que pegamos esse tigre pelo rabo — este é um novo modelo de computação e já treinamos dezenas de milhões de pessoas com o iPhone.
  • HOT! Gene Munster (da Piper Jaffray) perguntou sobre (Adobe) Flash: “Memórias flash? Adoramos memórias flash!”

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