O melhor pedaço da Maçã.

Phil Schiller teria colocado usuários acima do lucro na Apple

Phil Schiller

Tendo se “aposentado” do seu cargo de vice-presidente sênior de marketing mundial da Apple e reconhecido como um Apple Fellow pela empresa em 2020, Phil Schiller continua atuando fortemente nos negócios envolvendo a Maçã — especialmente no que diz respeito à App Store.

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É o que diz um perfil do executivo, traçado pelo The Information, o qual indica que a sua forte atuação vem, inclusive, gerando atrito entre ele e outros líderes da companhia. Isso porque Schiller priorizaria os usuários em relação ao lucro da empresa — o que certamente não é algo unânime dentro da companhia mais valiosa do mundo.

A força de Schiller no que se refere a decisões sobre a App Store é possível porque ele permaneceu no papel de líder da loja de softwares, mesmo atuando de forma mais secundária em outras áreas. Suas decisões, inclusive, causam discordâncias desde que ele assumiu o controle da App Store.

Foi ele, inclusive, quem apoiou a proposta da sua equipe para adicionar curadoria à loja com as seções Hoje, Jogos e Apps. Esse foi um ponto de discordância principalmente com Eddy Cue, que havia descartado a ideia poucos dias antes de Schiller assumir a loja e “mudar tudo”.

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Enquanto Cue e outras pessoas da Apple queriam que os usuários fossem apresentados diretamente à página de pesquisa ao abrir a App Store, Schiller insistiu nas páginas de editorial por achar que a velha diversão na descoberta de novos apps na loja havia acabado.

Descartando a ideia de que o setor de negócios da App Store escolhesse destacar apps de certos desenvolvedores, Schiller também vetou a inclusão de jogos violentos nas páginas principais da loja. Fortnite, por exemplo, só foi promovido (há anos) porque a equipe de negócios convenceu o executivo a não exibir ilustrações dos personagens apontando armas — por mais cartunesco que seja o game da Epic.

Essa regra mudou com o tempo, mas a divulgação de jogos de tiros em primeira pessoa continuou sendo vista com muita cautela. Após incidentes com tiroteios nos EUA, por exemplo, a promoção deste tipo de game costuma ser interrompida/adiada por até mais de uma semana.

ATT: lucro ou prejuízo?

Uma decisão recente da Apple que também teve o envolvimento direto de Schiller foi a de adotar a Transparência no Rastreamento em Apps (App Tracking Transparency, ou ATT), recurso que dá aos usuários a possibilidade de escolher se querem ou não ser rastreados por apps no iOS.

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Mesmo tendo sido informado de que o recurso poderia custar bilhões de dólares em receita à App Store — já que anunciantes investiriam menos em apps para iOS e potencialmente migrariam para o Android —, ele simplesmente dizia não se importar com tal previsão negativa.

Tomando decisões com base no que acredita ser o melhor para os usuários, Schiller teria dito à equipe que o recurso de privacidade era “a coisa certa a se fazer para os usuários” e que os anunciantes, em último caso, se adaptariam às mudanças.

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Ao que tudo indica, foi isso mesmo que aconteceu — mesmo que isso possa ter resultado em algo negativo. Com um custo maior para conquistar potenciais usuários, os preços de compras internas na App Store aumentaram 40% desde o último ano — o que indica que os desenvolvedores repassaram o prejuízo supostamente decorrente da ATT aos clientes.

A previsão sobre a perda de receita bilionária, por outro lado, não se concretizou — muito pelo contrário. Com a concorrência enfraquecida, a Apple se beneficiou com seu negócio de anúncios e, inclusive, pretende expandi-lo para alguns de seus apps nativos.

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iOS: preços de compras internas de apps cresceram 40% em um ano

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