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iPad de 10ª geração: só para diversão ou serve para trabalho?

iPad de décima geração

Em um lançamento controverso, a Apple atualizou o iPad (modelo mais básico) para a décima geração. Digo “controverso” pois o suposto iPad de entrada trouxe inovações indisponíveis na versão flagship do tablet e não ocupou a vaga de device mais barato — isso porque o iPad de nona geração, quase um dinossauro, continuou na linha como opção de baixo custo. 

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Desde que foi apresentado, esse iPad despertou minha curiosidade para testar sua eficiência. Com design moderno e novas características, de certa forma parecia até mais eficiente que a versão Pro. Recentemente, em viagem, tive a oportunidade de testar a criança por uma semana e aqui vão as minhas impressões.

Design e tela

O design do novo iPad é bastante moderno, lembrando muito o Air, porém com cores mais vivas. Parece que a Apple criou uma certa escala de cores conforme o foco do device: quanto menos cor, mais profissional, de forma que o iPad Pro está disponível apenas em opções prateada e cinza espacial. Eu comprei a cor azul, que ficou bem interessante com o teclado branco. Sinceramente, acho que a Apple poderia oferecer mais opções de cores mesmo nas versões mais potentes.

Na tela, percebemos uma outra diferença. As bordas são mais grossas e lembram mais os iPads antigos que os modernos. No começo elas incomodam bastante e deixam o design meio grosseiro, com menor aproveitamento do espaço. Mas depois de algum tempo usando, você já não percebe mais. Outro aspecto da tela é que ela tem menor resolução. Colocado lado a lado com o iPad Pro, a diferença é bem visível! Obviamente, não se espera que a opção mais barata tenha a mesma qualidade da topo-de-linha, mas vale o registro. 

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O grande acerto nesse iPad, na minha opinião, vem pelo posicionamento da câmera frontal, que passou para a lateral direita do gadget. A maioria das pessoas usa o iPad para chamadas na posição horizontal, mesmo quem o utiliza apenas para lazer.

Mesmo com o Palco Central (Center Stage), não faz sentido nenhum a câmera na parte superior do aparelho, dando sempre a impressão de que você está deslocado. O Palco Central melhorou essa experiência, mas não ficou tão bom quanto utilizar a câmera nessa nova posição. Aposto que nas futuras versões dos iPads Air e Pro, a câmera será alterada também — provavelmente o iPad de décima geração foi um teste para essa nova posição.

Potência

O chip A14 Bionic não passa vergonha. Para a maioria os apps ele opera bem, sem notar diferença de desempenho. Microsoft 365, Pages, Numbers, Keynote… apps de streaming, etc. podem até ter um pequeno delay, mas nada que comprometa o uso. Quando passamos para apps mais parrudos, como editores de vídeo e apps estatísticos, ele sofre um pouquinho mais — em meus testes, contudo, não chegou a travar, apenas demorou para finalizar os processos.

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A grande perda do chip fica por conta de algumas funcionalidades, como a opção de estender o monitor, tão esperada no iPad mas que está disponível apenas nos chips M1 e M2. A mesma coisa se aplica ao recurso Organizador Visual (Stage Manager), que particularmente não achei grande coisa, mas que também não está disponível nessa versão.

Teclado e portabilidade

Esse foi o item que mais me chamou atenção no lançamento. O Magic Keyboard foi reformulado e batizado de Magic Keyboard Folio, com maior espaço para a trackpad e finalmente uma tecla esc, que pelo menos para mim faz muita falta no Magic Keyboard. Além disso esse teclado é separado em duas partes, sendo que a parte traseira serve de suporte para apoiar o iPad e o teclado é preso por um ímã.

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Logo que coloquei o teclado e fechei, o primeiro incômodo. Como a borda do teclado (onde está o ímã) é de material flexível, quando você fecha o iPad ele não fica bem firme, dando a impressão de que o teclado soltará. A sensação é de que está errado, quebrado, solto ou algo assim — realmente muito estranho.

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Na hora de usar, outro problema: como ele é mole, a capa impossibilita uma das formas mais comuns de usar iPads com teclado e notebooks: apoiado no colo. Ele não fica firme, cai e torna-se muito desajeitado, tendo que necessariamente estar apoiado em uma mesa para ser utilizado. 

O teclado em si é muito bom. As teclas são bem confortáveis de digitar — mais confortáveis que no Magic Keyboard —, a tecla esc faz diferença e o espaço maior da trackpad é bem-vindo! Mas, infelizmente, essas melhorias foram ofuscadas pelo mal jeito do uso.

Quanto à portabilidade, o iPad tem as mesmas dimensões do Air e do Pro de 11″, pesa 477 gramas (contra 461g do Pro). O Magic Keyboard Folio é 20g mais pesado que o Magic Keyboard (840g vs. 820g), sendo que o combo iPad de décima geração e teclado pesa 30g a mais do que o combo do Pro.

Preço

Aqui está o maior “defeito” do iPad décima geração. A versão inicial com 64GB (vamos combinar que atualmente 64GB não serve para absolutamente nada) custa US$450 (versão apenas com Wi-Fi) ou US$600 (Wi-Fi + Celular). A versão de 256GB sai por US$600 (Wi-Fi) ou US$750 (Wi-Fi + Celular). O novo teclado tem um preço ligeiramente menor que o do Magic Keyboard: US$250 — ou seja, se você comprar a versão mais robusta (256GB, Wi-Fi + Celular) com o teclado, vai pagar US$1.000. Eu nem coloquei os preços em reais no Brasil para não desanimar ninguém…

Para efeitos de comparação, um iPad Air de 256GB (Wi-Fi + Celular) com chip M1 e Magic Keyboard sai por US$1.200. Não estou dizendo que US$200 não seja dinheiro — especialmente em reais, a diferença é ainda mais significativa —, mas se você pensar no desempenho e nas funcionalidades a mais oferecidas pelo chip M1, o custo-benefício fica bem mais interessante.

Conclusão

Você pode achar que eu esqueci, mas eu deixei a “cereja do bolo” (ou seria o “troféu abacaxi”) para o final. O iPad de décima geração é compatível apenas com o Apple Pencil de primeira geração. Como ele vem finalmente com uma porta USB-C, é necessário um incômodo adaptador para recarregar o lápis.

Existem muitas explicações para essa bizarrice, desde aproveitamento de estoque do Apple Pencil original até a impossibilidade de recarga lateral devido à posição da câmera. Independentemente das razões, é realmente um absurdo esse novo iPad não ser compatível com o Apple Pencil de segunda geração. Creio que seria um pouco menos feio se os dois fossem compatíveis, mas ter que usar um adaptador para viabilizar a utilização de um acessório de uso contínuo, que está obsoleto, é um absurdo — vai entrar para a lista dos erros históricos da Apple!

Respondendo a pergunta do título deste post, o iPad de décima geração até pode ser usado para trabalho, mas não parece ser uma compra vantajosa. Com pouco dinheiro a mais, é possível ter um iPad Air, bastante superior. Se realmente os US$200 forem pesar no orçamento, ele pode ser sim uma opção.

O desempenho não é tão menor e para as tarefas gerais, como produzir textos (estou escrevendo este artigo nele), responder emails, utilizar browsers e outras tarefas comuns de trabalho, dá para o gasto. Para entretenimento, ele pode ser uma boa opção, mas nesse caso eu compraria a versão Wi-Fi e sem teclado, deixando o investimento bem mais atrativo.


Comprar iPad (10ª geração) de Apple Preço à vista: a partir de R$4.499,10
Preço parcelado: a partir de R$4.999,00 em até 12x
Cores: azul, rosa, amarelo ou prateado
Capacidades: 64GB ou 256GB
Conectividade: Wi-Fi ou Wi-Fi + Cellular

Comprar Apple Pencil (1ª geração) de Apple Preço à vista: R$1.021,50
Preço parcelado: R$1.135,00 em até 12x

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